O Nome da Rosa

O Nome da Rosa Umberto Eco




Resenhas - O Nome da Rosa


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Alex 20/05/2024

Uma biblioteca de significados
O Nome da Rosa é uma obra relativamente recente, escrita por Umberto Eco, grande medievalista e semiólogo. Ouso dizer que será um grande clássico, resistirá ao teste do tempo com louvor.

O livro conta sobre a expedição oficial de Guilherme de Bakersville, um irmão franciscano, e seu aprendiz Adso de Melk, um noviço beneditino, que vão até uma certa abadia, em missão oficial, enviados por Ludovico, o Bávaro.

A narração toda é feita por Adso. Como podem ver, há inúmeras referência à Sherlock Holmes: uma dupla, investigativa, um líder fabuloso na arte das inferências, o nome Bakersville (um dos casos resolvidos por Sherlock), Adso (Watson), e a narração feita pelo aprendiz.

Adso, contará os insólitos acontecimentos presenciados por ele, nos sete dias em que esteve naquela Abadia. Abadia que possui uma biblioteca surreal. Um luminar da cultura medieval e da sapiência universal. Um lugar que abrigava as maiores e a maior quantidade de obras escritas. Uma Biblioteca de Alexandria europeia.

Mas nem tudo são orações nesse mosteiro beneditino. Ao chegarem ali, Guilherme é incumbido de uma missão mais urgente, descobrir como Adelmo, um dos monges da comunidade, veio a falecer. Homicídio, suicídio, acidente?

A trama é genial, são quase 600 páginas em que o autor, faz piada com a inteligência do leitor. O autor engana do começo ao fim, de forma magistral. Todas as ocorrências, pistas e teorias são muito bem colocadas, e muito bem destruídas.

Além de todo o mistério e investigação, há um pano de fundo teológico, filosófico e político absolutamente rico. O autor consegue dosar todas essas temática, sem perder o apelo e a urgência pela solução das misteriosas mortes na abadia.

O autor possui uma bagagem colossal sobre os livros do apocalipse e idade média. E ele consegue colocar isso de forma interessante e envolvente. Em nenhum momento, das quase 600 páginas, me vi entediado, pelo contrário, queria devorar mais e mais páginas.

Os personagens são muito bem construídos. O dia a dia da abadia, a rotina monástica, os sete dias (tempo da criação do mundo segundo genesis), mais a divisão dos capítulos pela liturgia das horas, dão ao livro um ritmo interessante, e em si, esses dois elementos carregam inúmeros significados.

É uma obra prima, com inúmeras camadas, em que o autor consegue colocar todo seu conhecimento em semiótica, para criar uma narrativa carregada de metalinguagem e significados ocultos.

Um livro que entrou para a seleta lista dos melhores, favorito e com lugar para uma releitura daqui uma década. Recomendo a todos que gostam mistério e investigação, ou aos que gostam de intrigas e/ou da temática medieval.
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Regis 20/05/2024

Guardiões ou monopolizadores do conhecimento?
Em 1980 O Nome da Rosa foi publicado e aclamado pela crítica, ele traz a história de Adson de Melk um monge beneditino que em sua velhice, já entrevado e doente, decide escrever os espantosos e formidáveis acontecimentos que presenciou em sua juventude em uma abadia beneditina na Itália de 1327, ao lado de seu mestre Guilherme de Baskerville. 

A morte de frei Adelmo de Otranto (um miniaturista da biblioteca da abadia) desencadeou uma sucessão de acontecimentos que acabou por revelar uma trama muito complexa e intrigante que tomou conta dos meus pensamentos por semanas me deixando entusiasmada e ansiosa por mais. 

A Abadia, que nunca tem seu nome citado, atrai e mantém estudiosos e dedicados copistas e ilustradores que chegam até ela guiados pela cede de conhecimento em busca da vasta e famosa biblioteca que repousa atrás de seus muros, mas também é um microcosmo onde se concentram homens com histórias diversas, passados controversos, desejos, ambições e segredos mantidos ocultos pela expressiva simplicidade do hábito franciscano. 

Essa é a história de uma biblioteca que talvez tenha nascido para salvar os livros que contém, mas que tem sido usada, há décadas, para sepultá-los, transformando essa ordem beneditina no centro de uma narrativa de luxúria, orgulho, vaidade, morte e vingança entre monges de poucas virtudes e em torno de um livro proibido. 

Na abadia todos parecem ávidos pelo conhecimento contido no acervo da tão aclamada biblioteca, mas isso lhes é negado: o que transforma o conhecimento em moeda de troca, usada para satisfazer um desejo carnal pecaminoso, desencadeando acontecimentos que corrompem a alma dos monges e destrói suas convicções sobre o certo e o errado. 

O frei Guilherme de Baskerville é um personagem cheio de nuances, um homem de fé que no passado foi um inquisidor e que abandonou essa função para buscar a luz do esclarecimento e da razão através da observação centralizada e racional do mundo que o cerca, ele é humanista e um ótimo representante do iluminismo, que ainda estava distante de florescer. Ele chega à abadia acompanhado por seu jovem discípulo Adso de Melk, enviado pelo imperador Ludovico para mediar uma discussão entre os legados do Papa João XXII e os legados Franciscanos em um debate a respeito da pobreza de Cristo, e se vê envolvido em uma sucessão de assassinatos que precisam ser resolvidos por ele a pedido do abade Abão (chefe da abadia), antes que o inquisidor, Bernardo Gui, chegue trazendo com ele as chamas flamejantes da tão temida, inquisição. 

Ao longo da investigação a atmosfera na abadia assume ares de sangue e ruínas, de pecados e ambições luxuriosas enquanto Guilherme de Baskerville e Adso de Melk vão adentrando aos poucos na intimidade dos monges, nos mistérios da ampla e labiríntica biblioteca e vai nos apresentando a vida na abadia, os trabalhos e as funções enquanto buscam solucionar o caso, antes que outra morte ocorra. 

Nada nesse livro é apenas jogado, tudo tem um propósito claro e no final nenhuma ponta fica solta. O autor consegue, com seu vasto conhecimento de história medieval, mesclar os acontecimentos políticos, eclesiásticos e sociais da época e sintetizar em um único lugar discussões filosóficas, religiosas e sociais a respeito do direito ao conhecimento e como é danoso a ocultação e não divulgação do saber, monopolizando o conhecimento apenas para manter a manutenção do medo e, com ele, o controle dos mais simples. 

Com personagens icônicos e um desenvolvimento primoroso Umberto Eco nos apresenta uma história densa, cheia de simbolismos, com caráter filosófico e com uma escrita culta e abrangente nos fazendo pensar no quanto temos sorte de termos acesso fácil, em nossa época, a todo conhecimento que os livros abarcam. 

Eu amei essa leitura e principalmente os personagens Guilherme de Baskerville e Adso de Melk que são uma clara alusão a Sherlock Holmes e ao Dr. Watson: só que aqui eles fazem parte de uma fascinante crônica sobre a idade média cheia de filosofia, mistério, teologia e suspense. 

Umberto Eco, na minha humilde opinião, conseguiu mesclar e transportar magnificamente os icônicos personagens de Arthur Conan Doyle para 1327 e lhes incumbir de uma intrincada e curiosa investigação.
De bônus ainda temos um personagem, Jorge de Burgos, que faz alusão direta a Jorge Luiz Borges e o autor ainda nos presenteia com uma biblioteca labiríntica, assim como as contidas na obra de Borges, incorporando uma ótima referência para quem é, assim como eu, muito fã desse grande autor. 

Fiz essa leitura com meu queridíssimo amigo, Alex, e passamos horas prazerosas nas últimas semanas mergulhados em debates sobre esse livro que acabou por se tornar um cinco estrelas e favorito na minha lista de leituras e na dele também. 

Obrigada, Alex, por ter estado comigo nessa jornada, agregando muito com sua erudição nos aspectos teológicos e históricos do livro. 

Com toda certeza eu recomendo muitíssimo essa leitura.
Alex 20/05/2024minha estante
Excelente resenha. Régis, eu que agradeço à paciência, visto que velocidade não é meu forte ?. E concordo contigo, foi para os favoritos de todos os tempos. Uma obra prima.


Regis 20/05/2024minha estante
Gosto de como me faz ser mais paciente, Alex!
Espero que venham outras leituras com a mesma qualidade dessa. Fiquei realmente feliz de fazer essa leitura contigo. ??


HenryClerval 20/05/2024minha estante
Cinco estrelas, favorito e com essa perfeição de resenha, merece estar em qualquer lista, Régis. Parabéns pela resenha impecável! ??????


Foxback 20/05/2024minha estante
Parabens por mais uma otima resenha. Essa e a ediçao especial ne ? Voce leu na fisica ? Querendo comprar mas os preços dos livros dispararam rs


Regis 20/05/2024minha estante
Ah, Leandro, tenho certeza que você vai adorar esse livro tanto quanto eu amei. E obrigada por sempre estar presente. ???


Regis 20/05/2024minha estante
Muito Obrigada, Fábio! ??
Eu li no livro físico sim, Fábio, e a edição é lindíssima e contém a tradução das falas em latim, o único defeito dessa edição da Record é o papel Off-White, ele tem uma textura e espessura bem diferente e dá uma sensação ruim ao toque.




Vinicius.Escorce 14/05/2024

Existem livros que você tem que ler no momento certo e infelizmente não foi o meu caso com essa historia. Você le, mas parece que só te pega nas partes de ação ou tensão. Entretanto, o escritor traz seu grande portfólio acadêmico para descrever incrivelmente a época em que se passa a historia (principalmente a polarização dos monges católicos).
Também acho que poderiam ter notas de rodapé traduzindo as frases em latim.
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fernuds 11/05/2024

Gosto de clássicos, mas esse não foi pra mim. Achei o final decepcionante, esperava ter sido mais surpreendida.
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Vanessa2114 10/05/2024

Desvendando O Nome da Rosa
A leitura de "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, apresentou-se inicialmente como um desafio singular. A narrativa, rica em detalhes descritivos e passagens em latim, pode inicialmente parecer intimidadora, criando uma barreira para o envolvimento pleno com a história. No entanto, ao adotar uma abordagem mais flexível, permitindo-me absorver a essência da trama sem me prender excessivamente à tradução literal de cada palavra, a experiência transformou-se profundamente.

Esta mudança de perspectiva revelou-se como um portal para uma das jornadas literárias mais enriquecedoras que já tive o prazer de embarcar. A complexidade dos cenários, longe de ser um obstáculo, tornou-se um convite para mergulhar mais fundo no universo meticulosamente construído por Eco. A riqueza de detalhes, antes vista como um empecilho, passou a ser apreciada como uma das maiores forças do livro, proporcionando uma imersão sem precedentes na vida monástica do século XIV e suas intrincadas redes de mistério e erudição.

O envolvimento com a trama se intensificou a tal ponto que a conclusão do livro chegou a ser um momento de lamento pessoal. Finalizar "O Nome da Rosa" foi como despedir-se de um mundo fascinante, deixando uma sensação de orfandade literária. A rapidez com que devorei as páginas - concluindo a leitura em apenas três ou quatro dias - é testemunho do poder cativante da obra, uma vez superadas as primeiras impressões.

Em retrospecto, "O Nome da Rosa" não é apenas um livro; é uma experiência de imersão cultural e histórica, um exercício de compreensão e apreciação da complexidade humana. A jornada de seu protagonista, William de Baskerville, na resolução de uma série de crimes em um mosteiro isolado, é entrelaçada com reflexões profundas sobre conhecimento, fé e poder, tornando esta obra um marco incontornável na literatura mundial.

Portanto, para futuros leitores, aconselho abordar "O Nome da Rosa" com paciência e uma mente aberta, prontos para se deixarem levar por seus labirintos narrativos. A recompensa, asseguro, é uma das mais gratificantes que a literatura pode oferecer.
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Gi 06/05/2024

Não foi o que eu pensava
Acho que há sempre muita expectativa quando se trata de clássicos tão aclamados. Comigo não foi diferente. Mas isso foi um grande problema, porque, apesar da premissa ser excelente, o desenvolver da história não me empolgou em nada. Achei que se perdeu muito tempo com passagens desnecessárias, muitos acontecimentos paralelos que, apesar de apresentarem críticas pertinentes, não trouxeram nada de interessante pra história e momentos confusos em que eu me perdia lendo. Talvez não fosse o momento, talvez não seja uma leitura pra mim, não sei. O livro teve seus bons momentos, sem dúvida, só não gostei tanto assim.
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Eunice.Aires 06/05/2024

Eco andou pra que Dan Brown pudesse correr
Fantástico!!! Que livro surreal! Se tornou um dos meus favoritos, sem dúvidas.
Apesar do baita spoiler, que me desanimou muito a princípio, a história conseguiu me prender de uma forma inexplicável! Não à toa é um clássico (e que clássico!). Estou apaixonada ?
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Wagner Fernandes 02/05/2024

Um valioso tratado medieval...
...E um mistério de arrepiar!
O plot de "O NOME DA ROSA" é simples:
Emissários do papa e do imperador vão se encontrar na abadia para uma delicada reunião. A situação entre os dois poderes é delicada. A desconfiança impera. Guilherme de Baskerville, um monge franciscano e ex-inquisidor, é o intermediador, mas ao chegar se deparou com os assassinatos. Os crimes podem gerar suspeitas de armadilha para ambas comitivas, papal e imperial. Agora, para evitar esse problema, o abade pede a Guilherme para solucionar os crimes, porém o abade esconde segredos que podem prejudicar as investigações. E Guilherme tem apenas dois dias. Conseguirá resolver os assassinatos antes das comitivas chegarem?

Leitura fluida, agradável, traz boas reflexões.
Quanto ao enredo, quais segredos estarão escondidos na biblioteca? Por que só duas pessoas têm permissão de entrar ali? Quem terá assassinado o jovem monge?
Gosto do modo como o pensamento medieval é apresentado no diálogo de Guilherme de Baskerville (nosso Sherlock Holmes medieval) e o abade. Também é interessante ver como eram os mosteiros medievais e sua função principal: copiar livros e preservá-los.
Imagine que época complicada para produzir e preservar o conhecimento. As dificuldades, os bichos, o clima, a mão de obra qualificada (lembrando que praticamente só os religiosos eram alfabetizados e destes pouquíssimos eram intelectuais e pesquisadores de fato).
E hoje podemos encher nossas estantes com toda sorte de conhecimento e lazer! Mas QUANTOS valorizam os livros?

"O NOME DA ROSA" é um tratado de filosofia medieval. Umberto Eco usa os diálogos para discutir entre os personagens ética, religião, política, sociologia, etc de um modo bem agradável, como uma conversa (o que de fato é). Ele nos faz refletir sobre não apenas a história naquele período (início do século 14), mas nossa época. De fato, pouca diferença há entre os medievais e nós, exceto os avanços científicos. No fundo, o caráter humano é o mesmo. Aproveitadores tiram vantagem da fé e ingenuidade do povo, comerciantes, magistrados, nobres e o alto clero apoiam movimentos populares para em seguida destruírem os líderes leigos desses movimentos. Ou seja, se alguém se destaca em algum setor social, aqueles que detêm o poder ficam de olho. Se lhes interessa a popularidade do sujeito, fingem apoiá-lo até o derrubarem quando vão contra seus interesses (isso, claro, secretamente para o povo não se voltar contra eles). Aí exaltam o mártir e lucram com a popularidade que ele construiu. A História está cheia de exemplos assim. HOJE tem coisas assim! Que livro incrível para você compreender a natureza humana! Sensacional!

O início me lembrou um pouco "Operação Cavalo de Troia" (o lance do escrito misterioso, a perseguição, a perda do manuscrito original). Mas logo que a história entra nas memórias de Adso de Melk vemos que é diferente. Gostei desta edição em particular porque, ao contrário das outras, traz a tradução das frases em latim, o que facilita muito a compreensão de certos trechos. Obrigado à tradutora! Falando em trechos em latim, gostei deste. Virou minha frase favorita:

"In omnibus requiem quaesivi, et nusquam inveni nisi in angulo cum libro."
(Tomás de Kempis)

"Em tudo procurei descanso e em nada o encontrei, a não ser num canto, com um livro."

Nota máxima para esta obra única.
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Lemos.lola 29/04/2024

O livro é bom, a religião que o livro traz é bem retratada, o livro tem um suspense bom, uma trama boa.
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Ertal 25/04/2024

O nome da rosa
Uma trama fantástica e bem interessante, principalmente para os amantes de obras de época com ambientação e figurino em grande destaque.
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Maria Vitória 20/04/2024

?O Nome da Rosa traz a narrativa de uma série de assassinatos de monges em uma abadia na Itália medieval investigados pelo Frei Guilherme de Baskerville, assessorado pelo seu noviço Adso de Melk, narrador da história. E sim, os personagens são claras referências à icônica dupla Sherlock e Watson.

?O livro se apresenta como um instigante romance policial, e de fato o é, mas não só isso. Logo nas primeiras páginas somos submetidos à longas descrições do cenário medieval e eclesiástico, e segue assim durante a trama intercalando os acontecimentos das mortes com discussões filosóficas e religiosas da época, inclusive, nos apresenta alguns personagens históricos reais, bem como passagens em latim sem tradução. Quanto à isso, ponto para essa edição que trouxe um índice das traduções no final.

?Ao lermos o pós-escrito em que Eco explica alguns pontos da construção de seu livro, percebemos exatamente que essa era sua intenção, quando ele diz: "O que quer dizer pensar num leitor capaz de superar o obstáculo penitencial das primeiras cem páginas? Significa exatamente escrever cem páginas com a finalidade de construir um leitor adequado para as páginas que virão em seguida." Ele queria um cúmplice que topasse entrar de cabeça na Idade Média através de sua história, e conseguiu milhares.

? É um livro complexo, cheio de conceitos que podem ser estranhos à maioria, como foi para mim, mas com certeza é um livro que vale a pena ser lido. A genialidade do autor exala a cada página.

? Ah, e quanto ao mistério, Eco não decepciona, ele é naturalmente desvendado de forma maravilhosa, e o nosso detetive ao mesmo tempo que vence, também é vencido.

? É sempre difícil falar de clássicos, parece que de tudo já foram escritos sobre eles, então que tal você mergulhar por si mesmo nesse ambiente cheio de simbologias e misterios que é O Nome da Rosa?
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Eliza.Beth 13/04/2024

Não na agitação, o Senhor não está na agitação.
Apesar de não ter uma religião, histórias que envolvem o místico, a Bíblia e seus personagens, Deus e suas regras, normalmente são histórias que chamam muito a minha atenção.
Com esse livro não foi diferente. Fui fisgada no prólogo: ?No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio em Deus, e o dever do monge fiel seria repetir a cada dia com salmodiante humildade o único evento imodificável cuja incontrovertível verdade pode ser asseverada. [?] precisamos soletrar seus símbolos verazes, mesmo quando nos parecem obscuros e como que entremeados por uma vontade totalmente voltada para o mal.?

Não tinha como né, amigos?

Gostei do ritmo da história, meio policial, religiosa, política. Adorei a forma como o livro é dividido em 7 dias, e os dias divididos em horários. Amei Guilherme e Adso, os dois monges que estamos mais próximos ao longo do livro. Eles são bem construídos, engraçados e imperfeitos. Meu tipo de personagem preferido.

Gostei muito de uma frase do livro na qual vejo uma espécie de resumo da obra e também um alerta sobre acontecimentos passados e que o mundo parece ainda não ter aprendido: ?O anticristo pode nascer da própria piedade, do excessivo amor a Deus ou à verdade, assim como o herege nasce do santo, e o endemoninhado, do vidente. Teme os profetas e os que estão dispostos a morrer pela verdade, pois costumam levar consigo à morte muitíssima gente, frequentemente antes deles mesmos e as vezes em seu lugar.? (531-532)


Por fim, ?É difícil aceitar a ideia de que não pode haver ordem no universo? a liberdade de Deus é nossa condenação.?

De fazer você bater a cabeça na parede várias vezes e questionar o mundo. Amei muito.
Alan kleber 15/04/2024minha estante
Muito bom.
Fiquei curioso.


Eliza.Beth 17/04/2024minha estante
Alan, recomendo muito a leitura. É um livro sensacional.




anac.190808 10/04/2024

Está fazendo frio no scriptorium...
Sabe, essa história é uma daqueles que você olha e não vê a beleza que há dentro. Sob a capa e o nome, estão Adso, Guilherme, Jorge, e tantos outros cuja ficção se mistura com a realidade. Tudo nesse livro é surpreendente e verdadeiro, a história é de uma primazia inestimável e, com certeza, essa leitura, que eu nem mesmo sabia que queria ler, se tornou uma das melhores de todos os tempos. Tudo nesse livro reflete a maestria de Umberto Eco e, sabe algo que te diz que uma leitura foi boa? Ela simplesmente ser a escrita de uma música que te marca. Para aqueles que querem lê-lo, ouçam Primavera, de Ludovico Einaudi e vejam o que é a alma gêmea de um livro."stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus", o nome daquela rosa ainda permanece, hoje ele está descoberto...
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PAULINHO VELOSO 29/03/2024

Abades, abadias e um scriptorium maldito
O Nome da Rosa foi o primeiro romance ficcional de Umberto Eco: inacreditável!
Ele conta a história de dois monges "contratados" para investigar eventos ocorridos em uma Abadia.
No decorrer da investigação, o autor insere diálogos, alguns discursos, até sonhos que nos fazem entender o tempo, costumes e hábitos nem sempre muitos santos dos usuários de hábitos (desculpe o trocadilho).
O modo como apresenta a trama é envolvente.
Por muitas vezes pareceremos estar dentro da abadia, em corpo ou em espírito: o romance reflete e repete, em muito, a frivolidade humana na qual nem eu, nem você, estamos à salvo.
Boa leitura e... cuidado com o que lê!
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Ricardo743 27/03/2024

Meu livro favorito
Simplesmente não sei por onde começar a comentar. É de longe o melhor livro que eu já li, ao ponto de ofuscar qualquer outra coisa que eu tenha lido antes ou depois (até agora, pelo menos hehe).

A trama me prendeu logo de cara. O cenário, as argumentações dos padres, a resolução do mistério, tudo supera as expectativas. Destaque também para humor sui generis do Umberto Eco que permeia toda a obra e que, algumas vezes, passa despercebido.

Já adquiri mais dois livros do autor e estou disposto a ler toda a sua obra.
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