Resenhas - Pais e Filhos

Leticia 25/01/2024

Classico russo
Um classico russo. Facil e rapido de ler. Um livro machista mas nos padrões da epoca. Questiona muito a questao da propriedade e introduz conceitos do comunismo.

Ramon 25/01/2024

Livro excelente!
" Sabes do que me lembrei? Uma vez zanguei-me com nossa falecida mãe; ela gritava, não queria ouvir-me...Por fim, disse-lhe: a mãe não é capaz de me compreender, já que pertencemos a gerações diferentes. Ela ofendeu-se muito, e pensei: nada a fazer!
A pílula é amarga, mas é preciso engoli-la.
Agora chegou a nossa vez, e os nossos herdeiros podem dizer-nos: são de outra geração, engulam a pílula."

Esse é um livro sobre abismos, abismo entre pais e filhos, entre amigos, entre mundos.
Impressionante como podemos habitar em mundos diferentes, e nem nos darmos conta. A não ser quando for tarde demais.

Abismos não se constroem da noite para o dia, mas com uma vida de indiferenças e ressentimentos. As pessoas podem dividir o mesmo teto, e ainda sim, serem completos estranhos um ao outro.

O conflito entre gerações muitas vezes é inevitável, as ideias mudam, o tempo passa, os jovens envelhecem, os velhos morrem, e o mundo segue seu ciclo. E essa é a beleza trágica desse livro. Apesar de refletir uma realidade da Rússia do século XIX, não deixa de tocar nos relacionamentos do século XXI.

"Ainda somos os mesmos
E vivemos como os nossos pais."

Itapuan 24/01/2024

A Consciência do não acreditar em nada!
Um excelente livro sobre conflito de gerações que nos faz refletir sobre a proposição: O que faz um niilista diante do amor e da morte?

Oscar 23/01/2024

Sobre a pílula amarga e o conflito de gerações
Um livro fascinante, uma leitura leve e profunda, simbólica. No que diz respeito a história russa, sou um leigo, mas percebe-se a época de transição em que passava o país e a mudança de pensamento de uma geração para outra.

Minha visão pessoal é de que Bazarov morreu de amor, morreu negando sentimentalismo e romantismo, seguindo o que considerava ser um desapego que norteava sua teoria. Mas não existe possibilidade de desapegar destas coisas que Bazarov considerava vãs. Bazarov que nasceu para grandeza, morreu assim como os grandes, em uma hora repentina, quando se rendeu a apatia e a tristeza, ao voltar para casa.

Sobre a pílula amarga, o conflito de gerações em Pais e filhos mostra o lado cruel da paternidade e da liberdade dos filhos. O ultrapassado, o velho, essas coisas me fazem refletir sobre a vida, filosofia e ciência.

Um livro essencial, amargo e russo.

Ana 23/01/2024

O melhor clássico russo!
Esse foi o meu primeiro contato com o turgueniev, e que surpresa boa! (agradeço aqui ao meu amigo isaías pelo presente na edição maravilhosa da antofágica). é um livro engraçado e extremamente sensível ao mesmo tempo. além de tudo, é um clássico em seu maior sentido: uma obra que não envelhece. me senti intimamente tocada pelas relações entre os personagens e por como elas encontram eco na minha vivência. incrível, incrível, incrível! me fez lembrar do porquê escolhi a literatura como carreira.

Alexia.Gassenferth 21/01/2024

O primeiro retrato do conflito geracional
Segundo autor russo lido.
Acredito que um dos grandes trunfos dos autores russos do seculo XIX é traduzir a natureza humana e as questões sociais de forma universal.
Não importa que estamos no Brasil no século XXI, encontramos muitos Bazarovs e pais na ânsia de não se verem obsoletos e com dificuldade de comunicação com as novas gerações.
Encontramos e fazemos parte das gerações de jovens que chegam naquela fase da vida de criação de ideias próprias e questionamento de tudo que a geracao anterior fez. Temos certeza que sabemos tudo, que descobrimos o segredo. A maioria de nós acaba aspirando algo muito parecido do que nossos pais construíram.

Eu achei um livro muito fluido e fácil de ler. Devorei. Arrisco dizer que é um bom primeiro livro russo, pra quem quiser começar.

vini 19/01/2024

eu adorei o livro, devorei ele. mas SENHORE como aquele bazarov é chato meu deus ele tratava os pais super mal tadinhos veir

Matheus 19/01/2024

Pais e Filhos - Ivan Turguêniev
Pais e Filhos é a segunda obra de Turgueniev que leio, e em ambas, me fascina a habilidade do autor em descrever o tempo, as diferenças entre gerações e os regozijos da mocidade. É como se ele fosse o próprio Cronos; Turgueniev utiliza o tempo como um dos elementos principais de sua obra, permitindo que ele teça o enredo. É incrível o nível elevado da literatura russa. Se leio Dostoiévski, sou convidado a mergulhar na psiquê humana; se leio Tolstói, sou confrontado com diversos dilemas morais, e ao ler Turgueniev, sou totalmente envolvido pelo tempo. Enfim, que obra magnífica! Recomendo muito a leitura. Ambientada na Rússia do século XIX, a narrativa gira em torno dos conflitos geracionais e ideológicos entre pais conservadores e filhos revolucionários. A trama se desenrola com a visita do jovem e iconoclasta Bazarov à propriedade rural dos pais de seu amigo Arkádi. Bazarov, um niilista convicto, representa a juventude rebelde e cética da época. Seu embate com os valores tradicionais e o confronto com a sociedade estabelecida formam o cerne do enredo. Turgueniev habilmente tece uma tapeçaria complexa de personagens, explorando suas motivações e dilemas. O autor utiliza o relacionamento entre pais e filhos como uma lente para examinar as mudanças sociais e políticas ocorrendo na Rússia da época. A obra destaca-se pela riqueza psicológica de seus personagens, pela análise aguda das contradições sociais e pela reflexão profunda sobre o papel do tempo na evolução das relações humanas.

Fernanda.Caputo 15/01/2024

Os homens se parecem mais com seus tempos que com seus pais
No começo, talvez pela tradução (essa edição do Clube de Literatura Classica é feita pelos irmãos Guerra, em português de Portugal), não me pegou muito.
Mas, conforme fui lendo e me acostumando, simplesmente não consegui largar.

A postura dos dois jovens estudantes, Arkádi e Bazárov, de superioridade em relação aos pais é tão, tão atual!
A cena em que Arkádi tira um livro de Púchkin das mãos do pai e o substitui por algo que julga mais adequado é emblemática.

Bazárov, especialmente, acha-se um Deus: "Tu, meu amigo, continuas parvinho, ao que vejo; os Sítnikov deste mundo são necessários. Percebes? Preciso desses idiotas. Não são os deuses que cozem os potes!".

Confesso que ao longo do livro achei Bazárov absolutamente detestável, mal educado e arrogante. No entanto, ao final, comecei a sentir um pouco de piedade. Vazio e triste, isolado em seu pedestal autoconstruído. O romantismo que ele tanto desprezou, é necessário.

É uma leitura esplêndida. Recomendo muito!

Michel 11/01/2024

Resenha pais e filhos
Uma história que a cada página me conectava mais com a história, tendo certo afeto por certos personagens. Seus pensamentos, discussões e filosofias me fez pensar sobre muita coisa. Que livro, não é a toa que é um clássico russo

Tata 10/01/2024

Parecido com o primeiro livro que eu li do Turguéniev, também começou com um tom mais romântico e termina com um acontecimento trágico. Gostei muito de ler a dinâmica de relações do Bazarov com os pais, que se distanciam muito por causa da diferença de gerações

derkr13g 10/01/2024

NOTA MÁXIMA!
"... Por mais apaixonado, pecaminoso e revoltado que tenha sido o coração recolhido àquele túmulo, as flores que crescem sobre ele olham placidamente para nós com seus olhos ingênuos: elas nos falam não só da serenidade eterna, daquela serenidade grandiosa da natureza indiferente; elas também nos falam de reconciliação eterna e de uma vida infinita..."

O espírito livre de Bazarov nos encanta, nós meio Pável, meio Arkadi...

Cilene 10/01/2024

Uma.das principais lições extraídas do livro é a natureza dinâmica das relações familiares e sociais. Turguêniev destaca como as gerações muitas vezes se distanciam uma.das outras devido a mudanças sociais, políticas e culturais. O autor não toma partido, apresentando as perspectivas tanto dos pais como quanto dos filhos com empatia, permitindo que o leitor forme suas próprias conclusões sobre o conflito central.
Além disso ofere6uma análise perspicaz das ideias niilistas que floresceram na Rússia do século XIX. Basarov o protagonista personifica a mentalidade niilista que questiona e desafia as estruturas tradicionais, antecipando os tumultos sociais que caracterizariam a Rússia nas décadas seguintes.

Marcia.Moutinho 10/01/2024

Obra prima da literatura russa do século XIX. Leitura fácil, fluída e maravilhosa. Vale muito a pena.

Suélen 03/01/2024

O livro tem várias nuances. O que foi mais marcante para mim foi esse encontro geracional do Nikolai, Pável, Arkadi e Bazárov. O Arkadi para mim comunga dos preceitos do Bazárov por uma questão de estima e admiração pelo amigo, mas é notável o quanto ele tem de reprimir sentimentos por exemplo quanto ao pai, para não trair os preceitos que comunga com o amigo. As discussões entre Pável e Bazárov também são um capítulo a parte, pois enquanto o primeiro pensa na melhoria de forma gradativa o outro é um questionador que não pensa em si como ator da mudança, questionador de tudo.
Esse home que questiona a tudo, que não se atém a nada é pego pelo sentimento e isso faz com que o personagem fique desconcertado, pois nem mesmo o Niilista é imune a vida em suas experiências. A morte deste home chega a ser tola, pois alguém que sempre fez experimentos não se precaver ao fazer uma autópsia e acabar contaminado é no mínimo curioso.
Outro ponto são os pais do Bazárov, pessoas extremamente amorosas que vivem pela chegada do filho e que tem que conter seus sentimentos perto deste, por ele não gostar, achei uma parte triste.