Robson 20/11/2013Uma obra pra lá de elogiada, repleta de comentários positivos internet a fora, este é “Fuga de Furnace”.Tenho orgulho de dizer que grande parte das minhas expectativas para o primeiro livro de Furnace, “Encarcerados”, foram satisfeitas. Alexander Gordon Smith desenvolve sua narrativa com classe e uma dinâmica extremamente confortável para a leitura. Desde já posso dizer que a série entrou para as minhas favoritas e logo vocês irão entender o motivo de tal amor.
“Abri os olhos, e a prisão ainda estava ali. A Penitenciária de Furnace. O lugar aonde enviavam vocês para esquecer-se de si mesmo, para puni-lo por seus crimes, mesmo que não os tivesse cometido. Só uma entrada e nenhuma saída. Sim, este era o meu lar agora, e o seria até que eu morresse.”
“Encarcerados” inicia sua trama de uma maneira única e esplendorosa, nos afogando em ação e emoção, tudo isso vindo do ponto de vista de Alex (coincidência o nome do protagonista ser uma “abreviação” do nome do autor?), a pessoa que irá vivenciar todos os tipos de desafios e perigos dentro da “aconchegante” Furnace.
Alexander me passou uma segurança enorme enquanto narrava a história de Alex e sua batalha para sair de Furnace. Muito convicto do que estava contando, o autor não mede esforços para colocar ação nas páginas, extinguindo as possibilidades de largar o livro para fazer qualquer coisa. A narrativa em primeira pessoa torna o sofrimento e a esperança de Alex evidente, o que me fez sentir tudo o que ele estava sentindo e também torcer por ele durante a leitura. Além disso, “Encarcerados” nos trás uma dinâmica surpreendente onde nada é desperdiçado. Sem duvidas uma leitura emocionante e MUITO, mas muito rápida, a sensação que eu tive ao finalizar este primeiro livro foi única, era como se eu houvesse lido apenas quinze minutos e eu queria mais e mais.
Em todo o processo de leitura tive apenas uma decepção, no inicio não consegui achar muito sentindo na história e isso acabou deixando a leitura um pouco confusa. Alexander logo dá a volta por cima e concerta esse pequeno deslize, me fazendo mergulhar de cabeça no mundo misterioso da Penitenciária de Furnace. Todo aquele mistério por trás da prisão inabalável e a luta de Alex fizeram com que eu me sentisse dentro da história e isso foi aos poucos tapando aqueles buracos do inicio de maneira única e surpreendente.
“Obediência é a diferença entre a vida, a morte e outras variedades de existência ofertadas aqui em Furnace.”
Cheio de reviravoltas e acontecimentos inesperados, “Encarcerados” inicia a série com pé direito, fazendo com qualquer um tire o chapéu para Alexander Gordon Smith e o aplauda de pé por sua obra de arte.
O autor criou personagens fortes e criveis a ponto de fazer com que eu imaginasse cada um deles vivendo na nossa sociedade e até cogitar a possibilidade de uma Furnace escondida por aí. Cada qual tem sua personalidade única e bem definida, sem chatices manias desnecessárias, mas dentre todos eles, destaca-se Alex. Claro, Alex é o motivo de toda essa história, mas ele acaba se tornando muito mais do que só um protagonista durante o desenvolvimento da história e isso acende um holofote enorme em cima dele. É possível acompanhar todo o aprendizado de Alex sobre Furnace, todo o seu desenvolvimento para que ele consiga superar os obstáculos que surgem em seu caminho.
“Sob o céu fica o inferno, garotos, e, sob o inferno, Furnace. Espero que desfrutem da permanência aqui.”
Além de todas as qualidades citadas acima, o primeiro livro de “Fuga de Furnace” trás um leve toque distópico, criado pela ditadura imposta dentro da prisão por parte de alguns grupos e principalmente pela administração do local. Esse foi um dos inúmeros pontos do livro, dando uma nova visão ao gênero. Isso, mesclado à ação e ao romance inexistente, acabou por inovar essa parte dos jovem-adultos presentes no mercado editorial atual.
A finalização deste primeiro livro foi digna de aplausos, Alexander soube como finalizar os pontos vitais para o primeiro livro e deixou um cliffhanger capaz de fazer qualquer um subir pelas paredes. Posso dizer que esse foi um dos livros mais emocionantes que li até agora, durante a leitura tive a sensação de levar constantes injeções de adrenalina, meu coração com certeza foi à boca em vários momentos aterrorizantes do livro. A ponte deixada para o segundo livro sugere uma história ainda mais eletrizante e cheia de mistérios a serem desvendados e se vocês ainda não leram este livro, corram!
A editora Benvirá está de parabéns pelo trabalho, desde ao projeto gráfico, até a mínima revisão. A capa está maravilhosa e tem um significado enorme junto à trama apresentada.
E agora, Robs, devo ler?
Você ainda está se fazendo essa pergunta? Por favor, dá um jeito de ler, você não sabe o que está perdendo! Os fãs desde terror, até a típica distopia irão amar incondicionalmente este livro e vão ansiar por mais a cada página lida.
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http://www.perdidoempalavras.com/2013/11/resenha-encarcerados.html