none 23/02/2022
A reler
Futuramente pretendo voltar a ler a segunda parte de Fausto, livro que é repleto de referências literárias, bíblicas, históricas, para então tentar apreendê-lo. Nesta primeira leitura o que fica é a beleza de versos traduzidos para a língua portuguesa. Lamento que a edição apresente textos introdutórios ainda que vastos e necessários porém repletos de informações sobre o desenrolar da tragédia. Sim, entendo que é uma tragédia, mas acredito que a graça da leitura está na apreensão parte por parte do texto. A gente meio que conhece a trama de Fausto seja por desenhos, séries, filmes, referência culturais, menções em outros livros, adaptações, mas creio que a pessoa responsável por introduzir ato por ato da tragédia precisa entender que não é necessário resumi-la para quem a lê, apenas conduzir a leitora e o leitor para essa trama que se passa num espaço muito longo de tempo e que tomou toda uma vida de Goethe. A edição da 34 é brilhante por incluir o texto original, infelizmente as notas não constam mais ao lado do texto traduzido, mas embaixo do texto, dificultando a consulta. Os textos dessas notas são grandes e isso por si já justifica a alteração. Mas como citei anteriormente, Fausto II é um livro repleto de referências à obra de Goethe (ao livro anterior, Fausto I, livros técnicos, o estudo de cores, por exemplo) e outras referências literárias e históricas. Creio que não estou preparado para apreender tamanha grandiosidade. Mas reconheço a beleza da poesia e do desfecho, Mefistófeles e Fausto reapareceram no final como os personagens do primeiro volume, isto é, no sentido de protagonistas do texto. A inserção de filósofos, personagens literários e históricos ao longo de Fausto II na minha opinião dificultaram a compreensão e apreciação do texto.