Léo 19/01/2013Viagem no tempo + Romance + Ação = IncrívelEu estou a séculos esperando esse livro lançar. Um livro sobre viajantes no tempo seria demais e com essa capa incrível, melhor ainda. Comecei a ler com muita expectativa e me decepcionei. Não que o livro seja ruim, ele é muito bom, mas ele não foi como eu esperava.
Julie Cross não se baseou nos clichês Hollywoodianos para criar essa história. Em seu livro, Jackson Meyer descobriu sua habilidade durante uma soneca em uma aula monótona da faculdade. As viagens no tempo das quais ele é capaz são diferentes. Ele não pode alterar o passado. Enquanto “salta” seu corpo fica em estado “vegetativo” na base principal. Ele consegue, no seu máximo, retroceder 48 horas e ficar alguns poucos minutos no passado.
Pelo menos costumava ser assim, até dois homens estranhos entrarem no quarto de Holly, sua namorada, e atirarem nela. Então, sem saber como, ele vai parar em 2007. Dessa vez, seu outro eu de 17 anos não estava na base principal, ele simplesmente desapareceu. E por mais tentativas que fizesse, Jackson não conseguia voltar para 2009. Ele estava preso no passado, como se todo tempo que passou até seus 19 anos não tivesse acontecido.
Em meio à angústia de salvar Holly e o desespero para voltar à época certa, ele vai descobrindo peças que vão se encaixando lentamente, como em um quebra-cabeça confuso. O único que conhece o segredo de Jackson é seu melhor amigo Adam. Ele incentiva Jackson a escrever tudo o que acontece durante os saltos em um diário, na tentativa de entender seu dom.
O livro é composto desses registros e lembranças, de modo que toda a narrativa é feita em primeira pessoa. As revelações são feitas aos poucos, nos dando a oportunidade de criar nossas próprias teorias. Todo enredo é incrível, mas o final... é surpreendente. Mas sinceramente, eu não gostei. No final, apenas no final, a autora usou o clichê Hollywoodiano, o que nos deixa ansiosos pela continuação.
A autora combinou com profissionalismo muita ação, romance e, acima de tudo, muita emoção. As relações pessoais foram exploradas de forma delicada e humana. Em alguns saltos ao passado, Jackson visitou sua irmã gêmea morta, Courtney. Ser testemunha do tormento do garoto diante da incapacidade de mudar o triste fim da irmã foi angustiante. As cenas entre Courtney e Jackson me comoveram bastante.
Tempest foi o primeiro livro sobre viagens no tempo que eu li. Julie Cross foi genial ao abordar esse tema “original” com muita coragem e de um jeito diferente.
Com o livro, eu ri, chorei, senti raiva, chorei mais... fiquei ligado à história até o ponto final. Quem gosta de ficção fantástica, deve embarcar nessa viagem sem igual.
Recomendo muito.