Recebi "A Sombra da Lua" através da parceria com a editora e estava curiosa sobre o que poderia vir por ai. Seria apenas mais um autor de série policial cujo nome é o próprio detetive? Não conhecia John Sandford, mas pesquisando para essa resenha descobri que essa série é um spin-off de outra série policial do autor. Virgil Flowers aparece pela primeira vez na série “Lucas Davenport”, personagem que aqui faz o papel de chefe de Virgil. O detetive de John Sandford é diferente do tudo que já li no gênero. Além de não ter o estereótipo padrão possui uma personalidade no mínimo curiosa.
Virgil Flowers é investigador do departamento de detenção criminal do estado de Minnesota faz três anos. Essa agência existe mesmo, o DDC trabalha em parceria com as polícias locais, cuida de análises de provas para cidades que não possuem laboratórios e investiga casos complicados e casos que chamam atenção da mídia. Virgil é enviado a Bluestem para investigar há morte dos Gleasons quando chegando à cidade presencia o incêndio reduz as cinzas à velha mansão de Bill Judd. Um rico fazendeiro que se envolveu em um esquema ilegal no passado que tirou o dinheiro e as terras de quase todos da cidade. O xerife acredita que os casos estão interligados, cabe a Virgil encontrar a ligação. Muitas pessoas teriam motivo para matar Judd, afinal ele roubou muitos deles, mas e os Gleasons? Quem teria motivo para matar o médico aposentado e sua esposa? Virgil percorre a cidade atrás de pessoas que conheceram Judd no passado a procura de algum segredo que possa ter desencadeado as mortes. A cidade é pequena, todo mundo conhece todo mundo e fofocas correm rápidas. Virgil usa isso a seu favor e as perguntas que andou fazendo começam a surtir efeito. Logo ele descobre uma pista importante e a partir daí o mistério começa a se revelar. O antigo médico, o antigo xerife e o agente funerário. O que eles têm em comum com Bill Judd?
A narrativa, as viradas na trama e a ambientação do livro são muito boas. Todas as descrições são rápidas, mas precisas e por vezes é possível sentir o clima árido, o sol a pino e a vista de fazendas intermináveis. A forma como o autor desencadeia os acontecimentos tem seu diferencial e apenas com interrogatórios Virgil consegue juntar as peças do caso. Parte de um segredo aqui parte de uma notícia antiga ali e ele descobre qual é o grande podre da vida de Judd. Virgil conseguiu informações que o levaram direto a um emaranhado de dois casos. A intenção do assassino de desviar o foco de si acabou rendendo pouco. A ideia foi boa, o problema é que em momento nenhum consegui acreditar que aquele era o caminho. Eu não adivinhei o nome do assassino, mas quem ele era ficou claro assim que Virgil descobriu a principal pista. A surpresa do final fica por conta da “responsável” por tudo isso. Jamais poderia ter pensado que o assassino só apareceu por causa daquilo.
O que mais me incomodou no livro foi a personalidade de alguns personagens. Virgil com seus cabelos longos e camisas de banda de rock não é o típico investigador, parece mais um caubói. Até ai tudo bem, nada contra o que as pessoas usam ou deixam de usar. O problema é que (...)
Termine de ler em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com/2012/03/resenha-sombra-da-lua.html