Concerto barroco

Concerto barroco Alejo Carpentier




Resenhas - Concerto barroco


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Aguinaldo 05/02/2011

concerto barrico
"Concerto Barroco" é uma novela curta publicada pelo cubano Alejo Carpentier em 1974. Nunca havia lido nada dele. Anos atrás li no "Mea Cuba" de Guilhermo Cabrera Infante uma descrição nem um pouco favorável do caráter de Carpentier ("uma ave emplumada implorando um Nobel", dizia Infante, mas a maledicência entre escritores é sempre potente.) Lê-se "Concerto Barroco", com prazer, em um par de horas. É uma história curiosa: um sujeito sai do México, vaga pelo Caribe, por Madrid, Barcelona e Roma, chegando enfim a Veneza. Ele é um homem poderoso, um "índio", como os catalães definem alguém que sai de uma classe social inferior e enriquece rapidamente nas colônias da América. O rico senhor, chamado Montezuma, viaja com um fiel escudeiro, seu criado Filomeno. Chegando a Veneza participa de um baile carnavalesco, visita a ilha-cemitério de São Miguel e vê a primeira apresentação de uma ópera bizarra, chamada Motezuma, de Vivaldi, que tem como pano de fundo a derrocada dos Astecas pelas mãos dos conquistadores espanhóis. Esta ópera existe mesmo e foi encenada pela primeira vez exatamente em Veneza, em 1733. Há muita discussão sobre o poder da música. Os grandes músicos e compositores barrocos Antônio Vivaldi, Georg Friedrich Handel e Domenico Scarlatti são vívidos personagens. Igor Stravinsky e Richard Wagner (ambos enterrados em Veneza) surgem como fantasmas na trama. É um livro onde se tenta emular como a música encanta o homem (há uma passagem onde o criado Filomeno improvisa uma "jam session" caribenha para deleite dos três compositores sérios citados acima. Eu, que pouco entendo de música, gostei deste livro, principalmente das coincidências. No "Nomad's Hotel", de Nooteboom, que vou resenhar em breve, esta mesma Veneza, este mesmo cemitério, voltará a assombrar-me. Marcelo Tápia acabou de traduzir um outro livro de Carpentier, que já coloquei na pilha. Vale.
“Concerto Barroco”, Alejo Carpentier, tradução de Josely Vianna Baptista, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2008), brochura 14x21cm, 91 págs. ISBN: 978-85-359-1301-9
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Aninha Terra 30/05/2010

De quando chorei nas últimas páginas
O livro terminou e eu chorei. Prosas tão musicais de um tal Carpentier, intelectual barroco, cubano afrancesado. De tamanha ousadia, mescla a música, a literatura e a vida. Faz de uma pequena novela, um livro de uma vida inteira. Sabe usar a erudição para alimentar a latinidade de um povo quase sempre sedento de uma identidade. Cria em simbiose com um trompete a veracidade de uma latente narração, que beira ao épico, que beira ao lírico, que beira o histórico. Coloca Vivaldi na roda, alimenta o gosto pelo incerto e pelo prazer de ser de terras tão Américas.
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