Resenhas - Nothing Was the Same

10/11/2022

Um bom livro de memórias!
Possuo uma admiração imensa pela Kay Jamison enquanto psicóloga conceituada, bipolar e estudiosa dos transtornos do humor, que colocou sua carreira promissora em risco a partir do momento que revelou seu diagnóstico para tentar ajudar as pessoas ? e como funcionou. Considero seu livro ?Uma mente inquieta? como uma espécie de bíblia da bipolaridade.

O único problema foi que eu esperava encontrar nesse livro ?um estudo psicológico penetrante sobre o luto?, que é o que está na descrição, mas senti que não teve tanto esse foco no luto, como se o livro fosse (muito) mais sobre quem o Richard foi para ela e menos sobre seu processo de luto, que foi o que havia despertado meu interesse. Eu supus errado também (e aí a responsabilidade é toda minha) que a bipolaridade intensificaria seu processo de luto, como no meu caso, e que haveriam passagens sobre como navegar entre esses dois mares tão turbulentos: a morte de alguém que amamos e a morte simbólica de nós mesmos em um episódio depressivo. (Mas acho ótimo que o caminho dela foi diferente).
Enfim, é um livro bom, mas como gostei tanto de Uma mente inquieta, imaginei que esse me tocaria da mesma forma e não foi o que aconteceu. Ainda assim, é claro, fui tocada. Acho incrível que a arte proporcione que tantas pessoas conheçam fragmentos da personalidade e da vida de alguém que já se foi, mas que está eternizado em palavras repletas de amor e, dessa forma, jamais terá realmente ido embora.