Carlos531 08/04/2024
Até o momento estou a pensar como um livro relativamente curto conseguiu causar tantas sensações conflitantes em meio à barbárie no mundo do narcotráfico não apenas no México onde se passa nossa historia, mas como um todo.
Nosso protagonista se chama Tochtli uma criança prodígio como ele mesmo se descreve e vemos o mundo do trafico com suas atrocidades pela visão dessa criança que vive uma vida de luxos e mimos, porém solitário como sendo o preço a se pagar pelos atos praticados por seu pai. Para nós Tochtli vem contar os acontecimentos de seu desejo por um hipopótamo anão da Libéria, e até nos revelar todos os acontecimentos pela busca de seu desejo, vem nos apresentar seu dia a dia, suas aventuras, além do pequeno e seleto grupo de pessoas que conhece. Cotidiano irrigado por mistérios, crimes, uma masculinidade que chega a ser toxica e uma obsessão doentia de nosso protagonista por cabeça e chapéus.
Tudo isso regado de sua visão insensível aos fatos ou talvez até por não compreender o mundo sem ser na visão do crime imposta a ele. O autor por meio de seu personagem principal ainda se encarrega de nos oferecer um material muito interessante de base para apoio à história como filmes e musicas. Todo o clima tenso da história não tira a possibilidade de boas risadas, mas o que nos prende mesmo é a barbaridade que a protagonista deixa explicita até mesmo em suas brincadeiras e estudos livres.
O autor consegue fazer com que analisemos o poder do narcotráfico na sociedade, na visão solitária de uma criança que participa e convive com isso de dentro. Um conto fictício que beira a realidade de forma assustadora, mostrando a corrupção em seus diversos graus montado uma máquina de desigualdade e criminalidade sem precedentes.
Ficando aqui a pergunta, até onde nossa historia se assemelha com a realidade?