Nany 31/05/2024Mulherzinha possui um enredo que considero encantador e aconchegante, que me lembrou bastante do livro Éramos Seis. A simplicidade e a leveza que ambos trazem são cativantes. Gosto desses temas que abordam a família dentro do seu lar, em sua extrema simplicidade, seus dilemas pessoais, como cada um possui sua própria personalidade e vão seguindo seus sonhos, como lidam com as decepções e os sofrimentos.
O livro não aborda apenas um personagem principal, mas acompanhamos a vida de quatro irmãs. Meg March, a irmã mais velha, é a mais maternal, desejando uma vida doméstica tranquila. Jo March, a segunda filha, é impetuosa e determinada, com um espírito livre e aspirações literárias, ansiando ser escritora. Beth March, a terceira, é tímida, bondosa e talentosa na música. Amy, a mais nova, é a artista da família. Apesar de não ser da família, temos o jovem Sr. Laurence, melhor amigo de Jo, que traz um contexto maravilhoso ao livro.
O relacionamento é um tema importante do livro, pois vemos a relação entre as irmãs, os dilemas, e como vão lidando com os desafios que encontram pelo caminho. A família é pobre, mas não deixa de ajudar quem mais precisa. Mas o que mais me deixa apreensiva é o estado de saúde do pai, que está servindo como capelão na Guerra Civil Americana. A Sra. March sempre traz uma doçura e um aconchego ao lar, sabendo como lidar com as personalidades de suas filhas e acolhendo-as da melhor forma. A relação entre as meninas March e o Sr. Laurence é trabalhada de forma individual com cada uma, e vemos a transformação de ambos os personagens a cada virada de página.
A obra traz leveza, mas também aborda o luto e como lidam com a dor da perda, de uma forma que faz com que tudo seja um espetáculo. Em geral, é um enredo prazeroso de ler. O livro é bem desenvolvido, pois aborda os personagens com profundidade e delicadeza. Compreendi o motivo de ser um clássico.