spoiler visualizarDaniel1179 29/02/2024
Eu, robô
Em 2064, os robôs são altamente inteligentes e as viagens interplanetárias são uma realidade possível. A psicóloga roboticista Susan Calvin está se aposentando após uma longa jornada de vida na área da tecnologia e, por isso, é convidada a ser entrevistada para, mesmo que brevemente, sobre esse período. A doutora, portanto, conta sobre alguns eventos marcantes, ressaltando a história de Robbie ? um robô babá que, já exposto em um museu, foi projetado no final do século XX ? e de outros casos, os quais são os contos da obra.
Gostei bastante dos três primeiros contos, então, por isso, comentarei sobre eles letargicamente:
? Robbie:
Nessa narrativa, um robô babá é comprado para trabalhar no cuidado da criança de um casal. Por ser um dos primeiros protótipos, o aparato mecânico era um artigo de luxo; porém, com o tempo, um sentimento anti-máquina, fundamentalista e idealista estava se materializando na época, o que me fez rememorar ideias que perpassam a nossa história mediante o pensamento conservador.
? Andando em círculos
Aqui são apresentadas, efetivamente, pela primeira vez, todas as três da robótica: proteger um humano, obedecer um humano e autoconservar seu maquinário (sendo a ordem de prioridade indo da primeira à terceira).
Na história, é-nos apresentado o robô Speedy, que tem a função de minerar parte do planeta Mercúrio, e os especialistas de campo Donovan e Powell ? personagens emblemáticos da obra. Entretanto, o robô apresenta certo "problema", já que ele começa a andar em círculos, de forma aleatória. Tal postura é um conflito entre a segunda e a terceira regra, em que Donovan o havia mandado a minerar (regra 2), mas, ao andar para perto do local, a área ficava mais instável e suscetível ao vulcanismo, levando o robô a obedecer a regra 3, fazendo-o andar em um círculo.
? Razão
Um dos capítulos mais interessantes. Donovan e Powell, em uma Estação Espacial, constroem Cutie, que é montado para ajudá-los na parte elétrica do local. Contudo, o robô cria consciência da sua realidade e questiona a sua origem, a qual, por silogismo retórico, é delegada à existência de uma "divindade" que o originou (para ele, seria o condutor de raios). É um conto destinado a essa ideia cega de messianismo e fanatismo religioso, mas que também engendra a linha de raciocínio acerca da mitologia da sua gênese.
E é isso! O último é focado em muitas questões político-econômicas, que, previamente, levantaram um interesse altíssimo para mim, mas, que ao decorrer do capítulo, foi bastante cansativo.
Os outros contos ou são meio ruinzinhos, ou medianos. Por isso, dou uma nota 3, porque sei que essa obra é o início de tudo, uma narrativa embrionária que, futuramente, viria a ser um dos universos mais ricos da ficção científica.