Lá vem todo mundo

Lá vem todo mundo Clay Shirky




Resenhas - Lá vem todo mundo


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Tauana Mariana 01/05/2014

Lá vem
O livro é deveras interessante e um tanto reconfortante (não pendendo para a utopia). Fala-nos de grandes projetos e realizações que foram executadas - com sucesso - por grupos de pessoas que tinham o amor como cimento e elemento propulsor. Shirky apresenta-nos um novo contexto, uma sociedade que consegue, através da colaboração, do compartilhamento e da participação realizar coisas como o Linux e a Wikipédia, mas também, coisas simples como recuperar um celular.

Mostra-nos que grandes instituições gastam tempo e dinheiro gerindo-se. Ou seja, perde-se tempo tentando não perder tempo. O fato de decidir quem manda em quem, quem faz o que e pra quem leva uma boa parte dos recursos dessas instituições. Já projetos com conexões frouxas, onde não um metas rígidas nem rotinas e muito menos hierarquia, não há gasto algum para gerir os recursos humanos, pois estes mesmos se organizam. Claro, é preciso evitar o erro e a perda de dinheiro, por isso, limita-se tanto o trabalho em instituições com conexões sólidas, pois esta não se pode dar ao luxo do risco. Já as que possuem conexões frouxas podem errar à vontade, pois o erro não significa perda de dinheiro, e quanto mais se erra, maiores são as chances do acerto.

O novo contexto do jornalismo e da fotografia é amplamente debatido pelo autor, pois todo mundo é um veículo de comunicação. Abordando a polêmica do "fim do jornalismo tradicional" ele pergunta-se "quem é jornalista?". A discussão começa com alguns casos de jornalistas que foram presos por não entregarem suas fontes, onde grupos reivindicavam que "o jornalista" deveria ser protegido por lei e ter direito ao sigilo. Mas aí entra outra questão: "quem tem esse direito?" Se considerarmos somente profissionais que atuem em meios de comunicação tradicionais, excluiremos jornalistas que escrevem para blogs e possuem mais leitores que muitos jornais juntos. Aí está o paradoxo da profissão. Em uma época de proliferação de ferramentas, de acesso à rede e de perpetuação do amadorismo (aquele que trabalha por amor), as linhas que separam os profissionais dos não-profissionais cada dia torna-se mais tênue. Já sobre os fotógrafos, o autor comenta: “a ameaça aos fotógrafos profissionais veio de uma mudança não apenas na maneira como as fotografias eram criadas, mas na maneira como eram distribuídas” (SHIRKY, 2012, p. 67).

Uma obra que também aborda o contexto do compartilhamento de informações, do conteúdo gerado por usuário e das diversas ações sociais que foram possibilitadas pelas ferramentas sociais. O que é bom lembrar, através da palavras do autor, é que, apesar de vivermos um momento "mais generoso", não podemos esquecer que o ser humano é ruim, se tiver a chance. Qualquer projeto tem sabotadores à espreita. A diferença é que a cada dia há mais pessoas defendendo projetos do que destruindo-os. Mas não nos enganemos: somos maus.

Bela leitura.


site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2014/05/la-vem-todo-mundo.html
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