Ulisses

Ulisses James Joyce




Resenhas - Ulisses


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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Excelente Tradução
A primeira vez que comprei o livro, foi uma tradução de Houaiss, a pioneira no país, e confesso que o famoso dia 16 de junho de 1904 levou anos para passar....

Aqui em casa, "Ulysses" rodou de um cômodo para outro, frequentou minha cabeceira e, inacabado, acabou na minha estante, entregue a um sono profundo, livre de qualquer admoestação.

Ora ou outra, o dorminhoco vinha a pauta e eu, desanimada, adiava a leitura. O que me animou relê-lo, foi justamente essa edição, traduzida por Galindo, extenuadamente elogiada. Resolvi arriscar e hoje, dou por concluída minha peregrinação literária.

Eis um romance genial, porém, complexo, difícil vencer suas páginas com atenção e o devido entendimento. Traduzir Joyce não é uma tarefa fácil e conseguir capturar "sua imensa gama de cores, registros, estilos, recursos e efeitos? trata-se de uma homérica odisseia com o perdão do trocadilho. Porém, sou imensamente grata ao tradutor pelo percurso mais suave, menos pedregoso, que ele soube preparar.

Indico a leitura não só do livro, como também recomendo a dupla Joyce e Galindo.

Para finalizar, caso assuma o risco dessa aventura, fica meu apoio e desejo-lhe boa sorte!
Orochi Fábio 29/11/2019minha estante
Li a edição antiga: desejo ler esta!


Leila de Carvalho e Gonçalves 30/11/2019minha estante
Recomendo. Boa leitura!


Angelica75 14/05/2020minha estante
Depois de sua resenha e indicação dessa edição, estou tomando coragem!




Lili 27/05/2018

Ulisses
Eu li Ulisses. Eu terminei.

Acho que em vários momentos a única coisa que impulsiona a leitura deste livro é a possibilidade de um dia dizer essas frases. E fico realmente orgulhosa por ter lido, e lido tudo!, mas preciso confessar que não entendi quase nada.

Respeito muito a obra por saber que gente muito "melhor" do que eu (no sentido de entender obras literárias) a considera uma das melhores, se não a melhor, obra do século XX. Eu não dei nota para o livro, pois não absorvi dele nem um décimo do que ele tem a oferecer. Dei a nota da minha experiência.

Minhas impressões: Joyce deixa muito claro que pode escrever no estilo que preferir. Cada episódio é escrito de uma maneira e todos tratam de assuntos totalmente banais no dia a dia de qualquer um, ao mesmo tempo em que levantam sutilmente algumas reflexões importantes. Mas sutilmente mesmo, em boa parte do tempo você pode não saber nem mesmo onde os personagens estão ou de quem é o ponto de vista. Ler dessa forma torna difícil você captar tudo o que o autor quis transmitir. E é aí que entra o questionamento que me fiz durante a leitura: qual o valor de um livro que não consegue "chegar" ao seu leitor? Tudo bem, temos que amadurecer como leitores para ler alguns tipos de obras, mas Ulisses chega a um ponto que, para mim, é um pouco acima do aceitável. Mas, como eu já disse, quem sou eu para julgar? Apenas posso comentar minha experiência.

Se eu não tivesse feito essa leitura em conjunto, acredito que não teria conseguido terminar. Li comentando com amigas e rindo muito do que nós entendíamos, que muitas vezes era "nada". Outra coisa que nos ajudou bastante foi ler simultaneamente o "Sim, eu digo sim", de Caetano Galindo, que também fez uma tradução do livro. Aliás, obrigada, Caetano, seu livro ajuda muito mesmo.

Em alguns poucos momentos, me emocionei. O relacionamento entre Molly e Poldy me deixa meio com pena, como se eles precisassem apenas de uma ajudinha para ficarem bem. E algumas cenas relativas a Rudy são de cortar o coração. Mas de maneira geral não senti nada com o livro, ele não me despertou sentimentos pela história, mas apenas em pelo livro em si.

O monólogo de Molly foi disparadamente meu episódio favorito. Mas curiosamente a cena mais comovente e mais bonita veio de um dos capítulos mais "cascudos", o 15. Enfim, cada capítulo é um degrau a se galgar, todos são bem difíceis, mas todos também trazem suas joias escondidas.

Não sei dizer se recomendo a leitura desse livro. Foi "uma delícia" ler? Em nenhum momento. Foi edificante? Com certeza! Acho que vale a pena ler se for encarado como um desafio. Com essa visão, talvez a pessoa até consiga levar de maneira mais leve que o esperado. E uma coisa eu posso garantir, como já disse em outro comentário sobre Joyce: com certeza ao concluir você vai se sentir um leitor melhor do que aquele que começou.

Um dia, quem sabe quando, relerei.
Mtonete 26/04/2019minha estante
Muito boa a sua resenha, amigo. Comecei a ler hoje e achei extremamente complicado.


Lili 04/05/2019minha estante
Obrigada! =)




Fabi 24/03/2018

Um encontro infeliz
Não quero atribuir a culpa exclusiva à obra, mas dividi-la.
É difícil escrever sobre um livro famoso quando não se gosta dele. Você fica com receio das críticas e até mesmo em ofender a alma do autor (no meu caso). Mas o que eu vi em Ulysses, foi a mais profunda falta do que fazer de uma pessoa.
E eu não peço perdão por achar isso.
Tive a nítida impressão de que James Joyce perdeu algum tipo de aposta e se viu obrigado a escrever aquilo.
Prefiro pensar assim a pensar que tenha sido algo intencional.
***
Também creio que não tenha sido um bom momento para iniciar esta leitura. Final de ano, época de festas, sei lá... a gente fica meio aéreo. Talvez por isso, meu espírito não estava preparado para as palavras do Sr. Joyce.
***
Fato é que não gostei, desde o início.
Achei totalmente desinteressante, fraco, pretensioso, beirando o ridículo. E me senti desinteressante, fraca, pretensiosa e ridícula quando terminei.
Eu lamento ter lido.
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Michel Duarte 11/03/2018

Aventura no Labirinto
*Sobre a leitura de Ulysses.*

Eu li alguns capítulos de Ulysses de acordo com os episódios  que curto da Odisséia. O achei um livro difícil.  Como já tinha lido Odisséia as referências  à esse livro consegui notar.
O que mais gostei foi a inventividade. Pois cada capítulo usa um estilo de prosa diferente.
Como diz um critico que li: "faz experimentações inéditas e labirínticas com a linguagem."
Um livro que necessita de um esquema e que relaciona cada capítulo com um órgão humano,uma técnica, uma cor, um símbolo e uma cena não seria um livro fácil.
Uma especialista em Joyce disse que é necessário ler os dois livros anteriores Dublinenses e Retrato do artista quando jovem antes de ler Ulysses.
Lerei eles em breve.
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Marlon.Machado 13/02/2018

18 trechos do Ulysses de James Joyce
Esse merece um top de 5 segundos: toooooooooooOOOoooOOOooOOOooooOOoooOOOp.

Finalmente terminei de ler esse tijolo que tem mais de 1100 páginas! “Ulysses” e também o guia de leitura escrito pelo tradutor (“Sim, eu digo sim”, por Caetano Galindo, recomendadíssimo) que tem umas 360. Foi uma verdadeira odisseia mas…

Valeu à pena?
SIM.

Mudou minha vida?
Com certeza.

É o melhor livro que já li?
Provavelmente.

Recomendaria a todo mundo?
Nunca. Só a quem tiver mesmo muito interesse e sentir que se identifica de verdade.

A seguir trechos dos 18 episódios, a quem possa interessar.

Parte I — Telemaquia

EP. 1 TELÊMACO (pág. 111)
“Secreta e velha, entrara vinda de um mundo matinal, quem sabe uma mensageira. Louvava a virtude do leite, vertendo. Agachada ao lado de uma vaca paciente na aurora do campo opulento, uma bruxa em seu cogumelo, velozes os dedos enrugados nas tetas que espirravam. Mugiam em volta dela, sua conhecida, gado sedosorvalhado. Seda da grei e pobre velhinha, nomes que ganhara nos tempos antigos. Uma velhusca errante, forma rebaixada de um imortal servindo seu conquistador e seu alegre traidor, ambos adúlteros seus, ela, núncio da manhã secreta.”

EP. 2 NESTOR (pág. 138)
“— Os caminhos do Criador não são os nossos, o senhor Deasy disse. Toda a história humana se conduz a um único fim grandioso, a manifestação de Deus.
Stephen esticou o polegar para a janela, dizendo:
— Isso é Deus.
Urra! Ei! Vhrrvhi!
— O quê? o senhor Deasy perguntou.
— Um grito na rua, Stephen respondeu, dando de ombros.”

EP. 3 PROTEU (pág. 148)
“Seus pés marcharam em súbito ritmo orgulhoso sobre os sulcos de areia, seguindo pelos pedregulhos da parede sul. Encarava-os orgulhoso, crânios pétreos e gigantes empilhados. Luz ouro sobre o mar, sobre areia, sobre pedras. O sol está lá, as árvores esguias, as casas limão.
Paris cruamente despertando, crua a luz do sol em suas ruas limão. […]”

Parte II — Odisseia

EP. 4 CALIPSO (pág. 164)
“O senhor Bloom observava curioso, carinhoso, a maleável forma preta. Limpo de se ver: o brilho da pelagem luzidia, o tufo branco embaixo do rabo, os olhos verdes lampejantes. Ele se curvou até ela, de mãos nos joelhos.
— Leite pra gatinha, ele disse.
— Mrqnhao! a gata gritou.”

EP. 5 LOTÓFAGOS (pág. 185)
“Onde é que estava o sujeito que eu vi naquela foto em algum lugar por aí? Ah é, no mar morto, boiando de costas, lendo um livro com um guardassol aberto. Você não consegue afundar nem que tente: de tão grossa de sal. Porque o peso da água, não, o peso do corpo na água é igual ao peso da. Ou será que é o volume que é igual ao peso? É uma lei mais ou menos assim.”

EP. 6 HADES (pág. 242)
“O senhor Bloom passava sem ser visto em seu bosque por anjos entristecidos, cruzes, pilares partidos, mausoléus de família, esperanças pétreas rezando com olhos voltados ao alto, as mãos e os corações da velha Irlanda.”

EP. 7 ÉOLO (pag. 253)
“Sllt. O cilindro inferior da primeira das máquinas projetou sua bandeja com sllt a primeira fornada de mãos de jornais dobradas. Sllt. Quase humano o jeito que ela fica slltando pra chamar atenção. Fazendo o melhor que pode pra falar. Aquela porta também estava slltando quando rangia, pedindo pra ser fechada. Tudo fala à sua maneira. Sllta.”

EP. 8 LESTRIGÕES (pág. 293)
“Se você entupir um peru, digamos, com castanhas ele vai ficar com o gosto delas. Coma porca e vire porco. Mas e aí como é que pode ser que peixe de água salgada não é salgado? Como é que pode?”

EP. 9 CILA E CARÍBDIS (pág. 340)
“As pessoas não sabem o quanto as canções de amor são perigosas […] Os movimentos que operam as revoluções no mundo nascem dos sonhos e das visões no coração de um camponês nas encostas de um morro.”

EP. 10 ROCHEDOS ERRANTES (pág. 386)
“O padre Conmee pensou nas almas dos negros e pardos e amarelos e em seu sermão sobre São Pedro Claver, S. J., e a missão africana e na propagação da fé e nos milhões de almas negras e pardas e amarelas que não tinham recebido o batismo da água quando seu último momento chegou como um ladrão no meio da noite. […] Eram milhões de almas humanas criadas por Deus a Sua semelhança a quem a fé não tinha (D. V.) sido trazida. Mas eram almas de Deus criadas por Deus. Ao padre Conmee parecia uma pena que devessem ser todas perdidas, um desperdício, se é que se pode falar assim.”

EP. 11 SEREIAS (pág. 464)
“A orelha dela é uma concha também, o lóbulo surgindo ali. Esteve na praia. Meninas da praia. Bronzeada em pele viva. Devia ter posto um creme primeiro pra ficar dourada. Torrada com manteiga. […] Enfebrada em volta da boca. Sua cabeça toda. Cabelo trançado por cima: concha com algas. Por que elas escondem a orelha com o cabelo de algas? E as turcas a boca, por quê?”

Curiosidade sobre o episódio (fonte: Wikipédia) — Quando James Joyce o enviou da Suiça, onde vivia, para a Inglaterra, para a primeira edição do romance, decorrendo a I Guerra Mundial, o episódio foi retido por suspeitas de encobrir alguma mensagem secreta, contando-se que foi entregue a dois escritores famosos que nele não viram mais do que uma excentricidade literária bastante invulgar.

EP. 12 CICLOPE (pág. 534)
“O amor ama amar o amor. A enfermeira ama o novo farmacêutico. O guarda 14A ama Mary Kelly. Gerty McDowell ama o menino que tem uma bicicleta. M. B. ama um belo cavalheiro. Li Chi Han amô bê ji nho Cha Pu Chow. Jumbo, o elefante, ama Alice, a elefanta. O velho senhor Verschoyle da corneta acústica ama a velha senhora Verschoyle do olho zarolho. O homem da capa mackintosh marrom ama uma mulher que está morta. Sua Majestade o Rei ama Sua Majestade a Rainha. A senhora Norman W. Tupper ama o policial Taylor. Você ama uma certa pessoa. E essa pessoa ama aquela outra pessoa porque todo mundo ama alguém mas Deus ama todo mundo.”

EP. 13 NAUSÍCAA (pág. 557)
“Estava usando o conjuntinho azul para dar sorte, com uma esperança que quase se sabia vã, sua própria cor e a cor da sorte para noivas também para usarem um pouquinho de azul em algum lugar porque o verde que usara na semana passada lhe trouxera mágoa porque o pai dele o chamou para dentro para estudar para a bolsa do propedêutico e porque ela achava que talvez ele pudesse estar na rua porque quando ela estava se vestindo pela manhã ela quase vestiu o conjuntinho usado pelo avesso e isso dava sorte e era para encontros amorosos se você veste essas peças de roupa pelo avesso desde que não fosse sextafeira.”

EP. 14 GADO AO SOL (pág. 643)
“Qual a idade da alma do homem? Como tem ela a virtude do camaleão de mudar sua tez a cada nova aproximação, de ser alegre com os contentes e prantear com os deprimidos, assim também é sua idade mutável como seu humor. Não mais é Leopoldo, sentado ali, ruminando, mascando o remoalho da reminiscência, aquele sóbrio agente publicitário e proprietário de pequena soma em títulos da dívida pública. Ele é o jovem Leopoldo, como que em um arranjo retrospectivo, um espelho dentro de outro espelho (opa, abracadabra!), ele contempla a si próprio.”

EP. 15 CIRCE (pág. 738)
“Bloom a abraça com força e dá à luz oito filhos amarelos e brancos. Eles surgem em uma escadaria atapetada de vermelho e enfeitada com plantas caras. São todos bonitos, com valiosos rostos metálicos, bemproporcionados, vestidos respeitavelmente e com bonsmodos, falam cinco línguas modernas com fluência e se interessam por diversas artes e ciências. Cada um tem seu nome impresso em letras legíveis no peito da camisa: Nasadoro, Goldfinger, Chrysostomos, Maindorée, Silversmile, Silberselber, Vifargent, Panargyros. São imediatamente nomeados para cargos públicos de confiança em vários países como gerentes de bancos, tráfego em ferrovias, presidentes de companhias de risco limitado, vicepresidentes de redes de hotelaria.”

Parte III — Nostos

EP. 16 EUMEU (pág. 932)
“As pessoas suportavam ser mordidas por um lobo mas o que realmente as irritava era uma mordida de ovelha.”

EP. 17 ÍTACA (pág. 950)
“O que na água Bloom, aguamante, extrator de água, aguatransportante, retornando ao fogão, admirava?
Sua universalidade: sua equanimidade democrática e constância a sua natureza ao buscar seu próprio nível: sua vastidão no oceano da projeção de Mercator: sua profundidade insondada na fossa de Java no Pacífico que excede 8000 léguas: a inquietude de suas ondas e partículas de superfície que visitam alternadamente todos os pontos de seu litoral […] suas fauna e flora submarinas (anacústicas, fotófobas), numericamente, se não literalmente, os habitantes do globo: sua ubiquidade por constituir 90% do corpo humano: a nocividade de seus eflúvios em alagadiços salobros, pântanos pestilentos, água de flores fenecida, poças estagnadas à lua minguante.”

EP. 18 PENÉLOPE (pág. 1062)
“[…] Senhor eu preciso me esticar queria que ele estivesse aqui ou alguém pra eu me soltar junto e gozar de novo daquele jeito eu estou me sentindo inteira pegando fogo por dentro ou se eu conseguisse sonhar com quando ele me fez gozar a segunda vez me cutucando por trás com o dedo eu gozei por uns 5 minutos com as pernas em volta dele eu tive que abraçar ele depois ah Senhor eu queria gritar tudo quanto é coisa caralho ou merda ou qualquer coisa mesmo só pra não ficar feia ou aquelas rugas da tensão vai saber como é que ele ia encarar uma coisa dessa tem que ir aos pouquinhos com os homens eles não são tudo que nem ele graças a Deus […]”

Curiosidade sobre o episódio (fonte: Wikipédia) — Neste episódio, o do monólogo de Marion Bloom, Joyce atingiu o auge da sua arte extraordinária. Arnold Bennett, em the Outlook, referiu que nunca lera nada que o superasse e duvidava que jamais se voltasse a escrever algo que o igualasse. Segundo Palma-Ferreira, que citou o anterior, este monólogo é uma obra-prima da ficção moderna e um marco inultrapassável na história da narrativa em prosa.

site: https://perchenonparli.wordpress.com
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Diego 19/11/2017

Isto não será uma resenha, pois toda resenha demanda algum tipo de spoiler, e procurarei não dar isso. Porém, terá spoilers de Odisseia.

Eu li Ulisses, e me arrependi. Mentira, mas não recomendaria isso pra todos, não é um livro para quem nunca leu um livro mais pesado e muito menos pra quem não se adapta a diferentes estilos de narração (saca Saramago? Imagina oitenta vezes piorado e no LSD...isso aí).

Basicamente, para entender o que traça Ulisses, é meio que necessário teres uma noção sobre o que é a Odisseia. Aqui pode ser que alguém considere um spoiler, mas tentarei dar o mínimo possível sobre a história da Odisseia, vamos lá: é a saga de Odisseu, um cara que volta uma porrada de anos depois pra casa, passando por diversos perigos e ficando prisioneiro de deusas e ninfas, vítima da ganância, mata todo mundo, escapa fazendo os estratagemas mais incríveis do planeta, chega em casa, mata os pretendentes da mulher - que não eram poucos -, sobe pro quarto e os dois, em tese, contam suas aventuras (nessa parte termina).

Ulisses é tido como um dos mais difíceis de se ler, e meu Deus, preciso admitir, foi o livro mais difícil que já li. Esse livro me fez querer desistir diversas vezes, simplesmente a estrutura que Joyce monta, ao não separar o fluxo de consciência da ação real, é capaz de enlouquecer qualquer pessoa que tente encontrar algum tipo de coerência logo de cara ali. O que raios é o capítulo 15? Você, simplesmente, não entende qual é a parte real e qual é a parte imaginária até chegar em uma parte real para se colocar com os pés no chão e TENTAR se manter. Isso sem contar com as diversas formas de narrativa encontradas nesse livro. Não chega a ser uma por capítulo, mas pegue o capítulo 3, 15, 17 e 18 pra entender o que é desespero (em especial no 18, que acredito nem ser uma narrativa, e sim um monólogo sem pontos, sem vírgulas, sem parágrafos e sem distinção de pensamentos – no qual um viaja para o outro na questão de uma linha ou dez).

Ulisses tem discursos de antissemitismo (normais até hoje), reflexos da sociedade dublinense da época (Joyce retratou muito bem), lutas constantes contra o desejo sexual, o sentimento crescente que a Irlanda se afastasse da Inglaterra - o livro se passa em 1904 e a Irlanda do Norte e Irlanda "normal" só se separaram em 1922-, obras de Shakespeare (Hamlet, em especial), alusões à Bíblia, Literatura, Música, Filosofia - pouquíssimo aprofundada e, OBVIAMENTE, a Odisseia...moderna (mas gosto de dizer "humanizada").
Esse retrato da Odisseia nos tempos atuais, nada mais é que um reconto com personagens reais, ou seja, humanos. Leopold Bloom é o nosso Odisseu, e, diferente dele, não tem nada de heroico, e é exatamente por isso que ele é tão especial. Todos os perigos homéricos a serem enfrentados por Odisseu se transformam em situações do cotidiano a serem enfrentadas por Leopold Bloom e Stephen Dedalus. Como, por exemplo, a entrada de Odisseu no Hades é o equivalente a entrada de Bloom no cemitério.

O caráter humano de Ulisses nos mostra mais que isso, nos mostra que todos podemos ser Leopold Bloom, todos podemos ser Odisseu, que nossa jornada, nossa incrível aventura homérica pode se dar em um único dia das mais diversas formas possíveis e imagináveis. Não precisamos de Cila ou Caríbdis para que nossas vidas sejam homéricas, Leopold Bloom é considerado um dos maiores heróis do século XX exatamente por ser alguém comum, com defeitos, erros, vontades reprimidas, assim como todos os que estão no romance, assim como todos que estão na vida real. Acredito que, se tiver uma moral para tirar de Ulisses, é essa. A que nem Homero poderia nos dar algo mais desafiante que a própria vida real.
Tenho que insistir que o fluxo de consciência não separado do texto é algo extremamente perturbador logo de cara. De verdade, não tem como você se acostumar de primeira. A extrema confusão, proposital, de James Joyce faz você ficar perdido até em questão a personagens secundários (como Buck Mulligan)... de início, porque depois é bem simples, é um Doutor Fausto com ideias desconexas - não é o melhor termo, mas é isso. Se colocasse isso em um essay, acho que escolheria as palavras: desafiador, revolucionário e recompensador.

Leia por sua conta e risco, não vou me responsabilizar por futuros Ulisses rasgados.
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Luísa Coquemala 02/06/2017

Sejamos francos: o caminho até Ulysses não é simples. Enquanto eu lia o livro, apreciando toda aquela acrobacia estilística, eu me sentia grata por ter certa carga de leitura (e paciência!) para conseguir atravessar tanta informação.

E não é só o caminho até o Ulysses que não é algo imediato. O caminho no Ulysses também pode se mostrar árduo. Talvez seja um daqueles tipos de percurso no qual a gente aprecia toda grandeza no fim, recapitulando o que conseguimos absorver.

Mas eu não quero ser enfadonha. Não vou ficar aqui tecendo loas ao estilo e à complexidade da escrita de Joyce. Isso eu deixo pra algo mais acadêmicos ou para os que querem colocar o livro no pedestal da impossibilidade. Até porque, acima de qualquer coisa, o Ulysses é um livro que, à sua maneira, consegue mexer com as dores e os sentimentos mais comuns. Por baixo de tudo, lá estamos nós. O livro nos lê.

Agora, para vocês terem um vislumbre. Bloom é o grande protagonista do livro. Ao longo do dia 16 de junho de 1904 (e um pedaço da madrugada do 17), acompanhamos as perambulações de Bloom por Dublin. Entramos na cabeça dele, conhecemos seus pensamentos, criamos até um certo afeto por ele (e, claro, ficamos cientes do que as más línguas dizem).

Bloom não quer voltar pra casa. Ele acorda, faz café, vai ao banheiro fazer suas necessidades, encontra alguns conhecidos no enterro do falecido Paddy Dignam, passa no trabalho e, por fim, resolve que não vai voltar tão cedo. Isso tudo porque às 16 horas daquele dia sua mulher, Molly, terá uma visita no mínimo suspeita. Sim: Bloom é o famoso "corno manso". Eu, um pouco romanticamente, tendo a ver uma certa resiliência aí.

Mas a questão é que o casamento de Bloom e Molly está aos frangalhos. Acomodaram. Não transam. E antes fosse só isso! Mas tem mais: Bloom já perdeu um filho, seu pai se suicidou, sua filha está prestes a perder a virgindade e Bloom, no fundo, sabe que fracassou. Ao lado de Bloom, também temos Stephen, jovem que acabou de perder a mãe, testemunha da bebedeira do pai e do abandono dos irmãos.

Nem tudo são flores em Ulysses. E eu diria que, essencialmente, o Ulysses é um livro sobre a dor. Há muitos outros personagens, muitos outros problemas. O monólogo final de Molly, deitada em sua cama, no silêncio da noite, é o contraponto perfeito, um desfecho de tirar o fôlego e marejar os olhos.

E isso ainda não é tudo.

Ulysses não é só mais um livro sobre o sofrimento e as dificuldades da vida moderna. No meio de tanta dor há o cômico, o baixo-corporal, breves momentos de extrema beleza. É preciso ter olhos para ver essas nuanças.

Eis o motivo pelo qual a história do Ulysses é incrível: é uma história essencialmente humana. Foi isso o que pensei ao terminar o livro e me deixou embasbacada. Ulysses dói porque as dores dele são, de certo maneira, as nossas próprias. Não estamos em um mundo de grandes feitos, de guerras e valentia heroica. Pelo contrário: estamos falando de casamentos falidos (muitas vezes sustentados pelas aparências), de família destruídas pela bebida, de filhos que não se dão bem com os pais, de mulheres reprimidas ou tratadas como objeto, de insegurança, do peso do mundo sobre o ombro de simples mortais (e talvez aguentá-lo seja o verdadeiro heroísmo).

A viagem de Bloom, então, é também um pouco das nossas. É o olhar para os nossos defeitos e a atenção aos problemas tão comuns que fazem do Ulysses um livro tocante. Porque, no fim das contas, a vida gira mesmo em torno disso: lágrimas, reflexões, perambulações, traumas. Ou então, como no fim, a lembrança reconfortante dos momentos de verdadeira ternura.

E quando terminamos Ulysses, a única certeza é de que o dia 17 acontecerá (apesar de não sabermos exatamente o que acontecerá). Mas a vida continua, os problemas e as dúvidas estarão por lá. Os nossos problemas também continuam por aqui - e, como no livro, continuamos vivendo apesar dos percalços e dizendo para a vida um sim como o de Molly. E eis o tema digno de narração: porque olhar para nossas questões com mais atenção é o que faz com que entendamos melhor a odisseia que é nossa própria existência.
Lucas 02/06/2017minha estante
Bela resenha. Parabéns!


Juliana 03/06/2017minha estante
Amei a resenha!


Sílvia 07/06/2017minha estante
Você me deu forças para continuar a leitura. Estava com uma tradução horrível. Comentei com uma colega de trabalho que me indicou outra versão. Está é mais tragável por assim dizer é mesmo assim está difícil


Luísa Coquemala 07/06/2017minha estante
Oi, Sílvia. Obrigada pelo seu comentário. Eu também gosto mais da tradução do Galindo! Sabe o que eu acho que pode te ajudar? O Galindo também escreveu um livro chamado "Sim, eu digo sim" - é uma espécie de comentário dele sobre o Ulysses, e é dividido pelos capítulos. Me ajudou muito! Eu lia um capítulo do Ulysses, o correspondente no Galindo, e aí voltava para o Ulysses. Eu recomendo. Espero ter ajudado!


Lau B. 16/07/2017minha estante
Muito boa sua resenha. Acessível, verdadeira e bem escrita. Seu texto conversou bastante comigo e com minha experiência de leitura. Realmente me fez sentir numa conversa, ideias fluindo, felicidade de ter com quem falar do livro!


Sílvia 16/07/2017minha estante
Ajudou sim, Luísa. Vou procurar


Lucas 08/09/2017minha estante
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Mirzão 06/03/2019minha estante
Adorei sua resenha, parabéns!




haroeira 18/10/2016

Ulisses!
Não dei conta. Sofria todo dia ao saber que à noite eu me encontraria com aquele livro de narrativa fragmentada. Eu não entendia nada, me desentendia, mas fui dando espaço para que ele resolvesse acontecer. E nada. Aí comecei a sofrer ante a possibilidade de abandoná-lo. (conto nos dedos os livros que larguei, não passam de cinco) Dei mais chance ainda a Joyce, mas na página 262 eu desisti. Pra me conformar, peguei pra ler Dublinenses, de contos. Gostei. E anteriormente tinha lido Ulisses (Odisseu) de Homero, uma antessala de 20 anos para entrar num quarto de uma dia. Não dei conta. Confesso.
Hélio Rosa 11/01/2017minha estante
Há pelo menos vinte anos atrás, eu também desisti do Ulisses, do Joyce. Culpei à época o tradutor pelo meu fracasso. Ledo engano, meu problema é Joyce, o autor. Não lastimo, mas sinto a lacuna.


Lili 14/09/2017minha estante
"uma antessala de 20 anos para entrar num quarto de um dia" - adorei!
Estou lendo Ulisses e me sentindo perdida também.




Marcel Koury 26/09/2015

Na obra, o escritor irlandês nos apresenta Leopold Bloom, um agente publicitário a quem acompanhamos ao longo dos afazeres do dia 16 de junho de 1904. Ele acorda cedo para seu desjejum, servindo sua esposa na cama; depois vai ao cemitério para o funeral de um amigo, e antes do meio-dia, visita a redação de um jornal para editar um anúncio — ainda terá pela frente uma tarde de percalços e uma noite de descobertas.

Pelas movimentadas ruas de Dublin, seguimos em sua companhia e lá encontramos outros peculiares personagens, entre eles, Stephen Dedalus, o prodigioso escritor que Joyce criara em "Um Retrato do Artista Quando Jovem" (1916), seu alter ego — ele reaparece como um flâneur que, tendo recebido seu ordenado naquela manhã, está à vontade para passear pelas mesmas ruas de Bloom.

Dedalus esgrime suas idéias em alentados debates intelectuais sobre a História da Arte, Literatura e poesia; ele também tem opiniões formadas sobre a história da Irlanda, seus heróis nacionais e sua subserviência aos ingleses, enquanto Bloom, homem simples, ora distrai-se pelas mulheres que cruzam seu caminho, ora deixa-se levar pelas incertezas quanto à fidelidade de sua esposa.

A tensão entre os dois — distintíssimas personalidades — leva a obra adiante. Bloom admira o reconhecido jovem (parece até mesmo enxergá-lo com a simpatia de quem está com um filho); já Dedalus partilha da opinião geral sobre o agente publicitário: a de que ele não é mais do que "um homem tosco e desalinhado".

Para trazer à vida seus personagens, Joyce vai ao topo estilístico: ele gira a densa narrativa em torno dos fluxos de consciência de cada personagem, "interiorizando" as ações, trazendo ao primeiro plano narrativo os pensamentos, desejos e anseios de cada um, dando voz díspar a cada qual. Nesse processo, iniciado em "Um Retrato do Artista Quando Jovem" — que bruscamente deixa para trás o vetusto estilo literário do Século XIX, com sua gama de personagens, pontuados diálogos e românticas descrições de paisagens —, o autor reinventa palavras e amalgama tantas outras, privilegiando a sonoridade, o estranhamento e as imagens poéticas.

Joyce tem Bloom em altíssima conta: ele é seu herói épico — entretanto, ao contrário da "Odisséia" homérica, "Ulysses" nos mostra a jornada/mitologia do homem comum.

_____

Em tempo:

Há outros dois magistrais romances que "utilizam" o prógono estilo narrativo de James Joyce em "Ulysses": "Mrs. Dalloway" (1925), de Virginia Woolf, e "Contraponto" (1928), de Aldous Huxley.
Gustavo 11/11/2015minha estante
Lendo isso aqui me deu vontade de ler! :)




spoiler visualizar
meriam lazaro 21/05/2017minha estante
Dando risada aqui. Amei a resenha


Lili 14/09/2017minha estante
Que resenha ótima!




Zi 20/02/2015

Um dia na vida de Leopold Bloom e muito mais...
Confesso que foi somente na terceira tentativa em quase trinta anos que consegui ler esse fabuloso romance, considerado pela Modern Library o melhor romance de língua inglesa do século XX. Muito facilitou a minha leitura a estrutura dos capítulos, um resumo explicativo de cada capítulo e uma lista com a descrição dos principais personagens, que eu obtive na internet, tudo em inglês.
Apesar das 846 páginas da edição brasileira (Civilização Brasileira), a trama passa-se um menos de 24 horas. Começa às 8 horas da manhã do dia 16 de junho de 1904 (atualmente celebrado pelos fans de Joyce com o “Dia de Bloom”) e termina por volta das duas da manhã do dia seguinte. A história desenrola-se na cidade de Dublin e gira em torno de Leopold Bloom, sua esposa e seu amante, seu amigo Stephen Dedalus e seus demais amigos e conhecidos.
O livro é dividido em 18 episódios e usa um vocabulário de 30.000 diferentes palavras, além das muitas inventadas por Joyce. Além disso, Joyce também se utiliza de inglês antigo e gírias de época. Por tudo isso, a tradução brasileira de Houaiss foi um trabalho hercúleo, só mesmo um dicionarista para fazer tal tradução, ainda tendo que reinventar em português todas aquelas palavras criadas por Joyce.
O texto pode ser considerado épico pela sua grandiosidade, mas contém muita galhofa, trocadilhos, paródias e alusões. Contém também pornografia (alvo de processos no início do século XX), críticas à igreja católica e antissemitismo (considerado comum na Irlanda de 1904). São utilizadas diversas técnicas narrativas nos episódios, mas, a meu ver, a mais extraordinária é a do “fluxo de consciência” (stream-of-consciousness) presente principalmente nos episódios 3 e 18.
Cada episódio do livro tem associados um tema, uma técnica e uma correspondência entre seus personagens e aqueles da Odisseia.
O último episódio (Penélope) consiste em um solilóquio (ou devaneio?) de Molly (esposa de Bloom) escrito na técnica de fluxo de consciência. São oito longuíssimos parágrafos, praticamente sem pontuação, que já conteve a mais longa sentença da literatura inglesa, com 4.391 palavras.
Gostei de ter lido esse livro e gostei do livro, embora certas passagens eu tenha achado maçantes. Uma coisa que se percebe lendo-se o livro é que o sobrenome Bloom do principal personagem, que em inglês pode significar flor ou inflorescência, é usado em muitos jogos de palavras, inalcançados em português.
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Adnildo 17/01/2015

"Este é o livro ao qual todos somos devedores, e do qual nenhum de nós pode escapar." T. S. Eliot
E es que depois de mês e meio dou por encerrada minha leitura de Ulisses. Digo isso com muita satisfação já que o final foi feliz. Depois desta experiência literária, não há mortos nem feridos, não há ressentimentos nem remorsos. Há somente leveza de espírito, sentimento de dever cumprido, e endorfina por todo o corpo, começando pelo cérebro e irradiando para as extremidades. Mas, deixando a poesia de lado, caminhar por Dublin do começo do século XX conduzido por Joyce sempre será um prazer.
Ulisses é comumente apresentado pela crítica como uma paródia da Odisseia de Homero, e é considerado pela mesma como um daqueles livros que amedronta o imaginário dos leitores, seja pelo número de páginas ou pela linguagem e estilo próprios. Mas confesso, que apesar de sua imprevisibilidade, me diverti muito lendo seus 18 capítulos, procurando as referências de localidades no mapa no apêndice do livro, tentando encontrar o ritmo adequado para cada trecho e procurando sempre uma ponte que o ligasse a Homero.
Escrita entre 1914 à 1921, Ulisses é simplesmente a trajetória de um dia, 16 de junho de 1904, de dois cidadãos dublinenses. Um, Stephen Dedalus, jovem de 22 anos, professor, é inteligente e sagaz. O outro, Leopold Bloom, um jovem senhor de 38 anos, publicitário, é gentil e cordial. Tudo acontece nesse único dia. A impressão que nos dá é que Joyce queria, quando na construção de sua obra, que os leitores, ao lerem Ulisses, sobrepusessem sua própria rotina com a dos seus heróis. Há o ritual do café da manhã; as observações mais rotineiras, como a de uma gatinha e seu ronronar ao se esfregar em uma cadeira; a ida ao banheiro; e a saída as ruas da cidade, além de eventos como enterro de um conhecido de Bloom e o nascimento de uma criança na maternidade.
E onde reside a dificuldade da obra? Esta obra Joyceana representa, antes de mais nada, uma ruptura com os modelos de escrita anteriores. Ele, como uma criança travessa e rebelde, não se rende aos modelos vigentes e cria novas formas, experimenta, traciona e comprime a língua escrita. Testa até o limite da plasticidade a linguagem. Cria personagens inesquecíveis e nos permite mergulhar em suas psiques, ainda que muitas vezes, quase que incompreensíveis. O monólogo interior é algo deslumbrante e assustador. Os pensamentos se cruzando, sem ordem; essa é a cabeça de um homem comum, meio maluca, quase ilógico. As inúmeras referências também complicam um pouco, já que você, muitas das vezes é obrigado a consultar o rodapé, atrapalhando desta forma a fluidez da leitura.
A comparação com o original grego, para uma primeira leitura, quase não tem fundamento. Ulisses é para mim é uma leitura única, e se eu não soubesse de que se trata de uma paródia, em nada atrapalharia a beleza da obra ou seu entendimento. Até porque, elas diferem em muitos pontos, e em certos capítulos chegam até a ser antagônicas. Temas como sexualidade e antissemitismo estão sempre retornando. Além da referencia persistente à Hamlet de Shakespeare dissolvida em toda a obra.
Por favor, não se intimidem com a chatice de Buck Mulligan no primeiro episódio; não se percam nos labirintos de mentes do décimo episódio; não desistam das loucuras do décimo quinto episódio; e guardem fôlego para o último episódio. No mais, boa sorte e boa leitura!!
Gláucia 20/01/2015minha estante
Sua resenha está excelente, apesar de instigante não me sinto preparada. E nem sei se estarei algum dia pois leitura pra mim é entretenimento, leio por prazer e diversão.


Adnildo 26/01/2015minha estante
Obrigado pelo comentário, Gláucia. Existe o momento certo para cada livro.


Jardel 12/12/2018minha estante
Bela resenha amigo Adnildo!
Acabo de adquirir essa importante obra, logo iniciarei a leitura.
Forte abraço!




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