thaina.damasceno 24/08/2023Mas genteDe início achei a escrita difícil de compreender, uma vez que é escrito com a linguagem coloquial. a leitura é leve, porém carregada de gírias do Ceará na primeira metade do século XX (onde o estória é ambientada)
narra a grande seca vivenciada no ano de 1915, retratando a realidade de empregados e fazendeiros em situação de carência de recursos, perda de gados, colheitas deficientes e a escassez de água. pontua a diferença social quanto aos resultados da crise, já que, os fazendeiros -apesar de serem afetados fortemente- dispunham de recursos para se mudarem para lugares menos confrangidos.
enquanto isso, os ajudantes das fazendas que perderam seus empregos analogamente à perda de gado, foram obrigados -por falta de opção- a se retirarem para campos de concentração, sendo nomeados como retirantes. posto a urgência, passagens de trem começaram a ser contrabandeadas, de forma que muitos se arriscavam nas viagens caminhando. em exemplo disso, Rachel cita a família de Chico, que encara enorme desafios para obter o mínimo pra subsistência.
portanto, durante o translado, devido aos desafios vividos, filhos são velados, nutrientes são perdidos e, os sobreviventes, chegam ao Campo carecendo de mínimos cuidados.
Rachel narrou tudo isso de forma simples, mas que aproxima o leitor da realidade vivida. Não gostei do desenrolar da trama de Conceição e Vicente, eles claramente se gostavam e o sentimento nunca foi confirmado pelo outro e, por isso, ambos acreditavam ser um sentimento unilateral.
mas, o final não é passível de reclamações, visto que o assunto principal é finalizado com as chuvas e a prosperidade da terra, por conseguinte, da sociedade.