Os papéis de Aspern

Os papéis de Aspern Henry James




Resenhas - Os papéis de Aspern


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Penalux 19/10/2017

Realismo de Henry James
Henry James nome internacional de destaque no terror psicológico, mostra prodigiosamente outra face de sua habilidade como escritor, ao escrever o livro realista “Os papéis de Aspern”.
Fazendo jus a escola literária que bem a define, a obra é uma narração do ponto de vista de um narrador-personagem, e sua sedenta busca por informações sobre a vida de Jeffrey Aspern.
O narrador é um editor, que tem uma obsessão pelo escritor Aspern, situação que é intensificada quando ele descobre “informações extras” sobre o poeta. Estes dados estão de posse da personagem Juliana Bordereau, uma mulher que pode ter sido a musa do poeta Aspern.
Rumores apontam que a fonte de inspiração para James, é a possível história romântica entre o poeta Byron e Shelley, a qual teria seria respaldada pela existência de cartas que apontam para a possibilidade deste romance.
O local no qual James situa sua história é a cidade de Veneza. Embora a cidade seja amplamente exaltada nos seus aspectos belos e artísticos - tão bem casados à lírica romântica - ela é recortada, nesta obra, pelos seus aspectos nem tão explorados, seus labirintos e gôndolas, que parecem desnortear o leitor.
A narrativa enquanto realista, mostrará todas os vícios do sexo, dos interesses e da obsessão humana, que se misturam e desenvolvem no decorrer da perseguição do narrador pelos seus objetivos, como a afirmar que “os fins justificam os meios”.
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yeuxdelilah 13/10/2017

Não sabemos o nome do protagonista dessa história, mas ele é um grande admirador das obras de um escritor chamado Jeffrey Aspern e digamos que essa admiração nunca cessa, ele é obcecado, coleciona, pesquisa e edita tudo o que encontra do poeta. Na companhia do seu sócio, o narrador-personagem dessa história acaba descobrindo que existe uma mulher em Veneza que possui escritos inéditos do Jeffrey Aspern. Quando ele percebe isso, o personagem vai ao encontro da moça para tentar convencê-la a ceder esses manuscritos.

Só que ela não parece colaborativa, na verdade, ela não quer ter contato com eles e evita qualquer tipo de encontro. Mas o personagem tenta tramar planos para se infiltrar no casarão onde mora Mrs. Bordereau e tenta chamar atenção da mulher de diversas formas a fim de conseguir o que quer. O mistério percorre a história inteira, o que facilita a narrativa despretensiosa que cativa o leitor a cada capítulo. Acompanhamos a trajetória desse narrador/leitor de Aspern de forma muito objetiva, acompanhamos as tentativas para conseguir os escritos e o que ele faz para conseguir. Digamos que ele não faz isso de maneira muito honesta, o personagem usa de artifícios para conseguir o que quer, ele engana e é ambicioso; inclusive, é uma das críticas presente na obra: o que somos capazes de fazer para atingir nossos objetivos? Para obter o que queremos, seremos capazes de enganar pessoas, passar por cima de todo e qualquer sentimentalismo e escrúpulos? É com esse estudo implícito da personalidade humana, que Henry James nos teletransporta para uma Veneza apaixonante e nos faz conhecer personagens realistas.

É uma história que não dá para largar enquanto você não souber o final. Particularmente, eu me apeguei muito a minha edição, as páginas são amareladas, o livro é em capa dura e a fonte é bem legal. Além disso, também tem uma pequena introdução feita pelo tradutor do livro, possui ilustrações e notas ao pé da página. Acho que é uma das edições mais bonitas de clássicos que eu tenho e assim eu pude conhecer um pouco mais sobre o trabalho exemplar da Editora Penalux. Todos os aspectos que eu citei me fizeram apreciar muito mais a experiência. Posso dizer que, provavelmente, é a edição mais acessível que temos e vale adquirir porque é bem caprichada. No mais, indico Os papéis de Aspern para quem quer conhecer autores clássicos da literatura estrangeira e para quem quer mergulhar em uma história cativante.

Leia o post completo em: http://bit.ly/2wUpuUX

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site: www.livrosqueli.com
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Ronnie K. 07/04/2009

Os papéis de Henry James
Certa noite, profundamente entediado da vida e sem companhia que pudesse me entreter, lembrei-me de que, havia pouco tempo, adquirira uma novelinha do Henry James intitulada "Os papéis de Aspern". James, um dos meus ídolos literários. Pensei que não seria nada mal a leitura, ainda que meu desânimo pela situação em que me encontrava fosse bastante forte.

Poucos livros na vida li de uma tacada só. Esse foi um deles. Já li uma boa dúzia de novelas, romances e contos de H. James e, sobretudo tirando por essa, posso dizer sem rodeios: ninguém escreve como Henry James. Talvez Proust, pelo que ouvi dizer, mas Proust, que eu nunca li, não foi capaz de escrever contos e novelas. Mas a questão aqui não é essa. estamos falando de Henry James. O mago da narrativa. Em suas narrativas curtas, como essa, ele costuma nos arrebatar já nas primeiras 5 linhas escritas. A imersão é retumbante! Somos arremessados direto no olho do furacão, como costumo dizer, no centro de algum acontecimento que aos poucos vai sendo esclarecido. Ele penetra de tal modo na mente dos personagens, com uma exposição tão rica de detalhes reveladores, que é impossível não se deixar levar. E os diálogos? Nessa sua fase de contos e novelas, após passar por um período frustrante como autor de teatro, os diálogos são brilhantes e precisos, para dizer o mínimo.

Exemplo perfeito dessa maestria se encontra nesse "Os papéis de Aspern". Nessa história de combate moral e psicológico que se desenrola num velho casarão veneziano envolvendo três personagens centrais: um editor americano, que viaja à Veneza em busca dos manuscritos inéditos de um gande escritor, a velha senhora que ele acredita possuir os manuscritos (por ter sido uma das amantes do escritor em tempos remotos) e a sobrinha desta. O editor abrirá mão de meios não muito honestos para seduzir a sobrinha e consquistar a simpatia da desconfiada velhota para chegar aos manuscritos. A trama se desenrola em Vezena. Há belas descrições de passeios pela cidade. Porém a maior parte da ação se dá dentro do velho e isolado casarão onde residem as duas solitárias senhoras, que tem o editor como inquilino. O suspense e o drama estão garantidos. Assim como certa dose de ironia e humor negro. Até o desfecho sensacional e perfeito!
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Claire Scorzi 22/03/2009

Outra novela de Henry James de primeira linha. A atmosfera onírica e fantasmagórica de Veneza, a criação de tipos como a antiga amante do escritor americano - agora uma anciã desagradável e ávida por dinheiro - a obssessão do crítico admirador do escritor falecido, as ambiguidades nas atitudes e nos diálogos... Há um prato cheio nessa obra curta que deve ser lida atentamente. Como em outras histórias de James, a interpretação pode se alterar a cada nova leitura.
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