LissBella 15/02/2011“Como a gente faz para suportar o insuportável?”
“– Como a gente faz? – Murmurou Lily, tomada pela emoção. – Como a gente faz para suportar o insuportável?
– Ás vezes a gente não faz – disse-lhe. – As vezes a gente simplesmente respira.”
Sempre que me deparo com um romance cuja história poderia perfeitamente ser real, faço dele uma leitura reflexiva. E nesse livro especialmente, me peguei a refletir muito, sobre quanto tempo ainda temos e o que temos no porvir...
Em Mesa para Cinco a autora nos conta a história de uma família marcada por uma tragédia que deixa três crianças órfãs de pai e mãe... duas meninas e um garoto com personalidades bem distintas e muito marcantes.
Vamos sofrer a dor da perda... perfeitamente narrada por Susan...
“A realidade a consumia... Chorou por todas as risadas e conversas que nunca mais compartilhariam, por todo o tempo que nunca mais passariam juntas. Chorou pelas crianças que cresceriam sem uma mãe e por aquela dor injusta e cruel que estavam sentindo e que nada haviam feito para merecer. Chorou até se sentir vazia, fraca, em carne viva, oca, tomada por um sentimento que parecia ter vida própria”.
E, conhecemos também a professora Lily Robinson, melhor amiga de Cristal, a mãe das crianças. Lily é uma mulher independente e moderna, ah... e sem pretensões amorosas... “os relacionamentos amorosos a assustavam. Entrar num relacionamento amoroso era o mesmo que entrar num carro com um motorista embriagado... com certeza, alguém sairia ferido no final”.
E, por fim, nos será apresentado Sean Maguire, um golfista sem raízes, despretensioso e sem nenhuma ambição. Bem diferente de seu irmão Derek, também golfista, porém renomado e consagrado por suas vitórias e ex-marido de Cristal.
Susan Wiggs consegue nesse livro tratar um assunto tão doloroso como a morte prematura dos pais e a continuação da vida dos filhos, criados por tutores - algumas vezes despreparados - com tamanha doçura e leveza que nos encanta e surpreende.
E, nesse emaranhado de vidas e ajuntamento de forças, Lilly e Sean vão descobrir que na verdade estavam correndo do que os faria pessoas muito mais felizes.... compromisso e família.
Viverão momentos únicos...
“Lily pensou em gritar. Se gritasse talvez abafasse as palavras que ele inevitavelmente iria lhe dizer. Mas não gritou, é claro. Nenhum grito mudaria a verdade”.
E, de quebra, vão aprender sobre o amor nas suas formas mais intensas e reveladoras.
“Então o beijo ficou mais intenso, mais intenso do que podia imaginar, mais intenso do que a razão, mais intenso do que a solidão”.
Minhas frases preferidas:
“As chuvas caem sobre os justos e os injustos”.
“Filhos são parte de você para o resto da vida, sujeitando-a ao ápice da felicidade e às profundezas amargas do sofrimento”.
“A música podia não salvar ninguém, pensou... mas... só por um curto intervalo de tempo, podia ocupar os espaços vazios de alguém”.
“Mas o que é a morte, senão pôr-se sob o sol e derreter-se ao vento?” - Kahlil Gibran
“As chuvas de abril trazem as flores de maio”.
“O sofrimento dá conta de si mesmo, mas para se tirar partido da felicidade é preciso ter com quem dividi-la”. – Mark Twain
Lindo livro. Recomendo!!!