Flávia 01/05/2014Sobre o que é essa história mesmo? É sobre tanta coisa... Sobre inspirações, sonhos, realizações, satisfações, magia. E o principal: sobre essa cidade encantadora Mullaby. São muitos personagens ao longo do livro, e por conta disso, nem todos aparecem tanto quanto gostaríamos. Mas, ainda sim, eu adorei conhecê-los e criei empatia por cada um, até pelos mais obscuros. Podemos chamar de personagem principal, apenas porque a partir dela o enredo se introduz, a Emily, uma adolescente que perdeu a mãe e vai morar nessa cidade com o avô, Vance.
A história não tem clímax. Senti falta disso em algum momento, mas depois percebi que a vida não tem clímax. As coisas acontecem o tempo todo, ou não. E a forma como foi atribuído ao livro ficou delicioso. A autora usa de uma delicadeza para apresentar as cenas que tive a sensação constante de calmaria.
Preciso mencionar um personagem que por diferença muito pequena, tornou-se o meu favorito: o Vance. É o grandalhão mais fofo que pude conhecer!
Ser necessário era parecido com ser alto não chegava a ser um problema até ter gente ao redor. pág 76
E há um toque de romance, que até para aqueles que não apreciam esse estilo, como eu, sentiram-se satisfeitos. E esse romance vem enlaçado pela magia, de forma menos óbvia. Aliás, adorei a magia presente! Todas! Sempre me pareceram tão pueris.
Se ela fosse mais sincera, desmancharia no ar e o vento a levaria. - pág 108
Gostaria de ter visto um pouco mais de drama, que se concentrou na Júlia, uma moça tentando deixar o passado no lugar dele. E não gostei de como a Dulcie, mãe de Emily, transmitiu uma parte da vida à filha: sem vínculos com o passado. Tive a sensação de que Emily parecia um balão solto no ar.
Ah, e o quarto? Adorei!! E é exatamente assim, se não gosta de como está, você precisa melhorar.
Tive uma alusão ao Neil Gaiman, embora essa autora me pareça mais doce e sutil. O final é exatamente como imaginava, e achei delicado a autora mudar os olhos de quem vê a história sem precisar explicar.