Thiago Barbosa Santos 29/07/2017
Grande descoberta!
Conhecia o Mário Benedetti de nome, mas nunca havia parado para observar a obra dele. Numa viagem ao Uruguai no fim do ano passado, visitei várias livrarias e bibliotecas, naturalmente encontrei muita coisa do autor e acabei comprando alguns livros. Visitei também o memorial e me encantei com a história do uruguaio, que é considerado um dos maiores escritores do país.
A primeira leitura foi "La borra del café". Fiquei admirado com a escrita, com a fluidez da narrativa de Benedetti. É um texto simples e ao mesmo tempo de uma riqueza muito grande. A escolha de cada palavra é feita com muito esmero.
O livro narra as diferentes etapas da vida de Cláudio. As constantes mudanças de casa da família, a morte da mãe, a convivência com os amigos no bairro Capurro, a mudança de bairro e o afastando dos amigos de infância.
"La borra del café" mistura amor, humor e imaginação da personagem. Fala das descobertas de Cláudio, de como ele passa a enxergar o mundo de diferentes maneiras conforme vai crescendo, e como Montevidéu se torna uma cidade pequena para ele quando adulto.
No texto de apresentação do livro, a escritora Martha Medeiros destacou que toda história de infância corre o risco de parecer piegas. Mas que, no caso Benedetti, a narrativa escapa desta sina.
Benedetti é essencialmente um poeta, publicou dezenas de livros do gênero, e jamais deixou a poesia de mão, mesmo quando escrevia uma prosa. Não há espaço para lugares-comuns no texto dele. Concordo com a análise e partirei para novas descobertas sobre o uruguaio.