O Jogo do Exterminador

O Jogo do Exterminador Orson Scott Card




Resenhas - O Jogo do Exterminador


92 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Gabii 20/09/2015

Uma ficção cientifica que trata sobre a eminente invasão da terra por “abelhudos” – uma forma de vida inteligente que evoluiu de insetos – e que traz como protagonista Andrew “Ender” Wiggin, uma criança superdotada, surpreende, não só pela estória muito bem montada e contada, como também pela densidade e intensidade que passa.

Em um mundo a beira do colapso – entre superpopulação, guerras e uma invasão extraterrestre – Ender é escolhido dentre varias crianças superdotadas como a ultima esperança da terra – pelo menos em relação à invasão extraterrestre –, e se bem treinado recebera o comando de uma esquadra: a que foi enviada ao planeta natal dos abelhudos. A partir daí as coisas só se tornam mais difíceis quando é imposto a ele um treinamento esgotante, que às vezes mais parece leva-lo a beira do colapso do que prepara-lo para uma guerra. O fato é que Ender é levado durante o livro inteiro ao isolamento e ao esgotamento, deliberadamente seus “professores” proporcionam situações e períodos estressantes: eles querem treinar um líder, e ao que tudo indica o líder que eles precisam não pode ter laços, amizades e até mesmo “coração”.

Durante o livro todo somos levados a um constante estado de tensão, principalmente ao nos colocarmos no lugar de Ender, e em diversos momentos eu realmente esqueci que a estória se passa em uma faixa estreita de idade, Ender tinha, durante toda estória, entre 6 e 10 anos – mais ou menos –, ou seja, ele foi colocado em uma situação absurdamente maçante e estressante, entre o auge a infância e o inicio de seu declínio, e em quase momento nenhum ele realmente age como um criança. Além de Ender ser um personagem extremamente maduro, inteligente e carismático, varias questões são meio que levantadas durante o livro, dentre elas, as que mais gostei foram sobre como mesmo se encontrarmos vida inteligente fora da terra talvez não soubéssemos como reconhece-la e como o contrário também poderia ocorrer – sim, eu acho meio presunçoso pensar que somos os únicos privilegiados com “inteligência” em um universo tão cheio de “espaço” –, como a falta de comunicação efetiva acaba gerando uma série de incidentes desnecessários, e como a definição de consciência e inteligência podem variar.

Mais algumas coisas me chamaram muita atenção, como o grau de manipulação que os irmãos de Ender conseguem atingir em um mundo abalado por ameaças externas e desesperado por uma solução; como o habito de presumirmos algo a partir de uma única ação pode prejudicar nosso julgamento; e como apesar de Ender ser moldado pelo treinamento ele não perde totalmente a vontade própria e sua própria maneira de pensar. Enfim, a estória não é nada decepcionante, mas a parte que eu mais gostei foi o final, muitos aspectos dele foram alterados ou suprimidos na adaptação cinematográfica (Gavin Hood, 2013), o que foi uma perda imensa para o filme. O livro todo é incrível, mas fazia um tempo que eu não lia um final tão emocionante e bem “bolado”, um final que te faz querer mais, ler mais e conhecer melhor Andrew “Ender” Wiggin.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2015/09/enders-game-o-jogo-do-exterminador.html
Renata 20/09/2015minha estante
Oii, Gabi! :3 Esse livro tem algo relacionado com Endgame - O Chamado?


Gabii 20/09/2015minha estante
Oi Renata! Os dois não tem relação não... ambos, pelo que entendi, são sci-fi mas são de universos completamente distintos ;)


Renata 21/09/2015minha estante
Oii! :3 Ah, entendi. Obrigada! O nome acabou me lembrando, e parece que o livro que citei antes também já foi adaptado para o cinema, então fiquei um pouco confusa, kkkk mas sendo assim, vou coloca-lo na fila de futuras leituras. :3


Gabii 24/09/2015minha estante
Lê esse livro sim Renata, inclusive, se vc quiser saber mais, ele foi citado em um novo vídeo do Abdução, que é tipo uma série da Editora Aleph, ele esta no vídeo "Por Onde Começar a Ler Ficção Cientifica" que é muito legalzinho :3




Cyn 03/02/2009

Surpreendente
Então, eu não sou muito fã de literatura Sci-Fi, não gostei do que li do Arthur C. Clark e nem do cultuadíssimo Neuromancer de William Gibson. Foi, portanto, que com um pé atrás comecei a ler O Jogo do Exterminador, e só o fiz porque foi muito bem recomendado por um grande amigo.

A história parte de um premissa bem simples, e meio batida: a terra está ameaçada de invasão por uma raça alienígena. Na verdade o planeta está ameaçado de uma terceira invasão. Houve duas tentativas consecutivas que foram rechaçadas (com um pouco de sorte) graças ao gênio estratégico de um general e o mundo aguarda com temor a terceira invasão.

Esse temor não é um temor inerte. Os militares acham que como a melhor defesa é o ataque, o melhor é enviar naves para atacar o planeta dos insecta antes que eles voltem para uma terceira invasão. O único problema é a distância entre esses planetas. Assim, a solução é começar a treinar os pilotos que irão fazer esse ataque ainda muito cedo. Dessa forma estarão formados antes dos dezoito e poderão chegar ao distante planeta dos insecta antes que eles cheguem à Terra.

Nesse cenário conhecemos Andrew Wiggin que, sem saber, é escolhido para ser o líder que conduzirá o ataque ao planeta alienígena. Ele é mandado à Escola de Combate, para iniciar o treinamento, com apenas seis anos de idade. À partir daí podemos ver todo processo de brutalização imposto ao menino. Os professores fazem o possível e o impossível para isolá-lo dos outros estudantes e para tornar Andrew duro e auto-suficiente. Se eu contar mais que isso estrago as surpresas do livro.

O que me chamou mais atenção no livro, e que talvez tenha me feito gostar tanto, é que nele o cenário sci-fi é apenas isso: um cenário. Ele serve apenas como pano de fundo para todo drama humano que se desenrola diante dos nossos olhos.

Vale lembrar que O Jogo do Exterminador ganhou os dois principais prêmios da literatura sci-fi: Hugo e Nebula. E que, além disso, Orson Scott Card conseguiu um feito inédito ao ganhar novamente esses prêmios pelo livro O Orador dos Mortos que é a primeira continuação do Jogo.
Vinicius Takaki 21/05/2012minha estante
Não é exatamente por causa da distância dos planetas que treinam as crianças. Isso fica bem explicado no final do livro, mas melhor não comentar nada por aqui para não dar spoiler.
Realmente, o drama e as relações humanas tem um papel principal nesse livro.
Gostei da resenha!


Dalton 06/01/2014minha estante
Sugiro que leia os contos de Isaac Asimov de livros lançados pela Hemus (relativamente fáceis de se achar em sebos) como "O Cair da Noite", "Sonhos de Robôs", "Eu Robô", "O futuro começou" e a série Fundação. Asimov, principalmente em seus contos, e de forma magistral na trilogia Fundação, trabalha com a FC como pano de fundo para discussões de caráter humano. Até mesmo seus livros sobre robôs, não falam de máquinas, falam de dramas humanos vividos pelos robôs. Outro bom livro crítico e que só usa a FC como pano de fundo e, creio, você possa gostar, é o livro "Tropas Estelares" de Robert H. Heinlein. Aliás, esse livro em conjunto com "O Jogo do Exterminador" e o livro "Guerra sem fim" de Joe Haldeman, compõem a clássica trilogia antiguerra no universo literário da Ficção Científica. Li todos e, digo sem pestanejar, estão equilibrados em qualidade.




Evandro Luiz 14/09/2016

Clássico da ficção científica
Quer começar a ler ficção científica? Começe por esse (e Jogador Nº1).
O livro ganhou o prêmio Nebula em 1986 e o prêmio Hugo em 1987.

Ender é o resultado de várias gerações de desenvolvimento intelectual. Por ser criança seu cérebro é capaz de prover respostas mais rápidas e criativas, muito superior ao cérebro de um adulto.
Na narrativa acompanharemos sua evolução criativa; todo seu desenvolvimento como estrategista será testado ao extremo, junto ao desgaste causado por incensantes treinamentos, conflitos sociais, insubordinação, ausência da família, ...

Surreal? Cliche? Complexo? Agora imagine que esse livro foi publicado em 1977.

Ao contrário do filme no livro os eventos ocorrem em um espaço de tempo muito maior.
Então não se engane achando que o livro será semelhante. Por parte do enredo sim, em resumo é a mesma história.

Recomendo a todos amantes da ficção científica.
Evandro Luiz 14/09/2016minha estante
Alguém aqui já leu as continuações?


JuKiara 08/11/2016minha estante
Não estou conseguindo gostar de Jogador N1. Mas estou fascinada com Ender's game.




mandycat. 07/02/2023

não é pra mim, mas pode ser pra você
Eu li esse livro através de uma recomendação mas, infelizmente, não curti muito.

Do meu ponto de vista, a coisa é muito descritiva (claro, por ser um mundo novo), mas um descritivo lento. Em diversas vezes me peguei com um pouco de raiva dos personagens (principalmente do Ender - foi mal!)

No mais, engatei na leitura somente pro final e achei muito bonito ver o Ender se mostrando a pessoa que sempre foi: um ser empático e caridoso.
Hong Zhuang 07/02/2024minha estante
Sério que você achou descritivo? AHHAHAha, os livros da Cooleen Hoover são um bilhão de vezes mais descritivos, também da Ali Hazelwood, as duas autoras escrevem até a cor do por do sol se deixar, já que ganham por páginas lidas.




@Marverosa 09/04/2018

Bom livro
Bem estruturado.
Cria um bom mundo paralelo
Foge da regra de herói ?perfeito?
Analisa dentro do contexto de guerra características da sociedade humana, analisando indiretamente o que é inteligência, educação, crescimento, família, valores, instinto de sobrevivência, etc.
A leitura é leve e rápida.

Só a versão em português, editora pecando em erros de digitação e ortográficos.
Carlos Angelo 10/04/2018minha estante
A edição que você leu foi essa última, com a capa do filme?




pedroxadai 21/07/2012

O Jogo do Exterminador - Orson Scott Card
Jogue fora todo o preconceito que você tem com ficção cientifica. Basta ter um coração para apreciar esse livro. No começo achei que seria só mais uma saga idiota mostrando um jovem conquistando galáxias, mas ao desenrolar do livro, com as unhas todas ruidas de tensão, acompanhando cada desafio que impunham ao jovem Ender, fui percebendo as sutilezas no texto de Orson Scott Card. E os dois finais do livros, sim, eu considero que ele tem dois finais. O primeiro vai te surpreender e o segundo vai te deixar com aquela sensação de que ainda existe algum futuro para todos nós.
Fabi 02/01/2014minha estante
Uau, resenha perfeita! Realmente o livro é muito centrado no aspecto humano, e não no sci-fi. Inesquecível.




Karina 31/10/2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador - Orson Scott Card
Orson Scott Card foi capaz de escrever um livro totalmente mágico. Utilizando uma ficção envolvente e uma história de tristeza e alegrias.
Incrível, a maneira como foi escrito, como nos foi passada a história de seu personagem principal. A forma como o autor nos fez sentir todos os momentos horríveis ao qual Ender foi submetido.
Enders Game nos conta a história de Andrew Wiggin, mais conhecido como Ender.
Ender é um garoto extremamente inteligente, que foi concebido por uma exigência do governo.
Em sua época, as pessoas na Terra poderiam ter dois filhos, e eles seriam testados pela Esquadra Internacional, para que pudessem ser treinados para uma guerra.
Peter Wiggin, o irmão mais velho, era incrivelmente inteligente, habilidoso e persuasivo. Porém exalava ódio, morte. A agressividade era uma característica natural de seu ser.
Valentine Wiggin, a segunda filha, além de inteligente era adorável. Esse foi seu maior defeito, o que não deixou ser aceita para a escola. Valentine amava demais, e Ender era a pessoa mais importante de sua vida.



O governo então pediu para que os pais deles tivessem outro filho, um terceiro. Talvez os genes misturados pudessem resultar em um filho adorável e inteligente como Valentine, porém forte e com instinto de sobrevivência como Peter.
Com seis anos de idade, Ender foi tirado de sua família, para que pudesse fazer parte da Esquadra Internacional. Seu objetivo era lutar em uma guerra e sair vitorioso.
Na escola Ender foi submetido aos mais variados tipos de tortura psicológica. Os professores o elogiavam na frente das outras crianças, para que ele não tivesse amigos, para que fosse isolado totalmente. Quanto mais pessoas o provocando melhor. Teria que se virar sozinho, ninguém lhe ajudaria, nunca.



Os anos foram se passando, e Ender foi sendo notado. Com apenas oito anos de idade foi nomeado Comandante, um dos mais novos da história da Esquadra.
Mas as confusões só foram aparecendo cada vez mais. Meninos queriam matá-lo , ainda mais depois que o exército comandado por ele passou a ganhar todas as batalhas.
Ender se tornou um assassino, sem querer, ele passou a vivenciar de perto o mal. Ele se tornou alguém frio, que mataria se pudesse, de uma vez. Para que não fosse mais perturbado.
Seus treinos o levaram ao limite psíquico. Ele se lembrava de Peter querendo matá-lo.
Seu irmão era mal, não ele, ele não queria ser como Peter, mas era no que estava se tornando. Definitivamente.
Pesadelos passaram a fazer parte de sua rotina, suas batalhas eram extenuantes.



Ele não conseguia mais comer, não conseguia mais dormir.
Ender estava ficando maluco.
Uma criança privada de sua infância, jogada no espaço para lutar em gravidade zero, e tentar salvar a humanidade.
Ele conseguiria?
Uma espécie alienígena está pronta para lançar o ataque final.
Ender passou anos estudando todas as formas que poderia usar para derrotá-los. A sobrevivência da humanidade depende unicamente dele.
Um gênio militar, de apenas onze anos de idade.
Ender Wiggin, um garoto brilhante, implacável, astuto.
Dono de uma mente fabulosa, mestre da tática e da estratégia militar. Mas apenas uma criança.
Qual será o limite de Ender?
Até quando ele será capaz de aguentar essa rotina de jogos, simuladores, e tudo mais relacionado a batalhas?
Conseguirá derrotar os abelhudos?
Qual a verdade sobre todos esses treinos?
Uma história que nos mostra a condição humana.
Que nos mostra a verdade, o bem e o mal, e no fim das contas, o único critério que prevalece é a grandeza.
Casa de Livro Recomenda.




Tudo o que fazemos... Tem um Significado!





Titulo: Enders Game O Jogo do Exterminador
Titulo Original: Enders Game
Autor: Orson Scott Card
Ano: 1985
Páginas: 383
Editora: Devir

Boa Leitura
Casa de Livro.

Karina Belo.




São soldados muito bons, Major Anderson. Tenho certeza de que têm limites, mas ainda não o alcançaram. Alguns dos mais novos estão tendo problemas, já que nunca dominaram de verdade algumas das técnicas básicas, mas estão dando duro e melhorando. O que quer que eu diga? Que precisam de descanso? É claro que precisam. Precisam de duas semanas de folga. O estudo está indo pro saco, todos estamos longe de ir bem às aulas. Mas vocês sabem disso e parece que não ligam, então por que eu ligaria?



- Você tem descoberto um pouco do seu lado destrutivo, Ender. Bom, eu também. O Peter não tinha um monopólio disso, não importa o que os analistas de testes dizem. E o Peter tem um lado construtivo. Ele não é uma boa pessoa, mas não destrói mais todas as coisas boas que vê. Quando a gente entende que o poder sempre vai acabar nas mãos que anseiam por ele, acho que podia acabar nas mãos de gente pior que o Peter.




Mais dois líderes da esquadrilha tiveram um colapso da mesma forma que Petra. A pressão sobre o restante se tornou maior ainda. Agora o inimigo tinha uma superioridade numérica de três ou quatro vezes em todas as batalhas. O inimigo também recuava mais prontamente quando as coisas iam mal, reagrupando-se de modo a fazer a batalha durar cada vez mais. Algumas vezes as batalhas duravam horas antes que acabassem destruindo a última nave do inimigo. Ender começou a revezar os líderes de esquadrilha dentro de uma mesma batalha, colocando os novos e descansados no lugar dos que estivessem começando a ficar lerdos.





- Consegue lembrar da última vez que te dei uma batalha com apenas uma coisa nova? Posso garantir. Ender, que não vou ser bonzinho hoje. Tenho a responsabilidade para com a esquadra de não deixar um aluno de segunda categoria se formar. Vou fazer o melhor que puder contra você. Não tenho nenhum desejo de facilitar pra você. Só tenha em mente tudo o que você sabe de você mesmo e tudo o que sabe dos abelhudos, e vai ter uma chance razoável de conseguir algo.


site: www.casadelivro.com.br
Bruna Azevedo 16/11/2014minha estante
Estou louca pra ler esse livro! Não encontrei nenhum lugar que vende, nem no site da DEVIR TT-TT




Christian David 28/05/2010

O Jogo do Exterminador e o Orador dos Mortos são dois livros que depois que se começa a ler não se consegue mais largar. Pelo menos foi assim comigo. Na década de 80 os dois receberam os prêmios Hugo e Nébula que são dois dos maiores prêmios da Ficção Científica. Nunca ninguém tinha recebido os dois prêmios pelo mesmo livro, um é dado pela crítica e o outro pelo público, mas com OSC isso aconteceu, duas vezes. Estão em lugares de honra na minha biblioteca pessoal. São dois dos melhores livros de ficção científica que já li. Ou melhor, dois dos melhores livros que já li. Arrisco dizer que mesmo quem não gosta de ficção científica vai se divertir muito com os livros.
comentários(0)comente



Lucas 30/05/2009

Um jogo com o leitor
A grande idéia do livro está em esconder, tanto do leitor, quanto do personagem, o que o livro realmente conta. Nada tão fenomenal assim, mas ninguém escapa da surpresa.
A ficção cientifica, no livro, não é um personagem que se destaca. Se lembrarmos de grandes histórias do gênero, sempre lembraremos que há, nelas, algo que impulsiona a humanidade para um futuro, seja ele decadente (como Blade Runner), seja ele heróico (como Star Wars), seja ele politicamente em crise (como Minority Report) ou seja ele clean e pacífico (como Star Trek).
Em O Jogo, a questão é humana, num ambiente futurista, ao qual nos adaptamos rapidamente com a leitura, sem a necessidade de forçarmos a nossa imaginação a admitir postulados dos quais depende a narrativa. Não que isso indique uma história ruim. Nada disso. Mas esse livro não é assim. Penso, até, que as pessoas que não gostam de ficção científica, poderão se interessar em ler.
É, além de tudo, um verdadeiro page turner. Nossa curiosidade cresce com os acontecimentos até um final, que é duplo. O climax, onde todo o engodo é contado, não termina o livro. A questão humana perdura e vai adiante, até a continuação, em O Orador do Mortos.
De certo, é um livro fácil. Mas vale cada minuto.
comentários(0)comente



Ptah 07/12/2009

Não só Adam Amith
Quem lê o Jogo do Exterminador é sugado imediatamente para o universo que o O S Card criou. Ender, os outros personagens, as contruções, tudo. Não há como não querer seguir a saga, que infelizmente só tem duas traduções no país, portante parte-se logo para o Orador dos Mortos.

Essencial para quem deseja conhecer ficção científica, e para quem gosta de livros bem escritos.

comentários(0)comente



Fivo 19/02/2010

A ARTE DE CRIAR UM UNIVERSO
TERÇA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2007

Invejo pessoas que conseguem, do nada, inventar estórias que prendem a atenção. Claro, não são inventadas exatamente do nada. Se não forem inspiradas por outras leituras, são minimamente inspiradas em suas histórias de vida, mas ainda assim acho admirável conseguir construir um ambiente auto-suficiente, com um mínimo de originalidade, seja nos elementos e seu encadeamento ou a simples forma de contar algo que até já existe. Invejo mais ainda aqueles que não se bastam em contar aquela estória, mas acabam criando uma mitologia própria, com suas leis, sua ordem, sua lógica particular; dão seu nome a um universo. Conhecia poucos que fizeram isto e conseguiram reconhecimento legítimo: Tolkien e George Lucas são expoentes mais óbvios, mas temos ainda, em escopo menor, Monteiro Lobato. Estes exemplos são diferentes do universo de Star Trek e Nárnia, por exemplo, já que o primeiro não foi idealizado por uma pessoa e o segundo é mera derivação do que já existia. Em paralelo, há diversas outras publicações que, se não conseguem criar uma mitologia propriamente dita, ao menos seguem um encadeamento temático que reforça um gênero, como as do Guia do Mochileiro das Galáxias, Fronteiras do Universo e outras.

Pois bem, na virada deste ano fui apresentado – mui tardiamente – a mais um destes caras admiráveis. Orson Scott Card. O nome, quando li, não me era estranho, mas não consegui lembrar de nenhuma referência boa ou ruim de seus livros. Quando me foi oferecido o primeiro, O Jogo do Exterminador (Ender’s Game, 1985, 380 páginas), olhei para a capa – um desenho infantilóide um tanto quanto inadequado ao conteúdo – e pensei “Poxa... já passei da idade de ler livros da coleção vagalume”. O título brasileiro igualmente infanto-juvenil e a sinopse também não ajudaram muito, mas aí a culpa era minha mesmo, já que, sei lá por quais motivos, achei que tinha um ar de Guia do Mochileiro das Galáxias e, perdoem-me os fãs, acho aquilo extremamente chato. Ninguém que eu conheço tinha qualquer referência do livro, mas sou adepto da idéia de que prefiro me arrepender por algo que tenha feito do que por deixar de ter feito. Grata surpresa! Mesmo que o tema não tenha um tiro certeiro nos meus gostos, é inegável que a leitura fácil e bem arrumada, aliada a uma trama que transborda em referências, metáforas e sub-conceitos, atrai a atenção e consegue dar aquela a vontade de chegar logo ao fim.

O livro é ambientado em um futuro indefinido, onde o mundo experimenta um período de paz interna forçada e controle de natalidade, enquanto vive sob o constante receio de ser invadido por uma raça alienígena. Duas tentativas de invasões ocorreram no passado e a iminência de uma terceira faz com que busquem pessoas capazes de fazer a diferença na condução da esquadra estelar terrestre. Com isto, passam a peneirar crianças superdotadas que apresentem as características que encaixem no perfil desejado, caso do protagonista Ender Wiggin, uma criança de 6 anos.

O livro já tem 25 anos e contando. A literatura, aliás... a cultura de ficção científica ao longo deste tempo esgotou uma série de possibilidades que, hoje, fica difícil dizer quem influenciou quem e, mais importante, quem teve a sacada original. Meses atrás, conversando com o Doggma, comentei ter visto na véspera Duro de Matar e achava, depois de tantos anos desde que vi pela primeira vez, que o filme era uma sucessão de clichês. Ele retrucou dizendo que, na verdade, não era uma sucessão de clichês, mas a criação deles. Na época, aquilo era original. Isto muda muito o impacto que a estória tem para quem lê/vê. Não digo que O Jogo do Exterminador é uma compilação de fórmulas, longe disto, mas algumas das soluções apresentadas ao longo do livro parecem fáceis, simples, sem muita elaboração, o que não quer dizer que sejam triviais. Apenas não surpreendem em alguns momentos. Mesmo assim, paradoxalmente, percebe-se que Card tenta fugir de algumas situações-padrão, o que pode ser resultado das revisões que o texto recebeu desde que era um conto publicado em uma revista, até se tornar um livro completo. Em dado momento, achava que Card se perdia ao dar um comportamento e texto adulto para uma criança de 6 anos - não entrarei no mérito de superdotados portarem-se ou não daquele jeito - , mas depois percebi que a opção não foi mero elemento de roteiro. Ao optar pelo uso de uma criança, o livro atinge em cheio o público infanto-juvenil e seus conflitos, mais especificamente os daqueles jovens que têm algum tipo de sentimento de solidão, segregação. Entretanto, o comportamento e linguagem mais madura sem ser rebuscada (com concessões pueris óbvias, como o nome dado aos alienígenas) deixa a porta aberta para o público mais maduro e de mente aberta. Neste ponto, Card consegue ser minucioso em alguns detalhes. O nome do personagem, Ender Wiggin, tem algumas interpretações livres. Ender é quase um anagrama perfeito de “Nerd” e Wiggin tem sonoridade semelhante a “Winning”. Mas Ender é ainda uma brincadeira com “End” e “er”, partícula que, em inglês, denota autor de uma ação. Assim, Ender seria um Terminator, um Nerd Exterminador até no nome. Que criança solitária não encontra conforto em se ver ali?

A minúcia de Card não pára aí. É conhecimento tácito que o grupo de elementos que fazem um veículo cultural invadir a seara da aceitação popular é bem definido, e certamente o mix de conspiração política, ação seqüencial, simbologia religiosa e experimentações com comportamento humano faz parte deste grupo. Conferiu a Ender significado bíblico, messiânico, o que é pule de dez no mercado editorial de seu país, ainda mais se considerar que Card é mórmon e missionário, já tendo morado no Brasil na década de 70. Coloca então a política de 1985 a seu favor, moldando o Pacto de Varsóvia a serviço do enredo sem que, hoje, pareça datado. Ao entrar pelos meandros da política e Estado Militar, traz no bojo a questão da brutalização da infância em exércitos. Mais atual que isto, impossível. Não deixa também de usar um sem número de elementos e significados que tornam óbvio o uso do livro em debates filosóficos. Não fosse por LOST, pouca gente comum dos dias de hoje saberia quem foram John Locke e Desmond David-Hume, mas os arquétipos de ambos são usados no livro, fazendo a união da política, do abuso infantil, e do Escolhido de forma natural e, certamente, com inteligência. Não fosse o simples desenrolar do enredo suficientemente interessante, o uso destes elementos tem mérito por despertar a curiosidade do leitor acerca de fatos e pessoas, o que é sempre algo valioso e caracteriza grandes escritores.

Isto tudo não é suficiente para que se possa dizer que ele construiu uma mitologia. Vale mencionar, o enredo pula etapas e passa superficialmente demais por outras onde um maior aprofundamento seria bem vindo. No começo achei que seriam falhas narrativas, depois percebi que eram deixas propositais para seqüências. E elas existem. Depois de Jogo do Exterminador, que ganhou os principais prêmios da literatura de ficção científica, Orson lançou O Orador dos Mortos, Xenocida e Os Filhos da Mente. Mais recentemente retomou a “franquia”com uma série paralela com Ender’s Shadow, Shadow of the Hegemon, Shadow Puppets e Shadow of Giant, todos com boa repercussão nos EUA. Esta produção forjou o termo Enderverso, onde toda uma dinâmica, física e ordem particular existem e são estressadas a ponto de ganharem solidez. E isto sim me dá motivos para dizer que ele criou uma mitologia. Agradeço ao Carlos por ter dado esta oportunidade de leitura.

Como não poderia deixar de ser, há previsão de O Jogo do Exterminador ganhar versão para o cinema em 2008 pelas mãos de Wolfgang Petersen. Este não é o primeiro contato de Card com o cinema. Ele novelizou o roteiro de Segredo do Abismo (era daí que eu conhecia o nome!).
comentários(0)comente



Gabriel Lucas 05/05/2010

Uma pérola, por mais ressabiado que você fique ao ler uma FC onde os aliens são chamados de "Abelhudos", o livro só melhora. Card, sem dúvida, mereceu todos os prêmios que ganhou com a saga de Ender.
comentários(0)comente



Srdiogo 22/04/2024

Um livro simples e viciante
Facilmente um dos melhores livros q li, apesar de simples.
Uma trama bem elaborada, vc quer continuar a ver as promoções do personagem, um final interessante, podia ser melhor o final é verdade, mas não deixa de ser bom.
comentários(0)comente



adrianoprospero 20/09/2011

Uma animada e empolgante leitura!
"O Jogo do Exterminador" é realmente uma história muito agradável de se ler. É empolgante acompanhar as evoluções de Ender, seus sucessos, conquistas, conflitos, questionamentos e decepções, sendo uma criança engajada em uma grande missão, abrindo mão  do que seria uma infância normal. O estilo do autor tem mais foco nos personagens e interações entre eles do que nos ambientes e cenários, proporcionando ao leitor mergulhar na história e sentir as suas emoções.  Tudo isso acontece em meio a um fascinante ambiente tecnológico que faz jus ao gênero, como nas acirradas batalhas na Sala de Combate, em que o autor brinca manipulando a dinâmica dos confrontos em gravidade zero, nos levando a momentos de animação e expectativa pelos resultados de cada competição. Orson Scott Card nos reserva, nesta envolvente obra, ação, emoções e boas surpresas, em um contexto em que a sobrevivência da humanidade é mais importante e mais urgente do que qualquer coisa. Recomendo sem receio aos amantes de Ficção Científica..
comentários(0)comente



92 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR