Gabi 14/02/2015Em uma palavra? Uau.The Darkest Minds é o primeiro livro da trilogia sci-fi distópica homônima, escrita pela linda Alexandra Bracken e lançado em 2012 pela editora Hyperion Book CH. O livro chegou no Brasil em 2013 como Mentes Sombrias pela editora iD.
Após ver a maioria das crianças da sua turma na escola e do seu bairro serem dizimadas por uma suposta doença epidêmica, a garota ao completar 10 anos, a garota finalmente "descobre" o que está acontecendo. Infelizmente, da forma mais difícil.
Ao redor de todos os Estados Unidos, crianças entre 8 e 14 anos são descobertas com certas... habilidades. Temerosos pela classe de crianças mutantes - as Psi - e seu impacto no futuro, o governo desestabilizado não demora a reagir, retirando-as para "campos de reabilitação" para que elas pudesse ser tratadas. Até parece.
Nas 488 páginas, divididas em 31 capítulos, acompanhamos pelos olhos e mente de Ruby como, por 6 anos, a garota se virou para sobreviver em Thurmond, a maior e pior área de concentração das crianças Psi, e, principalmente, como é importante que ela dê o fora dali. Em sua corrida pela sobrevivência, Ruby acaba esbarrando em um pequeno grupo de crianças também Psi e desajustados composto por Liam, Chubs e Zu. Depois de vários altos e baixos, os garotos acabam acolhendo Ruby como seu quarto elemento.
A história distópica não parece pertencer a um futuro tão distante, criando uma conexão entre o livro e o leitor. É fácil de comprar e de se perguntar sobre quão facilmente aquela situação poderia se tornar nossas vidas em 20/30 anos. Sensação que é ainda mais potencializada com o uso de fatos históricos reais na metade para o final do livro pra explicar a realidade da história.
A narrativa da Alexandra é super fluida. Apesar de nos contar sua história de forma simples, foi fácil sacar quando a autora estava dizendo mais do que o aparente e obvio. Como, por exemplo, quando ela usava trechos do livro predileto de Chubs e a metáfora e analogia do coelho. Muito bacana. Mesmo com um tema e atmosfera mais obscuros, por assim dizer, o bom humor dos personagens das situações que a Bracken propõe são nível ri alto. Aliás, quando a Alexandra se propõe a escrever uma cenas mais engraçadas, ou cenas de ação, ou cenas emotivas, etc... Maaano, se ela não arrasa!
Além da premissa promissora, o equilíbrio entre os elementos usados na construção do livro foi no ponto, com tudo muito bem distribuído. A distopia não encobre a fantasia, e nenhum dos dois tomam o espaço do romance e da aventura que vem da road trip, que, por sua vez, não estraga nem a distopia nem a fantasia.
O grupo de personagens é outro ponto forte. Tanto as características dos personagens individualmente quanto as interações deles uns com os outros foi incrível. Ver a amizade entre o Chubs e a Ruby florescer foi uma experiencia única, levando em conta que ele não queria de forma alguma a garota viajando com eles. Também tem a forma como eles estão sempre cuidando uns dos outras, como eles são super protetores com a Zu, e o romance que nasce entre o Liam e a Ruby... tão fofo!
Isso sem falar no desenvolvimento e crescimentos desses ditos personagens. A diferença, por exemplo, da Ruby do começo que se escondia atrás de uma de suas colegas, e da Ruby que vemos nas paginas finais do primeiro volume da trilogia é sensacional. Acho que esse é um dos motivos pelos quais eu gostei tanto dessa leitura. Ver uma personagem feminina gradativamente criar suas asas e se aceitar, se estabelecer, criar propósitos e se tornar tão independente que ela começa a tomar parte de outras pessoas? Lindo, lindo, lindo! Ruby é modelo quando se trata de personagens principais YA.
Como nem tudo são flores, meu único problema com The Darkest Minds foi entrar na história de início, Tive que ler o primeiro capitulo umas boas três vezes e me forçar a passar para o segundo antes que a leitura começasse e fluir para mim. Isso porque tem muita introdução e construção do mundo e, como eu já comentei antes, esses vários parágrafos de localização e exploração do universo me saturam um pouco.
Ainda assim, The Darkest Minds foi, definitivamente, um dos meus prediletos do ano passado. O livro consegue ser divertido, sóbrio, ter uma quantidade agradável de fofuras e, graças a road trip e o que essas crianças encontram na estrada, temos uma dose constante de aventuras e desaventuras. E eu comentei que de playlist e música de fundo temos um Estados Unidos que só tem espaço para clássicos do Rock nas rádios? Pois é.
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