Os Miseráveis

Os Miseráveis Victor Hugo




Resenhas - Os Miseráveis


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Ale 16/10/2016

Deus e a miséria
Os Miseráveis é um livro que retrata uma interligada linha de destinos com certo destaque a Jean Valjean. É uma teia de aranha, por assim dizer, toda conectada e cheia de sentido em que o autor te faz passear por cima dela. Mostra mesmo, a nível de enredo, a história dos miseráveis Jean Valjean, Fantine, Cosete, a família Thernardier além de outros que o autor não se deteve, como Champmathieu, as crianças perdidas de Paris, o "subsolo", antro, caverna obscura de Paris onde vivem os criminosos etc.

Chamo a atenção para quando o autor denomina ou adjetiva uma personagem de "miserável", pois ele sempre o faz conscientemente. Acredito que ele tenha pensado muito bem antes de usar essa palavra e o resultado é espetacular. O miserável é, em grande parte, aquele que é injustiçado pelo meio onde vive, seja porque carrega um pedaço de papel que descreve sua situação de ex forçado (prisioneiro condenado a trabalhos forçados), seja porque simplesmente nascera numa família que não te acolhe, seja porque estás numa situação em que seja obrigada a vender seu corpo para sustentar os filhos etc. Não posso dar todos os exemplos, mas afirmo que todos eles são muito bem trabalhados, muito chocantes, muito bem desenhados para mostrar, dar luz ao obscuro habitat dos miseráveis.

O que dizer de Javert? Este é realmente um personagem que me cativou, é alguém que foi descrito de uma forma que destoou das outras. Os elementos constitutivos estão todos ali, funcionam perfeitamente, mas as peças, colocadas lá pelo destino e completamente justificáveis, estão erradas. A justiça a todo custo deixa de ser justiça. É próprio, no entanto, que uma sociedade recém saída de uma monarquia defenda o estrito cumprimento da lei convencionada pelos homens, uma vez que os momentos históricos estão fadados a romperem com os anteriores. Ora, se antes havia instabilidade, "insegurança jurídica", os que representam a lei farão de tudo para seu estrito cumprimento. Um de seus autores é Beccaria, mas isso é assunto para outra ocasião.

Admito que houve partes cansativas, como a de Waterloo. Não me importo muito das descrição (gosto até), mas o autor nutre certo fetiche por Napoleão e claro, em sua última batalha, não poderia deixar de destrinchá-la o mais sucintamente que pode (por mais paradoxal que seja). Se não gostas pelo menos um pouco de descrição, esse livro não é nem um pouco recomendado. Não espere muito dinamismo, mas se estiveres disposto a ter paciência, vai olhar para trás ao fechar o livro e terás uma grande história e crítica na ponta da língua.

A trama é cheia de religiosidade. O autor chama de razão maior que governa tudo de "Providência" e esta, como não podia ser diferente, é o fator que relaciona todas as histórias, de forma que muitos dos acontecimentos não seriam possíveis com a falta dessa elemento. Acredite no que quiser, a Providência, no livro, faz um espetáculo na história e proporciona acontecimentos mais que surpreendentes.

Claro que este só é o volume um e tudo o que disse vale apenas para esse volume.
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Jack Zack 21/09/2016

Um livro que muito emocionou por trazer um contexto de injustiça social, suas consequências no cidadão comum e uma regeneração incrível do personagem principal (Jean Valjean) que passa a não mais reagir negativamente diante diante do estado com todas as suas falhas e das pessoas em geral que apresentam todas as suas deformidades morais e éticas.
Jean Valjean é o homem que, mesmo depois de anos de sofrimento e consequente embrutecimento, foi resgatado pelo olhar de um religioso extremamente espiritualizado (Monsenhor Bienvinue) que conseguiu trazê-lo de volta para a sua humanização.
Esse primeiro volume apresenta, além de Jean Valjean, uma mulher socialmente relegada a própria sorte (Fantine) e sua filha Cosette que entra na vida para enfrentar o que de mais obscuro no ser humano sendo criada pelo grotesco casal Thenardier.
henriqueg12 04/01/2017minha estante
Excelente




Elvia 09/01/2016

Incrível e cansativo ....
Nem tudo foi as mil maravilhas neste calhamaço e ainda não acabei, terá a fase dois.O livro é incrível e emocionante! Mas... cansativo pra caramba. Mas reclamações a parte, apesar de ser um livro atemporal, cheio de verdades aterradoras e aterrorizantes (... sim por que é um tapa cara da sociedade!), também é cheio de detalhes que me desagradaram bastante, como por exemplo as descrições excessivas de algumas partes de Paris que nem se quer existem mais e os vários capítulos dedicados as criticas a sociedade mesmo que veladas, e o auto patriotismo do autor. Contudo, é sim um livro excelente de arrancar lágrimas, de fazer você sentir o pior tipo de ódio e fazer fechar o livro várias e várias vezes!

site: http://elviaalgumaprosa.blogspot.com.br/
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Fabio Martins 07/08/2015

Os miseráveis
No ano de 2000 tive a oportunidade de assistir à peça O Fantasma da Ópera (The Phanton of The Opera, no original), em Londres. Fui ao teatro com poucas expectativas, pois tinha apenas 11 anos – e dizer a alguém dessa idade que vai assistir a uma ópera nem sempre soa de forma atraente. O resultado desse dia foi que eu tive uma das mais fantásticas experiências da minha vida. A música, o espetáculo, a história e o ambiente me fascinaram. Não é por acaso que a peça está atualmente em seu 25º ano em cartaz em Londres.

Pouco tempo depois que voltei de viagem, chegou ao Brasil o espetáculo Les Misérables (Os Miseráveis, em português), outra enorme produção mundial, baseado na obra clássica do francês Victor Hugo. Acabei não assistindo, mas esse nome ficou na minha cabeça por anos. No começo de 2012, vi em uma livraria uma edição especial do livro Os Miseráveis. Uma obra de mais de 1.400 páginas, com capa dura preta e roxa e páginas com bordas pretas. Não comprei devido ao elevado preço, mas novamente esse título me chamou atenção.

Quando descobri que no final deste ano será lançado um novo filme sobre a obra, finalmente tomei coragem e decidi encará-la. Publicado em 1862, a história se passa entre a batalha de Waterloo – travada pela França de Napoleão Bonaparte contra a Inglaterra, Prússia e Holanda –, em 1815, e os motins contra o governo que assolaram a França em 1832.

Por roubar um pão que queria dar aos seus sobrinhos famintos, o jovem Jean Valjean foi preso. E depois, por tentar fugir diversas vezes, ficou na cadeia por 19 anos. Diante de tantas injustiças e vida dura, Valjean torna-se uma pessoa má, fechada e descrente. Em sua saída da prisão, sofre com o preconceito e não consegue sequer um lugar para dormir, até ser aceito na casa do bispo Bienvenu, da cidade de Digne. Durante a madrugada rouba o os talheres de prata do bispo e foge, mas é preso novamente. Os policiais o levam até a casa de Bienvenu, mas o bispo diz que ele presenteou Jean Valjean com os talheres e ainda deu um castiçal para o ex-prisioneiro seguir sua jornada.

Começa então um choque de pensamentos na cabeça dele. Não via tanta bondade há anos e ainda seguia descrente com os seres humanos. Afinal, é possível ser uma pessoa boa, correta e que ajuda os outros? Ele não sabia. Nesse conflito, rouba uma moeda de uma criança, se arrepende e chora copiosamente.

Entra em cena na trama a jovem Fantine, que foi abandonada grávida por seu namorado. Após o nascimento da pequena Cosette, ela vai tentar a vida na cidade de Montreuil-Sur-Mer, mas no caminho deixa a filha recém-nascida com a família Thénardier. Montreuil-Sur-Mer prospera graças aos negócios do rico e benfeitor Pai Madeleine, que se torna prefeito da cidade e dá emprego a Fantine em sua fábrica de tecelagem. Porém, Fantine é demitida sem o consentimento de Pai Madeleine após fofocas das companheiras sobre ela ser mãe solteira.

Sem dinheiro para enviar aos Thénardier para os cuidados de Cosette, Fantine entra em desespero e vende seus cabelos, seus dentes e até mesmo seu corpo. Não demora muito e ela é presa por Javert, policial da cidade. Porém, é solta por Pai Madeleine, que passa a cuidar de sua saúde, já debilitada.

É neste momento que a história tem sua reviravolta. Pai Madeleine descobre que o fugitivo Jean Valjean foi preso e será julgado. Porém, ele é Jean Valjean. Com peso na consciência, decide de uma vez por todas revelar sua identidade e se entregar. Antes de ser preso, promete a Fantine – que está à beira da morte – que vai cuidar de Cosette.

Jean Valjean foge novamente da cadeia e vai buscar Cosette na casa dos Thénardier. A partir deste momento, ele dedica toda a sua vida pela felicidade da menina. Isso dura até o momento em que ela, já adolescente, conhece o jovem Marius e a história ganha uma nova trama e tem outra reviravolta...

Os Miseráveis é um livro fácil de ler. Victor Hugo passa a impressão de que pensou e analisou bastante cada palavra que inseriu no livro e isso o torna tão agradável de ler. Cada palavra é cirúrgica e bem colocada. Já a narrativa é bem clara e descritiva. É tão descritiva e detalhista, que em algumas situações até cansa o leitor, como quando a batalha de Waterloo é contada nos mínimos detalhes estratégicos somente para situar o ano em que a história se encontrava. Porém, isso não atrapalha ou diminui essa obra-prima.

Além de ser um ótimo romance, Os Miseráveis apresenta um alto teor político, social e religioso da França do século 18. Ao descrever a vida dos pobres, não os martiriza ou os transforma em vítimas. Coloca-os como parte de um contexto trágico e social. É uma obra monumental, no tamanho e na grandeza.

site: lisobreisso.wordpress.com
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BeThi.Freire 30/06/2014

Livro bom, mas que exigiu muita dedicação para acabá-lo. E não quero dizer com isso que tenha sido ruim, no entanto, por ser um problema meu mesmo, que necessito depois de um tempo de uma nova história, mesmo estando gostando, preciso "viver outras vidas".
Das varias personagens desse livro a que eu mais gostei foi Marius, já percebi que no volume 2 ele terá grande participação, porem nao vou encarar o segundo livro assim rapidamente.
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Cami 20/02/2014

"Além disso, há um ponto em que os desafortunados e os infames se misturam e se confundem em uma só palavra, palavra fatal - os miseráveis."
Não existem palavras suficientes pra descrever como o primeiro volume dessa obra-prima mexeu comigo!

Esse romance tem personagens maravilhosos e que representam todas as faces da miséria em um período crítico da história da França.

Nunca houve alguém que se redimiu tanto e com tanta nobreza como Jean Valjean. Nunca houve trambiqueiros tão asquerosos quanto os Thénardier. Nunca houve alguém que sofresse tanto quanto Fantine. Ou alguém com tanta esperança quanto Marius.

A história pessoal de Victor Hugo teve grande influência nessa obra. E isso se reflete em diversos momentos, mesmo em comentários do mesmo:

“Há vários anos que o autor deste livro, obrigado a contragosto, vive fora de Paris.”(p. 434)

Se você investigar os fatos da vida de Hugo, vai concluir que o personagem Marius, sua história, sua ideologia, têm muito do autor.

Agora estou lendo o 2º volume. Mesmo tendo assistido diversas adaptações cinematográficas, é lindo ver como o musical da Broadway tem as letras de música que refletem perfeitamente as passagens do romance. É lindo assistí-lo e depois ter em mãos o livro para ler.

Provavelmente o livro mais marcante da minha vida. Nunca vou me esquecer dele, nunca vou superá-lo.
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Ana Paula 02/07/2013

Os Miseráveis, volume I
Será que conseguirei amar outro livro???
Estou em êxtase!
Aline 16/07/2013minha estante
oi Ana Paula, eu estou louca para ler os miseráveis.. estou pensando em comprar essa edição e queria sua opinião.. é mto difícil de lê-la? obrigada, Aline


Ana Paula 16/07/2013minha estante
Oi Aline! Eu achei muito boa. O texto está na íntegra e tem rodapés com as explicações necessárias sobre fatos, costumes e outros que nos fazem acompanhar com clareza o que o autor quer transmitir. Muito boa mesmo. Pode comprar sem medo!




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