Bartleby, o escriturário

Bartleby, o escriturário Herman Melville




Resenhas - Bartleby, o escriturário


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Henrique Fendrich 25/09/2019

Não li ainda nenhuma análise sobre a história, mas eu vejo da seguinte maneira. Toda vez que Bartleby diz "prefiro não fazer" é porque algum dia ele JÁ FEZ o que estavam lhe sugerindo e o resultado não foi positivo. De início, ele devia se esforçar para fazer o que lhe pediam, mas, por mais banal que fosse a atividade, isso lhe custava tamanho esforço pessoal que chegou um momento que ele desistiu. Agora ele não faz. Quando decide parar de fazer as cópias, é porque estava prejudicando a sua vista. Depois de um tempo os olhos melhoraram, mas se ele fizesse aquilo de novo a sua vista iria ficar ruim novamente. Então ele "prefere não fazer", porque é o medo que dita o seu comportamento.

Não é que ele defenda a sua "individualidade", o seu "direito de não fazer", o que Bartleby defende é a sua própria vida, em toda a sua integridade - por mais absurdo que nos pareça, é um drama dessas proporções que se passa na cabeça de um fóbico quando lhe pedem para fazer uma coisa banal como ir ao correio. Ele não quer dar explicação, não quer falar de si, porque já deve ter feito isso - e não foi nada bom.

Bartleby é o paroxismo do fóbico, é o medo levado às últimas consequências. Ele quer ficar no seu cubículo no local de trabalho porque ali tem segurança. Por que sair de lá e ir para um lugar onde será julgado por todos? Bartleby está paralisado e assim ficará, se preciso for, até a morte.

Tipos assim existem em nossos dias e em nossa realidade. São consequência do nosso processo de desumanização, da vida burocrática, impessoal e competitiva que nós adotamos.
Ricardo 25/09/2019minha estante
Essa é uma forma de ver o personagem e a história mas eles tb poderiam ser vistos como uma alegoria de resistência pacífica contra toda forma de dominação. A versão em negativo de Tempos Modernos de Chaplin, o gesto político de Rosa Parks ao se sentar em local proibido no ônibus, o movimento hippie de paz e amor, entre outros... Bartleby me comove por sua imensa fortaleza em meio à enorme fragilidade. ? alguém que ousa dizer 'não' enquanto outros mansamente se resignam à infelicidade.


Henrique Fendrich 25/09/2019minha estante
Sim, estou por dentro também (e inclusive endosso) essa forma de resistência, que a mim foi apresentada por Tolstoi, mas achei o personagem "perdido" demais para que pudesse ser aplicada essa interpretação. ? claro que as grandes obras literárias são justamente essas, as que não deixam uma única interpretação, variando de sentido conforme o leitor.




Samantha @degraudeletras 28/12/2021

“O absurdo não liberta; amarra“ Albert Camus
Bartleby, o escriturário: uma história de Wall Street foi a primeira publicação de Melville após Moby Dick e saiu no periódico Putnam’s em 1853.

Esta obra é narrada por um advogado que trabalha com escrituração e possui três funcionários de personalidades bem distintas. Diante do aumento das demandas, ele resolve contratar um novo escrevente, então Bartleby é contratado. A figura do jovem logo chama a atenção de seu patrão “[…] Ainda hoje sou capaz de visualizá-lo – palidamente limpo, tristemente respeitável , incuravelmente pobre!”p. 27

Logo nos primeiros dias de trabalho, Bartleby se mostra diligente em suas atividades, copia os documentos com todo esmero possível, é o primeiro a chegar e o último a sair, não sai da mesa nem para comer. Tudo caminhava bem, até que ao ser solicitado pelo Advogado para realizar uma tarefa, responde com “Prefiro não fazer”.

A partir dessa recusa, o advogado começa a olhar Bartleby de maneira mais atenta, a apatia em relação à vida é o que sobressai. Até mesmo o uso do “Prefiro não fazer” demonstra a falta de imposição, de querência, ele não chega a não querer, apenas prefere.

A presença de Bartleby começa a incomodar a todos, aquele ser inerte que prefere não realizar atividades e que se alimenta apenas de bolinhos de gengibre parece apenas esperar pela passagem do tempo. O advogado tenta demitir o escriturário, mandá-lo embora, mas ele permanece ali.

A falta de informações sobre o passado, os anseios e os pensamentos do jovem incomoda a todos e levanta várias incógnitas ao leitor. O mais interessante é que esse ser apático desperta no advogado certa preocupação, a história, sem reviravoltas ou explicações, beira ao absurdo, a rotina do escritório é abalada de maneira sutil e inesperada.

Logo no início da leitura lembrei de Dickens, pela narrativa fluida e bem humorada, em seguida a história caminhou para características kafkianas e, ao final, posso resumir Bartleby na frase de Albert Camus: “O absurdo não liberta; amarra“.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
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Renato 27/12/2019

Bartleby além de Bartleby: Melville e o Século XXI
Lendo Bartleby e algo mais


Se há alguma obra que nos transforma na literatura, ela certamente passa por Herman Melville. O curto 'Bartleby' é suficiententemente genial e enigmático para operar no leitor um questionamento que vai além do enredo da sua própria vida.

Muito já se comentou das semelhanças de Bartleby com 'O Castelo', de Kafka, com Borges, e muito da literatura moderna e contemporânea. Seu texto angular e sintético, suas parábolas repletas de significâncias nos remetem a ‘metamorfose’, a Beckett, ao 'O estrangeiro’ de Camus e muitos outros. Não é preciso dizer que é óbvio, mas tem que ser repetido porque o livro foi publicado em 1853, muito antes de qualquer menção à palavra desconstrução, quando a fé nos pilares da civilização e nas suas conquistas humanitárias sem credos ou deuses imateriais explícitos ainda reinava .

Não há qualquer spoiler nesta reflexão. E se houvesse algum, não faria a menor diferença. Simplesmente porque o enredo da novela e o desenvolvimento da trama são menos relevantes, complementares à simplicidade aparente do texto de Melville. O que importa ena novela é uma frase repetida diversas vezes, insistentemente, assim como no poema ‘O corvo’, de Edgar Allan Poe: 'Quoth the raven, nevermore”. Já Melville nos repete como uma argola infinita: 'I would prefer not to.'  Expressão traduzida de diversas formas. 'Eu prefiro não', mais fiel ao texto original, em primeira pessoa, mas num caráter mais pessoal, menos universal. Aparentemente Melville parecia querer expressar algo mais universal,  menos pessoal e desta forma mais significativo, o que aparece em traduções menos fieis e literais como 'É melhor não'.

Bartleby é o escrivão que a cada pedido, a cada questionamento e solicitação nega a demanda, e responde: 'I prefer not to', sem qualquer justificativa. Ele não quer e não faz. Ele nega o mundo, não cede.O escrivão é o homem que se opõe ao mundo, irredutível, sem confrontá-lo. Ao invés de transgredir, ele se apodera (Agamben) e nega. Age através da recusa à ação, é o homem da anti-ação. Sua atitude não é a da falta de ação da passividade, ao contrário, ele tem poder e resiste com força, não se entrega. Solicitado a sair do escritório, ele persiste. Ele não se movimenta, fazendo força para persistir. Este é o 'Bartleby' que seduz. O da resistência passiva.

A novela não é uma brincadeira, nem uma historinha contada somente para se divertir, apesar de que pode ser lida desta forma, habilidade que poucos escritores conseguem atingir. A interpretação deste texto claramente depende da maturidade do leitor. É um livro para se ler em diversas fases da vida. Como uma história divertida, aos dezoito anos, como uma reflexão sobre o sentido das nossas ações, décadas mais tarde.


“Nada irrita mais uma pessoa honesta do que a resistência passiva. Se o indivíduo ao qual se resiste não for desumano, e o que resiste, inofensivo, então o primeiro, com a maior boa vontade, vai se empenhar para que a sua imaginação construa com caridade aquilo que foi impossível resolver com a razão.”

— Bartleby, o escrivão - uma história de Wall Street de Herman Melville

Se Bartleby é um livro sobre resistência e poder, então qual é o objetivo da resistência que não confronta? Em primeiro lugar, Melville discute que a inação é uma resistência mais forte que o confronto, algo praticado quase 100 anos depois com Mahatma Gandhi. O poder não se exerce somente pelo confronto, mas também pela manutenção da integridade do indivíduo, a não corrupção pelo mundo. Esta barreira é uma resistência que demanda mais força que a oposição em confronto.

Nenhuma postura é mais ameaçadora para o líder, seja de uma nação ou de uma empresa, do que ‘I would prefer not to'. Especialmente quando não é a resistência de um único indivíduo. Qualquer gestor  sabe que poder é fé. As pessoas têm que acreditar no líder. Se elas não se subjugam, não se submetem, não cedem em troca de algo e acreditam no projeto que vai alem dos ganhos materiais então o líder e a empresa simplesmente não existem. Esta é a fórmula mais simples para o fracasso. Nenhum líder deseja a oposição, mas a prefere à resistência passiva.

Mas não sejamos inocentes. Não basta dizer não ao mundo, não interagir e persistir inviolado em seus princípios. O mundo é uma interação do indivíduo ao seu meio, onde um molda o outro. Fechar-se significa também impedir a interação e viver num ambiente narcísico, um grupo de mídia social. 

Calar-se sem negociar, desaparecer do horizonte dos outros por virtuosismo não transforma o mundo. Transforma o indivíduo. Sem se opor à resistência ativa, é possível pensar num Bartleby completamente contemporâneo,  é o primeiro herói narcisista do pós-modernismo, autorreferente e intransigente,  que luta sozinho, autocentrado, sem a organização em grupos. O indivíduo isolado, em seu hedonismo, acreditando na superioridade de seus princípios, fechado às negociações,  resistindo à força do mundo ao qual ele se opõe, sem efetivamente transformar. Numa primeira leitura podemos dizer que a resistência passiva de Bartleby é um sintoma do narcisismo do mundo de hoje, talvez por isto ainda seja tão vivo por empatia e identidade.

Por outro lado, ´I would prefer not to' não significa passividade ou entrega, nem egoísmo. Do ponto de vista social, dentro de um grupo, negar é mais poderoso que se opor, especialmente se a coletividade nega. Aquele que nega não aceita o outro, sua liderança. Quando o líder não é visto como líder, ele não existe, algo muito mais pesado do que ser visto como um líder justo. Um líder mal visto ainda é visto como líder, um líder negado não existe. Por isto a resistência passiva tem o potencial de ser muito mais ameaçadora para o poder dominante. Todo poder é simbólico, sem simbologia não há poder, a não ser pela força. Não se importar com o olhar do outro significar negar o EU dentro da sociedade, não existir. Assumir que a sociedade não importa é doloroso para os outros, porque também eles perdem a importância, também eles deixam de existir. Negar o mundo, não aceitar e se fechar às suas demandas. Aina que continue sendo um gesto narcisista, mas o narcisismo e o hedonismo tem um poder de desagregação maior que qualquer oposição.

A resistência passiva é portanto um ato político necessariamente anti-político. Anti-polis,  narcisista, onde o Eu nega o Outro sem concessões. Se nega o outro, nega a estrutura, o poder, a sociedade.

Mas isto pode ir além da resistência. Quando a resistência passiva nega também o político, então ela se torna individualista e autodestrutiva. Por isto é importante pensar em Bartleby além de Bartleby, um Bartleby transplantado para o século XXI. Um mudo futurístico para Melville, onde o narcisismo gera uma resistência passiva disseminada e não articulada dentor da sociedade. Um mundo feito de milhões de Bartlebys que não constroem carreira, que não se vinculam, num mundo líquido grandes oposições. Vivem num mundo líquido, negando suas estruturas, mas circulando dentro delas por pura necessidade de sobrevivência. Onde mediante a oposição prefere-se o 'I would prefer not to', não fazer, descasar, desempregar, desistir, mudar.  Mundo intransigências e pouca capacidade de vinculação e adaptação. Troca-se, nega-se ao invés de se lutar para transformar.Um mundo de Bartlebys desapaixonados.  Ou apaixonados pelos, seus prazeres e diversões. O século XXI traz uma nova geração carregada de um anti-institucionalismo espontâneo. Perdeu-se a fé nas instituições, nos governos, nos professores universitários, nas carreiras. É melhor estar sozinho, resistir à 'podridão das instituições' negando-as.

O segundo ponto importante para se abordar é a forma mais extremada de resistência passiva narcisista, quando o indivíduo diz 'I would prefer not to' para toda a sociedade, torna-se intransigente, refém de seus desejos mais primários e narcisistas. Na verdade este Bartleby não é o de Bartleby de Melville, ele consome é um escravo do seu hedonismo, mercadologicamente determinado. Desregulado, faz o que quer, e não aceita limites, regula a expressão do Outor porque não tolera ser recriminado. Este abominável Homem dos prazeres, que só faz o que lhe satisfaz, resiste a toda demanda que lhe causa desprazer, não cede, não faz. Não se vincula. E talvez por isto é um pedaço fragmentado de uma sociedade que perdeu sua força de agregação porque ela não tem motivos para se agregar. A força de uma civilização nasce da fé que ela tem nela mesma, na capacidade que possui de se agregar, de ceder para um bem comum. O mito do sacrifício é essencial em todas as sociedades, pois é ele quem valida a existência do coletivo, a renúncia de um desejo individual em prol de uma vida em comum. Por mais funcional e viável que seja, uma sociedade baseada somente no indivíduo não possui força porque não tem liga. Não tem interseção nem concessões. Esta é a sociedade que nos mostra Houellebecq em 'Submissão', uma sociedade tão fragilizada pelo hedonismo, que consegue ser facilmente suplantada pela força moral de uma civilização mais agregada, mas menos poderosa do ponto de vista tecnológico e econômico. 

O século XXI é um mundo de Bartlebys, de personagens que resistem por motivos diferentes daqueles contados por Melville, mas ainda assim fechados ao mundo, seja para melhorá-lo, seja para ignorá-lo. Não podemos deixar de lembrar que só existimos enquanto estamos no mundo. Nosso mundo de Bartlebys é um mundo de indivíduos que não existem. Aproveitam.


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Laura.Novelli 17/02/2020

Acho melhor não...
Livro curtinho, para se ler em menos de duas horas. O autor nos leva a imaginar como seria, de repente, se recusar a tudo! Não se sabe o porque, pura e simplesmente, Bartley passa a se recusar a fazer qualquer atividade. Acompanhamos o desespero do narrador, seu empregador, quando até mesmo deixa o prédio ele mesmo, já que o escrivão se recusa até a deixar o local que se tornou seu dormitório!
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Lise 23/05/2020

Instigante
Interessantíssimo. Da mesma forma que o narrador é incapaz de tomar atitudes mais enérgicas em relação o funcionário, também é impossível parar de ler. Achei uma leitura divertida e instigante, fiquei impressionada com a fluidez do texto apesar de ter sido escrito há muito tempo. O mistério do escrivão ainda ressoa na minha cabeça. Por que ele achava melhor não? Algum momento ele deixou de achar? (Pelo menos deixou de expressar...). Um exemplo muito bom de narrador não confiável. E essa edição... PERFEITA. A capa vem costurada, as folhas têm que ser cortadas para que o texto possa ser lido, como se o próprio livro oferecesse resistência. Um excelente exemplo de projeto gráfico alinhado ao conteúdo. Enfim, excelente. Recomendadíssimo.
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Rafa 22/03/2022

Meu primeiro Melville
A história é contada por um personagem, advogado, chefe de escritório para o qual Bartleby foi contratado, no serviço de escrivão. A narrativa se desenha, em um horror cômico, como o definhar definitivo do homem.

O conto avança sob duas perspectivas: de um lado, os personagens - o advogado, Turkey, Nippers, Ginger Nut e Bartleby; de outro, o espaço físico onde se desencadeiam os eventos, o cenário dessa tragédia da humanidade.

Eu não vou me estender muito, mas quero destacar alguns pontos: o escritório, ambiente de trabalho dos personagens, localiza-se em Wall Street, e se apresenta como um local "insípido, pois lhe faltava o que os pintores chamam de ", a janela tem vista para uma parede alta de tijolos escurecida "pelos anos e pela sombra permanente". Observe o peso que já se desenha no cenário!

Quando se passa à caracterização dos personagens, há uma nota kafkiana: o homem medido pela sua utilidade.

O viés cômico da narrativa é a "excentricidade" (que, na verdade, se delineia mais como um desespero colossal) de Bartleby, que pouco a pouco, no uso da frase "acho melhor não", "eu preferiria não", acaba por se negar a cumprir qualquer atividade, limitando-se a deixar a vida passar, preso aos seus devaneios.
Isso, contudo, para o advogado, e para o leitor, que o acompanha, é um absurdo que choca de modo tal a provocar uma completa ausência de reação - o que eu faço com isso?

Avançando, o peso do cenário casa com a solidão e abandono profundo do homem: "Aos domingos, Wall Street é tão deserta quanto Petra; e todas as noites de todos os dias são uma desolação. (...) Nesse lugar Bartleby fizera a sua residência; o único espectador da solidão que já vira povoada (...)".

Vou evitar prosseguir na história, MAS ainda vou destacar uma cena - a da mudança: o biombo, que reservava o local onde ficava Bartleby, sendo "retirado, dobrado como imenso fólio, deixando um ocupante imóvel em uma sala vazia".

A ambientação atravessa a linguagem, na mesma proporção da frase insólita, dando destaque a um silêncio devastador.
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Nathalia.Ribeiro 02/07/2020

Instigante
Um livro muito instigante que deixa mais perguntas do que respostas.

O narrador nos relata a história de Bartleby a partir do momento que o contrata para trabalhar em seu escritório.

Qualquer coisa que eu fale a partir daí pode se tornar spoilers.

Pode-se olhar a história por um viés filosófico, sobre a manutenção de convicções.

No mais, é um livro curto que vale muito a pena ser lido pela fluidez da narrativa e a maneira como prende o leitor à história até as últimas páginas.
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Ana Luiza 24/09/2023

Bartleby
Uma das muitas histórias de Wall Street, mas a única sobre Bartleby.

Pouco se fala sobre os copistas, de modo geral, nunca houve tempo para dedicar importância a simples escriturários, mas seria uma lástima permitir que figura semelhante não tivesse sua história, ainda que incompleta, narrada.

Em um pequeno escritório, onde há outros dois funcionários excêntricos, encontramos Bartleby que, de certa forma, é um complemento/oposto em produtividade e essência. De modo geral, um ótimo copista, até ? não ser mais.

Bartleby simplesmente ?preferia não?. Preferia não atender mais aos pedidos do chefe. Preferia não mais ser um copista, assim como preferia não se mover de si mesmo.

Um intervalo entre o ser e o não ser, um verdadeiro estado de suspensão entre o ?depois do que não é mais? e ?antes do que ainda não é?.

É curioso observar sua profissão anterior: um cargo junto aos correios, responsável pelas cartas mortas. Porém, não é estranho observar que ele, Batleby, acaba se tornando uma delas.
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luizashelf 01/10/2023

Bizarro
Eu nunca devorei um livro tão rápido assim (em uma hora).
Sério que personagem insolente kkk. O fato do chefe dele querer se livrar dele e ter pena dele ao mesmo tempo, me deixa com pensamentos conflituosos acerca da minha paciência quando se trata de outras pessoas. Mas, o que me pega mais nesse livro é que ele não tem as respostas. Ele me prendeu tanto e na hora da revelação foi extremamente broxante!!
Entretanto, eu gostei muito do livro, se o final tivesse respostas concretas seria cinco estrelas.
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Mari 23/01/2024

Esqueci completamente de fazer resenha dessa leitura. ????
É uma boa leitura para passar o tempo, não me impactou tanto quanto Um conto de natal mas vale sim para conhecer o autor.

De primeira você fica perplexo com a famosa frase "prefiro não fazer" e vai te irritando kkkkk mas ao longo da leitura seus sentimentos vão mudando com relação ao personagem principal.
Aborda também a questão de que a bondade para com o próximo está atrelada à religião e fica o questionamento de que talvez ajudar o próximo possa ser uma desculpa só para se sentir bem consigo mesmo.
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Garuda 26/08/2020

Absolutamente
Dispensável. Apesar das menções filosóficas por Deleuze e Agamben, o texto é horrível. Só serviu mesmo para filósofos, esses bastardos que vivem cooptando a literatura para seus sistemas conceituais e suas argumentações descabidas.
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Alessandro117 26/11/2023

O que pensar desse escrivão
Nunca pensei que o Herman poderia me instigar tanto assim, depois de Moby Dick é claro. Nessa noveleta, você sempre quer entender o que acontecerá com esse esquisito escrivão e não conseguirá largar até entender tudo direitinho.
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Isa 17/05/2022

Prefiro não fazer.
A novela é contada pelo ponto de vista do advogado e dono do escritório, o qual contrata Bartleby. De início mostra-se um funcionário extremamente laborioso, porém executa a tarefa de forma mecânica e apática. Tudo muda quando Bartleby se recusa a atender uma demanda do chefe com a seguinte frase: prefiro não fazer. Isso gera uma miríade de sentimentos por parte do empregador, afinal, quem é esse ser que nega cumprir uma ordem? Uma pergunta sem respostas, mas que suscita muitas reflexões a respeito. O ambiente empresarial cria e se aproveita da subjetividade dos funcionários, resistir nesse contexto é sinônimo de ser dispensado.
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ABANDONADOPORVOCE 10/01/2024

ONE SHOT
Herman Melville era um gênio em criação de personagens, fazer uma dinâmica de grupo funcionar tão bem como ele, é para poucos..
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