A Morte da Luz

A Morte da Luz George R. R. Martin




Resenhas - A Morte da Luz


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daniel henrique 24/09/2013

Heil, George!
Primeiramente, gostaria de iniciar esta resenha dizendo que sou um grande fã da série As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin, e que o motivo que me levou a ler esse livro foi justamente esse: a saudade de revisitar a escrita fabulosa desse escritor que, mais uma vez, me surpreendeu em A Morte da Luz.

No início do romance, admito que me senti um pouco desnorteado e indiferente. A Morte da Luz é muito diferente de Guerra dos Tronos. Passa-se em um mundo ficcional totalmente novo, fala sobre viagens estelares e mundos quase-mortos banhados pela luz perene de um eterno crepúsculo. Worlorn, em si, é uma grande metáfora da vida que vivemos, do mundo no qual vivemos. Vi esse mundo como uma alegoria ao nosso próprio planeta: será que ainda estamos na aurora do Planeta Terra, ou o mesmo já se encontra nos seus últimos dias: esgotado, seus recursos quase extintos? O Festival [da vida] que vivenciamos durará até quando? O que acontecerá depois?

A Morte da Luz é um livro extremamente poético. É o tipo de livro que entediará a muitos, mas que deixará a outros vidrados, vivendo em Worlorn mesmo quando não se está lendo - e muito depois de já ter finalizado a leitura. Seus personagens trazem grandes ensinamentos; são profundos, arraigados em seus próprios conceitos e especificidades, a despeito dos códigos e herança que trazem consigo mesmos do mundo do qual vieram.

Particularmente, achei o protagonista, Dirk t´Larien, um tanto pacato e saudosista. Por outro lado, me via torcendo por Jaan Vikary, a princípio um antagonista que se escondia numa aura de mistério, ameaças e segredos.

Vi bastante de Douglas Adams em A Morte da Luz na primeira metade do livro também. O humor negro, o modo como a tecnologia é retratada, quase como um organismo vivo. E isso é um grande elogio. Bem, A Morte da Luz é o tipo de livro que te deixará pensando por muito tempo mesmo depois de você terminar de lê-lo.

Fascinante; cativante; à frente de seu tempo. Um salve para George R.R. Martin, que mais uma vez me surpreendeu. :)
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Mauro 18/08/2013

Space Opera travestida de Ficção Cientifica Hard
George R. R. Martin foi feliz na criação de um pano de fundo muito detalhado e crível - ele realmente conseguiu dar vida a esse futuro humano de viagem e colonização espacial. Um grande feito para um autor estreante.
Todavia, a trama central do livro é fraca, baseada em romance, fuga, e diferenças culturais.
Não dei uma nota mais baixa, pois entendo que minha opinião é muito pessoal, e outros podem gostar.
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Arps 08/06/2013

Um livro pra sair da rotina dos livros
Realmente um livro a parte.... Muito... interessante... n vai te prender do começo ao fim, pode ter certeza... é uma leitura lenta e filosófica... n do tipo "diversão a noite toda". Mas n deixa de ser boa.. faz pensar, e isso é perfeito para quebrar os livros lançados atualmente, por isso uma leitura boa... mas massiva. Com um final que me deixou meio... vazio...meio Worlorn.
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Marlon 12/05/2013

Excelente
Não entendo a necessidade de comparação com outras obras tão distintas, incluídas ai, As crônicas de fogo e gelo.

O livro é denso, complexo, com muitas palavras acercadas ao contexto do livro que não seriam comuns hoje, nem na época de lançamento, nem nunca. Creio que a fraqueza de mente ao se criticar palavras se deve a falta de vontade de entender a sua qualidade. Não vejo isso como um livro inaugural do autor, vejo como uma excelente obra, criada a partir de uma genialidade sem tamanho.

Me entristece o Martin ser tão preguiçoso para escrever, a qualidade de A morte da luz poderia ser considerada um prelúdio do que viria posteriormente, ressalvando-se, são livros distintos, bem distintos.

O universo criado e a qualidade da história é épica, para mim, é um livro imperdível.
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Paulinha 26/04/2013

Horrível...
Um dos piores livros que já li, dá aquela sensação de raiva por ter perdido tanto tempo depois que termina a leitura...
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ricardo_22 19/04/2013

Resenha para o blog Over Shock
A Morte da Luz, George R. R. Martin, tradução de Marcia Blasques, 1ª edição, São Paulo-SP: Leya, 2012, 336 páginas.

O que esperar de um livro que começa complexo e que causa certa estranheza ao leitor, que ainda desconhece o mundo fictício criado pela mente de um escritor? Muitos podem imaginar que a leitura se arrastará e inclusive será cansativa, algo natural em determinados casos. E isso de fato pode acontecer, mas não por muito tempo.
Publicado originalmente em 1977, A Morte da Luz é o primeiro livro do escritor George R. R. Martin, que provavelmente na época não imaginava que se tornaria um dos mais aclamados escritores do mundo. Conhecido principalmente pela série As Crônicas de Gelo e Fogo, Martin é considerado por muitos um verdadeiro gênio, o que pode ser comprovado com a leitura da sua obra de estreia, mesmo que no início pareça estranho alguém amar a complexidade criada por ele.
Essa história complexa se inicia com a apresentação de Worlorn, um planeta errante de características singulares e que, após se aproximar de um sistema solar e novamente ganhar vida, volta a seguir seu caminho lentamente rumo à morte. Porém, durante os anos em que esteve habitável, Worlorn foi palco de um grande festival que envolveu inúmeros mundos, e é para esse planeta que Dirk t’Larien parte ao ser chamado por Gwen Delvano, o seu grande amor, a quem fez uma promessa no passado.
Ao contrário da época em que estavam juntos, Gwen não é mais a mesma mulher. Agora ela faz parte de um triângulo amoroso, que causa uma verdadeira batalha cultural, onde não se sabe quem está do lado do bem ou do mal, e não há cautela para lutar pelos ideais; pelas posses. Nessa disputa com pessoas poderosas, Dirk tem a missão de proteger Gwen, mas para isso precisará enfrentar mais do que apenas as forças dos seus inimigos.

“Ela estava presa em uma teia muito complexa, uma teia que era política e emocional ao mesmo tempo; e ele aparentemente tinha sido arrastado com ela, para observar impotente enquanto tempestades semicompreendidas de tensão psicossocial e cultural giravam ao redor dele. Estava muito cansado de observar impotente” (pág. 115).

Como citado, A Morte da Luz se inicia de forma confusa, mas antes mesmo das primeiras cem páginas esse aspecto muda radicalmente e o leitor se coloca dentro da história, sentindo a mesma emoção dos personagens e a cada hora ficando na torcida por um deles, já que não há herói ou vilão durante a história. Há uma relação de amor e ódio com tais personagens.
Provavelmente o grande responsável pela torcida, e pela relação de amor e ódio, não seja apenas o talento em construir uma história de Martin, mas a forma como ele une os conflitos sociais e culturais, causando um grande choque entre a diversidade de planetas e povos, cada qual com suas próprias características. Com isso, além de uma ótima obra de ficção, o autor construiu um trabalho que levanta importantes pontos, alguns inclusive presentes na nossa sociedade.
Em seu lado crítico, A Morte da Luz questiona determinadas formas com que os kavalarianos, nativos de Alto Kavalaan, levam a vida. Apesar de no início ser um tanto complicado de se entender, e principalmente aceitar, percebemos que em alguns casos essa forma de levar a vida é natural mesmo em um mundo real, como, por exemplo, mulheres tratadas como escravas (betheyn) ou objeto sexual (eyn-kethi); e de pessoas que se unem, de igual para igual, em busca de proteção (teyn).

Mais em: http://www.blogovershock.com.br/2013/04/resenha-147-morte-da-luz.html
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Pedro Viana 14/04/2013

A Morte da Luz, de George R. R. Martin: o primeiro livro do autor d’As Crônicas de Gelo e Fogo
Retirado da Revista Fantástica, sua revista online sobre Literatura, Cultura e Entretenimento. Visite! www.revistafantastica.com.br

Antes de tirar A Morte da Luz do plástico, eu já possuía uma grande expectativa. Para aqueles que não sabem, George R. R. Martin é, atualmente, um dos meus autores favoritos. Então, juntando esse fato com o de que fiquei muito curioso para saber como ele escrevia trinta e cinco anos atrás, resolvi ler o livro. E, confesso, minhas expectativas não foram quebradas.

O livro é muito bom. Não tão bom quanto os livros d’As Crônicas de Gelo e Fogo, mas ainda assim merece reconhecimento. O começo morno da história é ofuscado pela complexidade do universo futurista criado por George R. R. Martin, onde não existem alienígenas, mas sim raças humanas evoluídas de maneira diferente em cada parte da galáxia.

A trama em si é ambientada em Worlorn, um planeta sem órbita, que durante um Festival da Orla foi colonizado por quatorze culturas diferentes, mas com o fim do mesmo, rapidamente abandonado. Dirk t’Larien, o protagonista, ruma para o planeta movido pela promessa que fez a sua amada Gwen Delvano de que um dia voltaria para ela. A missão de Gwen em Worlorn, como bióloga, é estudar a natureza singular do planeta, que foi obtida através da união de todas as culturas que participaram do Festival. No entanto, quando Dirk chega ao planeta, descobre que ela está casada com Jaantony Vikary, um alto-senhor de Alto Kavalaan.

Ao longo da história, George R. R. Martin nos apresenta o choque entre as culturas de seu complexo universo – que na minha opinião, é um dos focos principais do livro. O choque entre os kavalarianos, acima de todas, contrasta as visões conservadoras e modernas dentro da mesma sociedade.

Compreendam que é muito difícil para mim ter que comparar A Morte da Luz com os livros d’As Crônicas de Gelo e Fogo, mas irei tentar. De semelhanças, eu destaco a imprevisibilidade da trama e o esmero na criação da história, dos personagens e do próprio universo em que se passa. George R. R. Martin é um escritor muito inteligente, e sabe como cativar um leitor. Das diferenças entre as obras, eu diria que A Morte da Luz tem mais ação e, mesmo sendo ficção científica, teve momentos mais momentos românticos que As Crônicas de Gelo e Fogo, que por ser uma história sobre poder, não abre muito espaço para tais coisas.

E gostaria de deixar uma observação para aqueles que não conhecem todas as obras de George R. R. Martin: comparando os dois momentos do autor, eu diria que lendo-se um não se ganha uma opinião concreta sobre o que poderá esperar do outro. Tanto que, se ele tivesse usado um pseudônimo em A Morte da Luz, eu nunca iria saber que ele era o mesmo autor d’As Crônicas de Gelo e Fogo. Portanto, eu recomendo a leitura de ambos. Recentemente, a LeYa divulgou o lançamento do primeiro volume de Wild Cards, uma série (que já ultrapassou os vinte volumes) de antologias de ficção científica dentro de um mesmo universo, onde Martin é o editor e autor. Mesmo tendo ficado feliz com a notícia, eu espero mais ansiosamente o lançamento de outras obras, como Fevre Dream, que mostra que além de fantasia e ficção científica, Martin também tem obras no gênero de terror.

Trecho do Livro:

“– [...] Os kavalarianos têm um ditado, que um homem é a soma de todos os seus nomes. Nomes são muito importantes em Alto Kavalaan. Nomes são muito importantes em todos os lugares, mas os kavalarianos conhecem essa verdade melhor do que a maioria. Uma coisa sem nome não tem substância. Se algo existe, tem um nome. E, da mesma forma, se você der um nome para alguma coisa, de algum modo, em algum nível, a coisa nomeada existirá. Esse é outro ditado kavalariano. Você entende, Dirk?” (página 40)
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Sidney Matias 28/03/2013

George R.R. Martin - A Morte A Luz
George R.R. Martin - A MORTE DA LUZ

Um planeta errante, vazio, chamado Worlorn, sem muitos atrativos e que não faz parte de nenhum sistema solar, vagando constantemente pelo universo, e são raras as vezes que ele passa próximo a algum planeta ou estrela, até que ele se aproxima de um gigante sol, o Satã Gordo. Este que é rodeado por mais seis menores sois, essa aproximação faz com que Worlorn tenha luz por algumas décadas.
Após esse evento, é realizado um festival que reúnem os principais mundos e constroem 14 cidades, cada uma com características oriundas de seus próprios mundos, como um raio-x de sua terra natal.
A Morte da Luz se ambienta anos após o festival, quando Worlorn já se distância lentamente da grande roda de fogo, dando sequência em seu errante e eterno caminho, aonde já são poucas as pessoas que ainda habitam o planeta,
Nosso protagonista Dirk t'Larien é chamado ao planeta por Gwen Delvano, seu antigo amor, por meio de uma joia sussurrante.


Achei muito interessante toda à idealização da obra, e com vários toques de originalidade, enriquecendo muito o ambiente onde a trama desenrola. Fugindo um pouco das histórias futuristas, aonde raças alienígenas dividem espaço com humanos, e guerras de naves pelo espaço, império contra rebeldes. Dando um tom mais sério na história. Apesar de que em alguns pontos o ritmo é lento.
Primeira obra do autor originalmente escrito em 1977, muito antes do best-seller “As crônicas de gelo e fogo”, A Morte da Luz já mostrava o fenômeno que Martin iria se tornar.
Uma grande capacidade de criar personalidades, porém nesta obra, eles não são cativantes.
Personalidades estas que são complexas e interessantes, nada de “bandido” ou “mocinho”, e nos traz culturas muito bem estruturadas e com características únicas, toda a elaboração de nomes, fundo histórico e a relação sociocultural é muito boa.
Mas, após ter criado um mundo fascinante, o autor poderia ter desenvolvido uma história melhor, você termina a leitura querendo algo a mais.
Logo após ler o prólogo, o autor cria no leitor uma expectativa enorme, fazendo com que você espere por algo extraordinário.
O romance que envolve a obra é muito bom, porém confuso para o próprio Dirk t´Larien.
A descrição da floresta onde se passa a caçada é fantástica, e a excelente narrativa realmente nos transporta para o local.
A trama envolve algo diferente e pra quem gosta de ficção é um excelente livro, toda a ambientalização e tecnologia aplicada é muito interessante, a raças, as culturas, e toda a forma como a trama desenvolve. Martin realmente é muito bom, mas a consagração veio somente com a fabulosa e ambiciosa Crônica de Gelo e Fogo, porém tudo isso é muito natural, e a Morte da Luz não deixa a desejar para nenhum livro do gênero.
Os pontos negativos são poucos, e nenhum deles chegam a ser um demérito para obra, Casa de Livro Blog recomenda.



Autor: George R.R. Martin
Título: A Morte A Luz
Título: Original: Dying of the Light
Ano Lançamento: 1977
Páginas: 336
Editora: LeYa
Nota: 4

Boa Leitura

Sidney Matias

Então, em di-446, um astrônomo da Tocadolobo fez de Worlorn o objeto de seus estudos, e pela primeira vez alguém se preocupou em juntar todas as coordenadas. Foi quando as coisas mudaram. O
nome do astrônomo lupino era Ingo Haapala, e ele saiu da sala de computadores incontrolavelmente excitado, do jeito que os lupinos freqüentemente ficam. Pois Worlorn teria um dia - um longo e brilhante dia.


A constelação chamada Roda de Fogo ardia nos céus de cada mundo exterior, uma maravilha notória tanto dentro quanto fora da Antiga Terra. O centro da formação era a supergigante vermelha, chamada por uma dúzia de nomes, tais como o Centro, o Olho do Inferno, o Satã Gordo. Em órbita ao redor dela, equidistantes e dispostas ordenadamente como seis bolas de fogo amarelo rolando em um único sulco, estavam as outras: os Sóis Troianos, os Filhos de Satã, a Coroa do Inferno.


- Este é Dirk t'Larien, korariel de Jadeferro, quer você goste ou não.
- Janacek virou-se ligeiramente na direção de Dirk e apontou para o estranho de branco.
- t'Larien, este é Lorimaar Reln Raposadeinverno Alto-Braith Arkellor. - Um vizinho nosso.
..

A luz ocidental tingia tudo de vermelho; o Satã Gordo erguia-se em algum lugar, e logo a estrela de Alto Kavalaan estaria apagada
nesse céu crepuscular.


A luz estava tão fraca que era difícil ver as coisas com clareza até que se aproximassem, e então... uma carcaça de algum tipo, ou o que restara dela. No centro da galeria, rígida e ensangüentada. Pedaços de carne estavam espalhados por todo lado. Havia sangue seco escuro no plástico.
- Deve ser a vítima que ouvimos mais cedo. - Gwen supôs em um tom coloquial. - Caçadores de quasehomens não comem sua presa, você sabe. Não pensam duas vezes antes de dizer que as criaturas não são humanas, apenas algum tipo de animal semi-senciente, e acreditam nisso. Mesmo assim, o fedor de canibalismo é muito forte, mesmo para eles, então não ousam. Mesmo antigamente, em Alto Kavalaan, durante a era da escuridão, os grupos de caçadores nunca comeram a carne dos quase-humanos que abatiam.


Correra por dez minutos quando ouviu os cães Braiths latindo selvagemente atrás de si. Depois disso, não pensou nem se preocupou. Correu. Correu como um animal em pânico, respirando ofegante, sangrando, o corpo todo tremendo e doendo. A corrida tornou-se algo sem-fim, uma coisa além do tempo, um sonho febril de pisadas frenéticas, fragmentos de sensações vividas, e o ruído dos cães cada vez mais próximos - ou assim parecia.


- Alto Kavalaan era um planeta violento, é verdade. Mas agora, verdade seja dita, violentos são os kavalarianos. Um povo hostil, cada um deles, freqüentemente xenófobos, racistas. Orgulhosos e
ciumentos. Com suas altas-guerras e seus códigos de honra, sim, e é por isso que carros kavalarianos vêm com armas. Para lutar no ar! Eu o previno, t'Larien...
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Lucas Oliveira 22/03/2013

A morte da Luz
Confesso que tive certo receio nas primeiras páginas por encontrar um prólogo repleto de termos extremamente particulares, como se sugerindo que o leitor devesse ter um conhecimento prévio à cerca da mitologia de tudo aquilo que estava sendo narrado, mas me acalmei no exato momento em que descobri a existência de um esclarecedor glossário nas últimas páginas, cuja principal função era explicar detalhadamente as palavras novas e os tão intrincados e bem construídos marcos históricos presentes no texto. A par dessa informação, me vi pronto para saborear a talento magistral e a escrita absurdamente poética e envolvente de George R. R. Martin.
Logo de cara somos jogados em Worlorn, um planeta errante, destinado a vagar eternamente pela imensidão do espaço. Porém, o trajeto do orbe cruzou com a Roda de Fogo, um sistema solar de sete sóis que iluminou e trouxe a vida de volta ao local. Durante esse período extremamente ensolarado um festival foi produzido, trazendo naves de todos os mundos possíveis. Assim a história de Worlorn é desmembrada, e de repente o lugar se tornar palco de um complexo contexto histórico, permeado por inúmeros conflitos socioculturais travados por nações dos mais variados pontos da galáxia. Mas o planeta continuou vagando e lentamente se afastando do aglomerado de estrelas. A morte da luz estava traçada.
É para esse mundo desconhecido que Dirk é chamado por seu antigo e nunca esquecido amor, Gwen. Os dois não são mais os mesmos e do começo ao fim se instala a dúvida cruel... Eles realmente vão ficar juntos? A relação confusa entre esses dois singulares personagens e o caminho surpreendente que eles percorrem a cada virada de página vai se tornando cada vez mais instigante, e nunca maçante. Tudo se desenrola de forma inesperada e nada é o que parece ser.
Melhor parar por aqui e não entregar mais spoilers. O que merece realmente ser frisado é a forma como o autor consegue prender a atenção de quem lê através de descrições fantásticas. Os ambientes não são meramente descritos, mas sim poeticamente descritos. As paisagens de Worlorn estão cheias de uma carga emocional absurda, provocando inúmeras reflexões existenciais. Como não se impressionar com a cidade de Kryne Lamiya e sua triste canção feita pelos ventos ou com a quase maternal Voz de Desafio?
Enfim, o livro me tocou justamente por não seguir os caminhos esperados, por trazer personagens bem construídos e envolventes e principalmente por trazer a tona uma realidade futurista, inspiradora e arrebatadoramente criativa.
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Vida em Série 18/03/2013

Primeiro livro de George R. R. Martin.
Sua capa lembra muito as de CdGeF, o que faz pensar que fora lançado aqui apenas para atingir os leitores da outra série. Sua história, embora um pouco menor, lembra as façanhas estrelares de Isaac Asimov, porém em um universo menos trabalho e com foco em apenas dois personagens. Diferente do GRRM que conhecemos, não é mesmo? Pois é, mas é por que essa história se distância 19 anos do primeiro volume de CdGeF. Acredito que, naquele tempo, GRRM ainda estava no começo de sua maturidade como escritor, mas embora a trama gire ao redor de um casal (Dirk e Gwen), notamos uma discreta, mas desenvolvida, vontade de narrar o cenário.

Dirk e Gwen estão presos em um planeta que, outrora fora lugar de um festival, porém durara pouco. O festival aconteceu nos anos em que o planeta se aproximou da estrela e acabou quando ele se afastou, mantendo-se tão longe que não recebia o minimo de energia necessária para a manutenção da vida. Ou seja, a superfície de Worlorn está morrendo e é nesse cenário degradante que Dirk e Gwen precisam sobreviver.

http://pormaisuma.com/2013/02/george-r-r-martin-ruas-estranhas-e-a-morte-da-luz/
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Sybylla 03/03/2013

Decepção
O que funcionou maravilhosamente bem em Westeros, não deu certo em Worlorn. É nome demais, termos, pessoas, regras, normas, que tornam o livro cansativo, repetitivo, com diálogos longos e uma obsessão por nomes e nomenclaturas que arrastam o livro do começo ao fim.

Umas poucas partes de perseguições e brigas são interessantes, mas no geral o livro é chato, com movimentos previsíveis dos personagens - algo bem diferente de Westeros - e com um final que pouco explica.

Uma pena, pois Martin sabe muito bem como prender o público em um livro.
rafaelverolla 12/03/2013minha estante
minha exata opinião. Sem contar com personagens principais bem chatos.


Gaspar Genaro 18/03/2013minha estante
Foi o primeiro livro dele, nessa época ele ainda estava desenvolvendo suas habilidades, por isso não sabia prender o leitor. Concordo com quase toda sua opinião, realmente muitos termos e nomes lançados de cara, foi dificil entender algumas coisas. A narrativa é bem mais perdida do que vemos em Westeros, os personagens são bem rasos e pouco interessantes.

Apesar disso, tem mérito pois fiquei muito interessado por esse universo, e suas culturas, é algo que GRRM sabe criar muito bem. Acredito que tudo poderia ter sido diferente se ele fisese algo mais parecido com o que estamos acostumados nesse universo. Gostaria de saber mais sobre Toca dos Lobos, sobre essa Terra futurista e como funciona esse universo futurista.




22/02/2013

Fanática pelas Crônicas do Gelo o do Fogo, e de George R. R. Martin também, não poderia deixar de ler seu primeiro livro. E só li mesmo por ser dele, porque não é do tipo de leitura que me atraia. Não sou muito fá de ficção científica (sim, amo Star Wars de todo o coração, e gosto muito de Star Trek do J.J. Abrams, mas é só. E não estou julgando quem curte, cada um é cada um, só estou expressando minha preferência), talvez por isso meu receio de ler.

A história gira em torno de Dirk t´Larien, um homem solitário que sofre há sete anos pelo abandono de sua amada, Gwen Delvano, que ele teima em chamar de Jenny (há uma explicação para isso, mas eu sinceramente não lembro, porque ela acontece na parte chata do livro, comento mais tarde). E, ao receber uma joia dela, ele entende como um chamado e parte para Worlorn, um planeta nos cafundós do Universo, e que está morrendo, e por isso, quase deserto e em eterno crepúsculo.

Só que Dirk tem uma visão idealizada de Gwen, acha que ela é a mesma que o deixou tanto tempo atrás. E não é essa realidade que o espera. Gwen é “esposa” (não é bem isso, mas nem vou tentar escrever o nome que dão, está mais pra propriedade do que esposa) de Jaantony (milhões de nomes no meio) Vikary. E Dirk a vê ainda como Jenny, não como Gwen. Dirk chega determinado a livrar Gwen de Jaan, o que não é tão simples, devido à complexa sociedade de Kavalaan, planeta de origem de Jaan. Dirk é teimoso e orgulhoso demais para aceitar qualquer ajuda de Jaan, e isso faz com que ele faça algumas burradas. E como o livro é contado pelo ponto de vista de Dirk, boa parte dele são o debates internos dele.

Gwen, apesar de ser “esposa” de Jaan, tem caráter independente. é uma inteligente ecologista, totalmente dedicada a seu trabalho. Ela não faz exatamente o tipo indefesa, e se preciso, ela sabe muito bem manejar uma arma. Ela também ainda sofre os efeitos de ter abandonado Dirk, e tenta de todo jeito fazê-lo entender suas razões, o que o cabeça-dura não consegue de forma alguma. (SPOILER) Ela diz com todas as letras que uma das razões para deixá-lo foi pela mania dele de chamá-la de Jenny (de novo, há uma explicação no livro para essa reação dela, mas não vou detalhar), mas o imbecil continua fazendo isso até o fim (stupid much?).

Jaantony Vikary, “marido” de Gwen, é um kavalariano que viveu um tempo em Ávalon, por isso não é tão tradicional, e ainda por cima luta para mudar a sua sociedade. Ele não vê Gwen exatamente como sua propriedade, até concede a ela alguns privilégios, mas ainda é preso a algumas tradições kavalarianas. É sensato e mesmo sabendo do interesse de Dirk por Gwen, faz o que pode para ajudá-lo e protegê-lo. Pensando bem, ele tem um pouco de Ned nele.

Completando o núcleo familiar de Gwen (por falta de termo melhor) está Garse Janaceck, espécie de irmão de sangue de Jaan e que compartilha, em todos os sentidos, Gwen com ele. E isso para a sociedade deles é perfeitamente normal. A sociedade kavalariana é supermachista, esqueci de mencionar isso, e Gwen meio que cai de paraquedas nisso. Voltando a Garse. Ele é sarcástico, invocado e bem mais tradicional que Jaan. Pena que ele não aparece muito, porque sem dúvida é um personagem ótimo.

Vale a pena ainda destacar Arkin, um kindissiano amigo de Gwen e que também está sob a proteção de Jaan. Não vou entrar em detalhes sobre ele para não dar mais spoilers, mas alerto para ficar de olho nele. Além desses, há também outros personagens importantes, mas se for comentar cada um deles, o post vai ficar imenso. Mas, sendo GRRM, os personagens são bem construídos e todos eles passam por uma transformação durante o livro.

O livro demora um pouco para engatar. No começo, há muitas descrições do planeta, das cidades, da cultura de Kavalaan, e nada realmente interessante acontece. Mas lá pela metade do livro as coisas começam a ficar emocionantes, e aí a leitura vai fácil. Porém, não tem o mesmo brilhantismo das Crônicas, e o personagens não despertaram a mesma empatia, pelo menos comigo. Mas as sementes estão aí, em vários momentos eu vi Westeros ali. Esse foi o primeiro livro de George R. R. Martin, escrito em 1977, e desde então dá para notar como ele evoluiu como autor. Portanto, se você é como eu , louc@ pelas Crônicas, vale a pena ver como George R. R. Martin começou.

Trilha sonora

Bizarre love triangle, do New Order cai perfeitamente. Também gosto desta versão como Frente!. E também Shake it out, de Florence and the machine.

Se você gostou de A morte da luz, pode gostar também de:

As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
coleção Darkover – Marion Zimmer Bradley.


Originalmente publicado em: natrilhadoslivros.blogspot.com
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Leitor Cabuloso 15/01/2013

http://leitorcabuloso.com.br/2012/12/resenha-a-morte-da-luz-uma-historia-de-amor-de-george-r-r-martin/
Uma história de amor, mas não se limita a isso.

Existe um planeta que foi poucas vezes observado ou notado. Era um planeta congelado e morto, até que um cientista descobre que ele irá passar próximo a Roda de Fogo, seis sóis, estrelas de fogo que circulam em volta de uma bem maior, conhecida como o Satã Gordo.

Assim sendo o planeta irá descongelar, nascer. Ele foi batizado de Worlorn e então o Festival da Orla começou. Mundos humanos foram chamados e cada um criou uma cidade em Worlorn que estariam sempre em festa. O Festival durou 10 anos. Após isso o planeta começa a se afastar do Satã Gordo e ser frio novamente, logo vai estar completamente morto e as 14 cidades foram quase que totalmente abandonadas. Worlorn ainda não morreu, mas está moribundo.

É para lá que Dirk t’Larien viaja para cumprir uma promessa. Carrega junto dele uma jóia, lembrança de um amor antigo. A jóia lhe foi enviada como um pedido “venha” e ele foi atrás de Gwen, sua Jenny.
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Ela é ecologista e está acompanhando a mudança do planeta, vendo como os animais e plantas reagem quando percebem que sua casa está morrendo.

Chegando Dirk descobre que Gwen está casada, mas não é um casamento comum e ela não se sente à vontade. Está casada com um Alto Kavalariano e esse povo tem seus costumes. Por exemplo: a ela é dado o nome de betheyn que significa literalmente esposa-escrava. Seu marido possui um teyn, uma espécie de guarda-costas, protegido, mas são como irmãos e ligados a vida toda e o teyn pode “compartilhar” da betheyn.

Jaan, marido de Gwen, está em Worlorn com o seu teyn, Garse, para protegê-la. Acontece que há outro grupo de kavalarianos, conhecidos como Braith, que são muito tradicionais e ainda praticam costumes antigos. Um desses é caçar qualquer um que não seja kavalariano. Os chamam de Quase-Homens como se fossem outra espécie não-humana. Os matam e tomam a cabeça como prêmio.
A Morte da Luz é um livro velhinho. Sua primeira edição é de 1977 e por isso muitas das capas originais são bem retrôs.

Jaan do grupo Jadeferro é de mente mais aberta e tenta convencer os demais que esses costumes são horríveis e ultrapassados. Ele tenta proteger todos que ainda teimam em morar em Worlorn e isso irá incluir Dirk que assim que o encontra, recebe o aviso: “Mas eu existo. Lembre-se disso, e poderemos ser amigos”.

Agora Dirk encontra-se com uma Gwen muito diferente do que se lembra e ela não parece que está a fim de correr para seus braços. É tudo muito mais complicado do que imaginou. E ele também pode ser caçado e se quiser ser protegido deve ser korariel, uma das várias palavras kavalarianas que significam “propriedade”.

Disse que a história não se resume na relação de Gwen e Dirk. Pra quem leu As Crônicas de Gelo e Fogo sabe que Martin tem um talento para criar povos e costumes e este talento está muito presente em A Morte da Luz.
capa aberta

Os Kavalarianos que parecem não conhecer as palavras amor ou amizade. É tudo uma questão de posse. Os duelos e suas regras que acontecem entre eles. Tudo é tão bem criado que logo nós estamos vivendo na leitura aquele código.

E o cenário também não deixa a desejar. Cada cidade criada por um povo mantém suas características. A minha favorita é uma onde existem torres estrategicamente posicionadas para quando o vento as sopre uma música triste ser tocada.

Martin com sua criatividade para criar mundos e raças nos transporta diretamente para aquela cultura e nos pegamos pensando se aquilo é mesmo errado, se quebrar o código é certo, se Dirk tirar Gwen de Jaan é a melhor opção.

Quando comecei a leitura, fiquei com o pé atrás por causa da nota do livro no Skoob que é 3.6. Agora que li penso que talvez o final não tenha agradado a todos. É um final triste, mas não é o final triste comum em histórias de amor, então isso não é um spoiler, mas para mim foi convincente depois de tudo o que aconteceu. Por isso o livro leva 5 selos cabulosos. Uma leitura bem gostosa que ao final concordei com a indicação na contra-capa: “Algo especial manterá Worlorn e seu povo na mente dos leitores muito tempo depois que a página final for lida”.
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