Como ficar sozinho

Como ficar sozinho Jonathan Franzen




Resenhas - Como Ficar Sozinho


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Ester71 07/01/2024

Não é o meu gênero predileto -ensaios, porém o li com um desafio, e, de cada um deles pude extrair algo, então, num resumo geral, valeu à pena.
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Luisa 16/05/2023

Tinha vontade de ler essa coletânea pelo ensaio sobre a experiência do escritor na ilha remota distante do litoral chileno, em pleno pacífico, chamada ‘Más afuera’. Comecei a leitura sem entender por que estava lendo esse livro, sem me envolver com os textos, até que cheguei no ensaio sobre cigarro e vícios. Interessante. No capítulo seguinte já estava chorando enquanto lia sobre o alzheimer do pai de Franzen, é um texto bonito. Depois voltei a perder interesse na leitura, mesmo quando finalmente cheguei no ensaio da tal ilha remota. Só fui gostar um pouquinho mais do que estava lendo quando cheguei nos textos finais, que falam de literatura. Ainda assim, não compensou. O problema de ler uma coletânea e ser otimista é que dá pra pensar que o próximo ensaio vai ser O ensaio.

site: https://dosesdetiquira.substack.com/
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jota 31/05/2022

É sobre uma porção de temas, nem todos agradáveis ou tão interessantes assim. Os ensaios que me pareceram os melhores, que são sobre autores, literatura, são em menor quantidade comparados aos demais
Lido entre 22 e 29/05/2022. Avaliação da leitura: 3,5/5,0

O norte-americano Jonathan Franzen (nascido em 1959, em Illinois) é romancista e ensaísta e escreveu, entre outras obras, dois dos melhores livros que li em 2013, lá se vão nove anos: As Correções (2001) e Liberdade (2010). Lembrei-me desses romances, o quanto os apreciei, quando vi, semana passada, na biblioteca pública que frequento, esse volume de ensaios, que ninguém nunca levou para ler apesar de estar na seção de empréstimos há algum tempo já. Gostei do que li na contracapa, os elogios de publicações como The New York Times, Entertainment Weekly e Time Ou New York.

Também a sinopse da Companhia das Letras me fez parecer que o volume era bastante atraente, reproduzo parte dela aqui: “O autor desfaz a fronteira entre ficção e não ficção nesta obra permeada pelo universo ficcional de grandes escritores como Kafka, Proust, Goethe, Daniel Defoe e Alice Munro. Uma verdadeira aula de literatura.” Depois disso não tive dúvida: devolvi à estante Nenhum Olhar, de José Luis Peixoto, que havia escolhido antes e trouxe para ler os ensaios do Franzen. Mas em casa, Em casa, a partir da leitura das orelhas do volume e dos dois primeiros ensaios, a coisa se revelou um tanto diferente.

O mesmo se deu com vários outros: a maioria deles não era exclusivamente sobre literatura, mas acerca de diversos assuntos que compunham o universo de interesses do autor -- lembro que os textos foram escritos entre 1995 e 2011; a edição brasileira é de 2012. Coisas que tinham a ver com suas experiências pessoais, mas que foram abordadas, em parte, de forma ficcional, como narrativas, o que não significa que sejam somente invenções de sua imaginação, mas especulações, pensamentos, ideias, uma vez que são ensaios. Eles também comportam relatos autobiográficos, especialmente um deles, sobre seus familiares, O Cérebro do Meu Pai, de 2001. Um texto um tanto pesado, por tratar de doenças, velhice, sabe como é, não?

Bem, e do que mais trata Franzen em Como Ficar Sozinho? De suicídio – com destaque para o do amigo escritor David Foster Wallace, várias vezes citado na obra, que se enforcou para chocar a mulher e os amigos, acredita Franzen --, solidão -- como a do personagem Robinson Crusoé e a do próprio Franzen durante alguns períodos de sua vida --, a demência senil – como o mal de Alzheimer, diagnosticado em seu pai --, a invasão de privacidade, assim como a evasão, o sistema penal americano, tecnologia, meio ambiente e observação de pássaros -- ele foi até à China, para vê-los antes que fossem extintos, sua preocupação, como relata em O Fradinho Chinês (2008) --, a indústria e o consumo de tabaco, matéria de Examinando as Cinzas (1996) e outros temais mais.

O livro é dividido em três partes; os assuntos gerais, esses citados, ocupam duas partes do volume. Literatura mesmo, ficou para a parte três, intitulada Qual é a Importância? Importância do quê? Da literatura para os escritores, uma das preocupações de Franzen. Ele responde à indagação com um trecho de uma carta que recebera do escritor Don DeLillo ao consultá-lo sobre isso. Ei-la:

“Escrever é uma forma de liberdade pessoal. Liberta-nos da identidade de massa que vemos tomar corpo à nossa volta. No fim, escritores irão escrever não para ser heróis fora de lei de alguma subcultura, mas sobretudo para se salvar, para sobreviver como indivíduos.” Muito parecido com o que Clarice Lispector também pensava: "Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo." Mas é claro que Lispector não é citada em momento algum do livro. Nenhum escritor brasileiro é, nenhum brasileiro, melhor dizendo. Mas a devastação da Amazônia, sim.

Exceto por quatro ou cinco autores estrangeiros -- o tcheco Kafka, possivelmente o maior ídolo literário de Franzen, o inglês Daniel Defoe, que também é incensado e dá sentido ao título do volume pelo personagem que criou, o alemão Goethe e o francês Proust, que praticavam “alta arte” com suas narrativas, e mais um ou outro escritor de passagem --, a imensa maioria dos autores que Franzem reverencia são norte-americanos. Como o próprio DeLillo, Foster Wallace, Paula Fox, Joseph Heller, William Faulkner, Flannery O’Connor e a contista canadense Alice Munro -- que mereceu um ensaio inteiro sobre seus livros e ela mesma.

De Philip Roth, algumas vezes citado negativamente --“meu inimigo figadal” como Franzen registrou, por ter detestado Pastoral Americana; a mãe dele “desaprovou” O Complexo de Portnoy, escreveu --, no entanto, admirou intensamente O Teatro de Sabbath (e quem leu e não admirou? pergunto). Sobre essa obra-prima de Roth ele escreveu:

“Fazia tempo que não ficava tão grato a um escritor como quando li a cena, em O teatro de Sabbath, em que o melhor amigo de Mickey Sabbath o flagra no banheiro segurando uma fotografia da filha adolescente do amigo e uma das suas calcinhas, ou a cena em que Sabbath encontra um copo de papel de café no bolso da sua jaqueta do exército e decide se humilhar pedindo dinheiro no metrô. Roth pode não querer ser meu amigo, mas fiquei feliz, naqueles momentos, por considerá-lo um dos meus.” Eu, que li várias obras de Roth e aprecio muito sua literatura, penso que Franzen fez a coisa certa, reconhecê-lo como grande escritor, ainda que muito tardiamente, somente em 2009.

São dessas coisas de Como Ficar Sozinho que me recordo mais (ou menos) nitidamente agora que finalizei a leitura dos doze ensaios. E mesmo assim, registrei aqui apenas uma pequena amostra do que se pode encontrar nessas páginas. Nem sempre a leitura dos textos -- que são extremamente longos porque são ensaios, fazer o quê? -- é lá muito prazerosa; nem sempre os assuntos que Franzen trata nas duas partes que não são sobre literatura – ou o modo como ele os trata – me pareceram plenamente interessantes.

Mas o livro tem sua importância porque, de um modo ou de outro, está sempre nos conduzindo para a pergunta que o resenhista do Entertainment Weekly fez e ele mesmo respondeu: “Por que ficar sozinho? Pelo prazer de ler livros como esse.” Bem, nesse caso, nesse livro específico, o meu prazer não foi absoluto como parece ter sido o do resenhista, mas também não posso dizer que a leitura toda foi aborrecida, pelo contrário. E uma coisa ficou patente: prefiro Jonathan Franzen como romancista – autor dos excelentes As Correções e Liberdade --, nem tanto como ensaísta. E fim.
Paulo Sousa 31/05/2022minha estante
Este livro é o único que li do Franzen. Gostei razoavelmente, mas tenho de concordar que Pastoral Americana é, acho, o livro que menos gosto do Roth. Tentei começar a ler ?A zona do desconforto?, mas fui batido por aquele relato demasiado sombrio sobre as memórias do Franzen sobre a mãe. Quem sabe qualquer hora dessas eu enfrente os outro livros dele que tenho aqui: Tremor, Liberdade, As correções?


jota 31/05/2022minha estante
Pois é, Paulo. Vi agora que você havia lido Como Ficar Sozinho. Como li antes Correções e Liberdade, e achei ambos ótimos, não apreciei os ensaios tanto assim. Vou ler suas anotações.




delicadas.leituras 24/07/2020

Nenhum problema em ser sentimental
Se trata de um compêndio de vários ensaios e artigos retirados de dois outros livros deste autor norteamericano, contém vários temas contemporâneos como internet, celular, privacidade. Foi feliz na forma como mencionou a correspondência trocada entre seus pais e na sua visão a respeito da banalização do 'eu te amo'.
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Paulo Sousa 16/04/2020

Como ficar sozinho, de Jonathan Franzen
Leitura 18/2020
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Como ficar sozinho - Ensaios [2002 a 2011]
Orig. How to be alone/Farther Away
Jonathan Franzen (EUA, 1959-)
Companhia das Letras, 2012, 328 p.
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?A essência da ficção é o trabalho solitário: o trabalho de escrever, o trabalho de ler? (Posição no Kindle 2864/60%).
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Fazia tempo eu queria ler algo do escritor americano Jonathan Franzen. Seus livros, dentre os quais estão títulos como ?As correções?, ?Liberdade? e ?A zona do desconforto? estão aqui ora empilhados entre outros calhamaços (são livros bem grandes), ora espremidos na memória de meu e-reader. Mas foi com esta coletânea de ensaios seus o livro escolhido para sentir a pena do sujeito.
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O livro, edição brasileira que é na verdade um compilado de dois outros livros de Franzen, trazem 12 artigos sobre assuntos diversos, mas que, inevitavelmente, leva o leitor para o universo criativo do escritor, e até um mais fundo, revelando uma existência onde o que mais impera e chama a atenção é a negação para o irresistível conforto do autoengano. Faz isso transitando entre temas como suicídio, sistema prisional americano, a perda da privacidade e a própria literatura, tema este que a meu ver é o ponto alto do livro.
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Sendo na verdade pedaços de dois livros, acredito que o critério de escolha destes ensaios tenha sido trazer ao leitor brasileiro uma multifacetada ideia de que a solidão abordada pelo escritor pode ter seu lado bom, sobretudo no processo criativo e de autodescoberta.
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Certamente os muitos e incautos leitores, que erroneamente costumam julgar o livro pela capa - e seu título, possam pensar que a obra se trata de mais uma obra de autoajuda, o que não é de todo exagero: Franzen aborda temas da atualidade, os mistura com elementos pessoais e extrai daí um texto muito bom e com algum estofo. Em muitas passagens dramáticas, ele expõe uma sensibilidade tocante, palavras fortes embargadas ora de dor, de desilusão, de amor pelos seus e pela escrita. O rápido definhar do pai doente, a devastadora dor da separação sob um divórcio difícil, o estranho e poético ritual de lançar as cinzas do também escritor David Foster Wallace, morto há alguns meses, no mar de uma ilha solitária entre sessões de leitura de ?Robinson Crusoé?, a dor que foi ter de rememorar lembranças difíceis na velha casa dos pais durante a produção de um curta-metragem, são alguns dos bons aperitivos que o livro traz. Mas, sobretudo, quando trata da literatura, as dificuldades de sair do obscurantismo, os processos de elaboração, dos colegas de profissão numa lista de autores os quais foram acrescidos à minha infindável lista de livros para ler, fazem dessa coletânea um livro acima da média e um bom start para concluir que Franzen, muito longe de ser um escritor da estirpe de um Updike, um Auster, um Roth, um Foster Wallace, não é de se jogar fora. Tá no jogo!
jota 31/05/2022minha estante
É, pensamos mais ou menos parecido (mas com palavras diferentes) sobre o que lemos aqui. Mas a ficção do Franzen que li, As Correções e Liberdade, me pareceu muito mais interessante do que os ensaios. Por vezes, pensei que estava lendo agora um outro autor, com quem tive poucos momentos de empatia, mas que, de todo modo, me dizia alguma coisa. Nessa área da não ficção ou ensaios, gostei mais do próprio Wallace - Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo - e também do Chuck Palahniuk de Mais estranho que a ficção.


Paulo Sousa 01/06/2022minha estante
Ah, sim, comecei o Foster Wallace justamente por esse Ficando longe?e, arre!, livro bom viu!




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VanessadeOliveira 18/07/2016minha estante
tempo perdido




Almir 30/10/2015

Decepcionante
Lamentavelmente fui enganado pelo título do livro. Esperava uma coisa e recebi outra, uma coleção de ensaios que parece um diário com fatos irrelevantes da vida pessoal do autor, bem como opiniões sem a menor relevância sobre grandes questões americanas.
Ainda que tivesse sido uma obra de talento, mas nem isso.
Me desculpem os fãs, mas faz tempo que não leio um livro tão decepcionante.
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Renann 20/08/2015

Terrível
Sempre fui de ler tudo. Sem frescura. Ja tive contato (e quem nao teve?) com muita literatura ruim... mesmo assim fui até o fim. No que se refere a esta obra, bom... nao consegui terminá-la! Este livro me fez perder a vontade de ler. Muito chato, confuso demais e o autor fala muito e diz pouco. Espero, honestamente, que este comentário seja isolado e que os demais leitores apreciem esta obra da melhor forma possível.
Almir 30/10/2015minha estante
O autor é tão chato, mas tão chato, que por um momento eu pensei que ser chato era a chave para ficar sozinho....


Luana 02/08/2018minha estante
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Cris 10/02/2013

Encantadora surpresa
A princípio o título do livro sugere uma solução a um problema cada vez mais global. Porém, não se trata de um livro de auto ajuda ou coisa parecida, mas um encantador relato de Franzen sobre suas experiências pessoais. O incrível da narrativa é a coragem em se desnudar. Ao ler impera a impressão típica de que "eu não publicaria isso" ou "não teria coragem para tanto".

Certamente, é necessário um amadurecimento para reconhecer defeitos e elevar qualidades. Nem sempre é fácil assumir determinados posicionamentos e mantê-los independente do quanto possam ser complexos e questionáveis.
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Guilherme 14/10/2012

O paradoxo de não se sentir sozinho
Excepcional! Franzen traça detalhes da vida contemporânea de maneira estupenda, buscando em suas viagens e histórias de vida os planos que se fundem e constroem "Como ficar sozinnho". O livro é uma companhia de honra, e a último sentimento que se sente é o de se estar sozinho.
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