@apilhadathay 29/01/2012
Hmmm... O que dizer...
O que vocês estão para ver em instantes é inédito no Canto e Conto e na minha vida. Nunca aconteceu e espero que jamais aconteça novamente.
Atenção, pode haver spoilers!
Como sabem, estou participando do DESAFIO REALMENTE DESAFIANTE do blog Silêncio, que eu tô lendo, e resolvi resenhar os livros referentes a Janeiro e Fevereiro em um mês só. A regra de Fevereiro é resenhar um livro que tenha "UM PERSONAGEM COM INICIAL DO NOME IGUAL À SUA". Escolhi os livros de Louise Rennison (que, curiosamente, também é europeia), por causa do nome de TOM, namorado de Jas, e porque eu precisava terminar a série. Esta será uma resenha dupla!
Este é o quarto volume da série Confissões de Georgia Nicolson, que adorei quando começou, exceto pelo lapso do segundo livro. Georgia se prepara para duas grandes viagens: uma, a Paris, com a turma da escola e o gato Henri; outra, para os EUA, em turnê com os Cadáveres de Dylan, a banda de seu namorado, Robbie. O drama de GG agora é convencer os pais a ir a, pelo menos, uma dessas viagens sem que ninguém morra ou saia gravemente ferido. O que dizer de uma série que começou maravilhosa e foi caindo aos poucos no meu conceito? Basicamente, o que acabei de dizer.
"Se eu soubesse que iam me mandar tanto calar a boca, não teria perdido meu tempo aprendendo a falar. Deveria ter virado mímica."
(P. 11)
Li algumas resenhas negativas, antes de chegar aos livros, e disse "Não acredito nisso", a série é boa, até agora. Mas a gente acaba engolindo o que disse, às vezes. Quando analiso livros em série, o que adoro fazer, gosto de ver a evolução dos personagens, o quanto aprenderam com erros e amadureceram com cada lição que a vida lhes deu. Ou seja, curto acompanhar o seu desenvolvimento humano. Não foi o caso desta série, pelo menos até agora.
No quarto volume, chamado "Dançando Pelada - Outras Confissões de Georgia Nicolson", o enredo praticamente não existe, então a série vai apenas correndo com a coleção de bobagens relatadas por Georgia em seu diário - coisas que ela sinceramente acha hiper importantes e dignas de nota.
Os personagens chegaram ao ápice da classificação "Sem Noção", a ponto de se tornarem não apenas irritantes, mas decepcionantes. Os pais de Georgia não poderiam ser mais diferentes do filme (que foi baseado nos dois primeiros livros da série): aqui, são ninfomaníacos, loucos de pedra, grosseiros. Georgia não deixa por menos: ela parece amadurecer ao contrário e, se minhas contas não erram, ela já tem entre 15 e 16 anos! Todos temos nossa fase de aprendizado, em que dizemos muita besteira e fazemos coisas ainda piores, mas ela ultrapassa todos os limites.
Relutei a admitir, mas o enredo foi enfraquecendo livro a livro, exceto pelo 1º e pelo 3º, de que honestamente gostei. A autora, no geral, parece ter dificuldade em apresentar eventos relevantes para formar uma história que antecede o clímax - o que francamente, poderia ter chegado bem antes, no caso dos dois livros.
A vantagem dos 2 volumes é que ambas as tramas têm pouca profundidade e você pode avançar voando na leitura. Não há momentos para pausa e reflexão, apenas poucas risadas aqui e ali, com os absurdos da protagonista, mas nada fantástico. Em contrapartida, a tradução de Amanda Orlando ficou sensacional, e a revisão é perfeita. Os livros seguem o mesmo padrão dos anteriores, em formato de diário, e ambas as capas têm um design regular. Eu particularmente gostei mais da capa do 4º livro. A história é que não me cativou por completo.
Eu me equivocara, a princípio, quando anunciei que a série era composta de cinco livros. São 10. Particularmente, não vejo como eu continuaria a ler a série, porque o desejo de continuar não foi despertado. Especialmente porque Georgia não anda... Encaminhada para o final que eu desejaria, vamos colocar dessa forma. Quem sabe, se os demais livros forem lançados no Brasil e caírem nas minhas mãos, eu leia. A recomendação de hoje fica em aberto, a cargo do público.