Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Jane.FAlix 20/03/2021

Incidente em Antares de Érico Veríssimo
Último romance escrito por Érico Veríssimo, Incidente em Antares trata de problemas de ordem política e social fazendo uso do sobrenatural. O livro é incrivelmente ambientado em seu tempo e espaço, mas principalmente nos acontecimentos históricos como a violência do regime militar, a chegada das primeiras indústrias ao Brasil e a atuação do coronelismo no sul do país.
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Coruja 21/04/2016

Fim de semana passado rolou debate do Clube do Livro de Bolso sobre Incidente em Antares, do Érico Veríssimo, e, para um livro que foi escrito 45 anos atrás, a essência da história continua surpreendentemente atual.

Dividido em duas partes, o livro começa com uma ampla contextualização histórica da cidade de Antares, que aqui serve como microcosmo para o Brasil. Veríssimo utiliza-se aqui de transcrição de relatos, diários e artigos de jornal para emprestar verossimilhança à narrativa, misturando ficção e História.

A segunda parte, quando ocorre o incidente propriamente anunciado no título, é característica do realismo fantástico latino-americano: no mesmo dia em que é deflagrada uma greve civil dos operários de Antares - incluindo aí os coveiros - sete antarenses morrem e têm negado seu sepultamento enquanto não se resolver a questão.

Sem poderem ser enterrados, os sete mortos retornam ao convívio dos vivos para reclamar seu justo descanso e expôr, sem quaisquer pudores, a hipocrisia e podridão de toda a sociedade.

A história se passa às vésperas do golpe de 64 e não há meio termos na forma como as convulsões sociais da época estão apresentadas. Antares é dominada por uma elite conservadora, machista, preocupada com a manutenção de seus privilégios contra as nascentes idéias políticas surgidas entre a classe social operária.

Isso é mostrado na corrupção generalizada dos políticos e mandatários da cidade; no descaso e desprezo por qualquer justiça social - e acho que nada é mais doído nessa história que a morte de Erotildes no hospital -; na tortura como instrumento de manutenção da ordem e segurança social.

O final desce amargo pela garganta - com a operação borracha para esquecer o dia em que os mortos se levantaram e apontaram os dedos para o que temos de pior em nossa sociedade; com o golpe militar e a perseguição aos poucos personagens pelos quais tínhamos alguma simpatia - em especial o padre Pedro Paulo, dos poucos a levantar a voz para defender e lembrar os humildes e esquecidos, os deixados à margem da própria humanidade.

Considerando que o livro foi publicado em 71, e as implicações claras ao regime militar, corrupção e falta de liberdade, é surpreendente que o livro tenha passado pela censura.

Irônico e repleto de espírito crítico, Incidente em Antares é um livro que deveria ser mais lido, mais estudado, mais comentado. Talvez assim evitássemos viver a cometer os mesmos erros...

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/04/clube-do-livro-incidente-em-antares.html
Stefani 21/04/2016minha estante
Esse livro é um dos melhores livros nacionais q eu li, tem de tudo, politica, critica social, e uma narrativa super envolvente e fantastica. Amo a segunda parte da historia!




Guilherme Pedro 04/01/2017

A podridão pertence aos vivos
Antares nunca seria a mesma. Em plena sexta-feira 13, sete defuntos se levantam de seus caixões e caminham para a praça principal da cidade para impregnar os antarenses com sua podridão cadavérica. O motivo? Uma greve geral leva os coveiros a impedir o sepultamento dos defuntos. Os mortos exigem seu sepultamento imediato, que lhes é negado. A única maneira de conseguirem o descanso eterno é, além de soltar de seus corpos as emanações podres sobre a comunidade, lançar aos antigos vizinhos algo mais podre que o odor de morte: a verdade que cada um escondia sobre sua vida particular.
Pessoas, esse livro é maravilhoso. Como foi um escape de Erico Verissimo para criticar a falta de liberdade brasileira, o livro conta em sua parte um, "Antares", todo o desenvolver sócio econômico dessa cidade fictícia, à luz de eventos históricos que ocorreram na liderança da nação, de início no Rio de Janeiro, posteriormente em Brasília. Não deixem de ler a parte um, pois é o pano de fundo ideal para a parte dois: "O incidente".
Será que os mortos conseguirão o que tanto desejam? Como ficará a população mediante tal experiência demasiada macabra? Leiam, e vejam por si mesmos!
Marcelle Reis 08/01/2017minha estante
Muito boa sua resenha!


Guilherme Pedro 08/01/2017minha estante
Obrigado Marcelle! :-)


Gus Borges 20/06/2018minha estante
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Carlos Nunes 27/08/2017

Simplesmente sensacional!
Surpreendente, bem-humorado, um livro magnífico! Apesar de um início que, à primeira vista, não tem muita importância na narrativa, mesmo sendo bastante interessante, quando terminamos a leitura, fazendo uma análise comparativa com a História do nosso país, entendemos direitinho as motivações do autor. E é aí que percebemos a magnificência dessa obra. Desde o preâmbulo (mais da metade do livro) até a resolução (aparentemente simplista) dos acontecimentos, é necessária uma leitura atenta, com muito mais nas entrelinhas do que aparenta à primeira vista. Porém, surpreendente mesmo é tentar entender como esse livro foi publicado, em plena Ditadura, sem que o autor fosse preso, exilado ou pior, morto...
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gabrielleabr_ 24/06/2021

Senta que lá vem história...
Li o livro na ordem que foi escrito. Primeiro, a história da cidade de Antares: começa com um retrato do Brasil de oligarquias, onde poucas famílias mandam em muita coisa. Apesar de conter diálogos muito bons, é fácil de você se perder na política da coisa.

Quando os mortos aparecem, tudo muda de figura. Veríssimo narra com detalhes as peculiaridades de cada personagem. Muito divertido ver o "acerto de contas" dos falecidos e a exposição da hipocrisia da cidade pequena que julga uns atos (adultério, por exemplo) e outros finge que não vê (corrupção, a própria).

O livro sem dúvida tem uma história muito bem elaborada e deixa uma lição de moral no final: mesmo que os mortos se levantem de seus túmulos, um dia tudo será esquecido (o povo tem memória curta).
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Alê 16/07/2021

Eu adoro esse livro. Talvez a primeira parte não seja legal pra quem não gosta muito de história (eu inclusa), mas o desenvolvimento do livro é bem surpreendente.
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@buenos_livros 07/06/2023

Clássico brasileiro
Uma leitura incrível. Ficção de alta qualidade, entrega humor e reflexão, costurando costumes, política e realismo fantástico. Verissimo está no panteão dos grandes autores na língua portuguesa e merecia mais reconhecimento internacional, sua ficção especulativa não deve nada a Saramago, por exemplo.
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Samara 28/06/2022

Excelente
Antares é uma cidadezinha pacata que é palco de um bizarro incidente em uma sexta-feira 13: dois dias depois do início de uma greve geral, 7 pessoas morrem, mas não são enterradas. Indignados os defuntos se levantam dos caixões e vão espalhar sua podridão na cidade e ter um acerto de contas com os vivos.
Esse livro é uma aula de história e sociologia, junto com um toque de humor que forma essa obra incrível.
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Jão 06/04/2021

Chato
Tinha tudo para ser um ótimo livro levando em consideração o tema proposto, porém o autor inventou de misturar política brasileira com realismo mágico, o que ao meu ver não ficou legal. Primeira parte extremamente desnecessária, só política, parece um livro de história, entediante. Segunda parte melhora um pouco, mas continua chato...
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Adlya.Gazio 09/06/2023

Sensacional!
Uma crítica bem construída sobre o autoritarismo brasileiro e a falta de capacidade cognitiva (ou não) da sociedade, que infelizmente se estende até os dias de hoje.
A história é antiga mas muito ainda recente, as personagens mudam mas o enredo permanece o mesmo.
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Felipe 23/04/2019

Curioso
Preciso dizer que salvei esse livro de uma caçamba de material de construção; não sei se algum dia teria comprado. Mas, tendo entrado assim na minha vida, decidi ler. E gostei! Erico conta a história de Antares, primeiramente sua formação histórica - como tantas outras cidadelas interioranas - e depois o andamento do "incidente" em si. Uma forte crítica à sociedade coronelista, corrupta, ditatorial, mandatária, xenófoba, dentre tantas outras, dessas cidadelas interioranas. Me ajudou bastante a ver "o outro lado", o lado popular, a pensar no social, a pensar no povo. Toques de humor existem aos montes, mas todos eles bem sutis. É uma crítica também ao "nada muda" da vida, à indiferença frente às injustiças, às mazelas dos líderes políticos e dos maus funcionários diversos. "Que é o povo? Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse "bicho" tem memória curta". Falas como essas fazem parte das críticas do autor. Uma frase que gostei muito é a que diz "Comunista é o pseudônimo que os conservadores, os conformistas e os saudosistas do fascismo inventaram para designar simplisticamente todo o sujeito que clama e luta por justiça social". Fantástica a fala do Padre que sugere ao Delegado que prenda Jesus, se este reencarnasse, visto que suas "ideias" são subversivas. Termino com outra fala fantástica: "Às vezes neste mundo é preciso mais coragem para continuar vivendo do que para morrer".
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akasaori 24/06/2022

Toda a "aventura" de mortos pela cidade é muito legal de ler e foi o que me empolgou por muito tempo a ler o livro, mas a contextualização que ocupa metade do livro me desanimou justamente por, apesar de ser muito bem escrita, não interferir na trama do livro ?.
Samara 28/06/2022minha estante
Pois é, o livro é excelente mas às vezes tinha a sensação que se tirasse algumas partes não faria diferença na história.




Icaro 17/01/2023

Me interessei pelo livro graças ao tweet famoso que cita o acontecimento principal do livro: a volta dos mortos para expôr os moradores da pequena cidade de Antares.

Mas a história começa muito antes disso, na verdade. Começa com antes de Antares se chamar assim, começa com o Coronel Vacariano sendo o líder da região, entrando em disputa com os Campolargo (uma família rica que chega na cidade), disputa por poder, política, um estudo sociológico polêmico, política, tramas familiares, política... A parte central da história se passa durante a ditadura militar do Brasil (1964), pontos de vistas diferentes e até a disputa esquerda x direita.

Não tenho muito o que falar desse livro, porque ele é complexo demais pra ser resumido. Mas ao contrário da sinopse, ele não fala só da volta dos mortos, isso não é o assunto principal.
Esse livro fala muito sobre a política em um dos momentos históricos mais difíceis no nosso país, e apesar de ter sido publicado no século passado, podemos ver como ele ainda reflete o momento presente e como isso é preocupante.

Gostei, interessante, mas não é um livro pra lazer.
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Andrea 18/01/2023

Incidente em Antares
Erico Verissimo novamente fantástico. Nessa obra se conhece o poder coronelista da pequena cidade de Antares, e seu famoso incidente em sua história mais recente: uma greve onde até os coveiros pararam de trabalhar. E no primeiro dia da greve, sete mortos ficaram sem sepultamento. O resultado? BARRACO com lavação de muita roupa suja, envolvendo os mortos que apenas queriam a dignidade de serem enterrados. Uma leitura envolvente do início ao fim, onde muitos aspectos sociais e históricos são abordados!
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