Suruassossaurus 27/08/2023
"-SAI DAÍ, NEVILLE!"
Diferente do filme, este livro se passa no final da década de 70 e o protagonista é um homem simples e pouco estudado, porém hábil com trabalhos manuais e de mente ativa o bastante para entender como as coisas funcionam e o que precisa fazer. Robert Neville é o sobrevivente de uma praga de vampiros que, imune ao que quer que seja que a causa, busca uma forma de sobreviver. O livro se inicia já há meses da "queda da sociedade", com uma rotina estabelecida na qual se agarra fortemente para seguir em frente.
Todo dia ele sai pela cidade procurando suprimentos, explorando locais nos quais ainda não foi e eliminando os vampiros que, como nas lendas, de dia ficam letárgicos. Como proteção e armas ele utiliza de cruzes, espelhos, alho e estacas, coisa que o revoltam e o impulsionam a ler, estudar e a aplicar o método científico para procurar uma explicação plausível que fuja do misticismo. Toda noite os vampiros cercam sua casa, alguns parecendo bestiais, outros falando e até tentando seduzí-lo, coisa que mexe muito com Neville e que o atormenta desde a morte da esposa. Entre descobertas e decepções, episódios de esforço muito empenhado e de tristeza beirando a depressão e a loucura acompanhamos o protagonista neste livro que me prendeu pela premissa diferente da história que eu conhecia graças ao filme (aqui, diferente de A Guerra dos Mundos, continuo achando o filme uma boa adaptação) . Neville é um personagem resiliente que busca desesperadamente sobreviver em um mundo destruído sem saber ao se há motivos para ter experança.
É um livro rápido de fácil leitura e que te prende pela curiosidade e pela preocupação com o protagonista. Aos poucos ele retorna ao passado enquanto tenta lembrar de coisas que lhe forneçam pistas para ajudá-lo a procurar uma cura ou um modo mais efetivo de eliminar seus perseguidores. Em diversos momentos nos surprendemos tanto quanto o personagem com acontecimentos que simplesmente acontecem do nada e quebram toda a rotina que acabamos nos acostumando durante a leitura. É interessante ver, partindo do ponto de vista de hoje em dia, que os vampiros agem como os zumbis que tanto vemos por ai em diversas mídias e, pesquisando, descobri que esta semelhança não é por acaso uma vez que serviu de inspiração para obras posteriores contendo outros tipos de mortos-vivos. Por fim, a conclusão do livro é surpreendente, o ponto alto da história, completamente inesperada, original e tem uma ligação direta com o título da obra. Assim sendo, é um dos meus livros favoritos e vale muito a pena ler.