Sueli 21/12/2013
Visão Mortal
Eu acho a Série Mortal simplesmente mag!
É sempre com enorme ansiedade que aguardo o lançamento de novos volumes. Não porque ache que a trama policialesca de Roberts seja maravilhosa, mas porque sou fascinada pelos seus personagens recorrentes.
E, se você está imaginando que sou mais uma das leitoras terrivelmente apaixonadas por Roarke, confesso que você tem toda razão! Porém, a personagem que mais me instiga, e faz com que pausar a leitura seja uma tortura é Eve Dallas!
Sim, leitor, foi com Eve Dallas que Nora Roberts, escrevendo como J. D. Robb, conseguiu a sua personagem mais apaixonante e bem fundamentada, em minha opinião. Eu sou louca por ela, e como já expliquei, são as personagens femininas que norteiam às minhas preferências literárias.
Foi assim em “Orgulho e Preconceito”, quando me encantei por Lizzy, ao invés de Mr. Darcy, ou em “Um Amor Quase Perfeito”, da Sherry Thomas, onde entendi perfeitamente a Gigi, e me revoltei de forma quase insana contra Camden. E, para reafirmar minha eterna admiração por Judith McNaught, nunca duvidei um minuto sequer do caráter de Whitney, e digo mais, torci fervorosamente para que ela pudesse encontrar alguém melhor que Clayton, aquele duque arrogante e ciumento, do livro “Whitney, Meu Amor”. E, não poderia esquecer Elizabeth Cameron, a jovem abandonada por seus familiares, e que de repente se vê jogada aos lobos em busca de um casamento que pudesse salvar os bens que restavam de um passado de opulência, no livro “Alguém Para Amar”, só para citar alguns exemplos.
Ok! Ok! Podem me vaiar e jogar os ovos podres, mas sou assim... Feminista forjada em décadas de luta pela igualdade entre os gêneros. E, é a partir da leitura do texto de Roberts que percebo uma identificação entre nós – eu, leitora, e Roberts, a escritora prolífica e tenaz, que povoa a minha imaginação, e que nos presenteou com essa guerreira atormentada, com um passado sangrento, mas que sobreviveu e se transformou em uma heroína emblemática na defesa de suas vítimas.
Em Visão Mortal, somos apresentados a um serial killers cruel, que além de matar, estuprar, espancar, mutila suas vítimas sem deixar nenhuma pista substancial além de uma simples fita de gorgorão vermelho.
Contudo, a tenente Eve Dallas e sua auxiliar e amiga Peabody não sossegarão enquanto não encontrarem esse assassino ao longo de mais de quatrocentas páginas de muito sangue e suspense.
Infelizmente, nesse volume não temos uma participação mais intensa de Roarke... Eu adoro quando eles trabalham juntos, contudo somos presenteados com uma cena impagável quando o casal é convidado por Mavis, a amiga querida de Eve, para participarem do parto de seu filho!
Roarke é parcialmente substituído por uma vidente, que se apresenta para auxiliar na caçada a este vilão, e a princípio rejeitada por Eve, é relutante e vagarosamente aceita por nossa corajosa e insone tenente.
Os livros da série Mortal são difíceis de serem resenhados por se tratar de uma série que deve ser lida na ordem, e onde o cenário secundário é desenvolvido aos poucos e muito lentamente, e que é o meu maior atrativo. Porém, esse volume em particular poderia ser lido tranquilamente por qualquer um que resolvesse acompanhar a série sem a necessidade da leitura dos volumes anteriores... Penso que seria uma ótima oportunidade para todos que por um motivo ou outro estejam sem coragem, após dezenove livros já terem sido lançados.
E, é com grande expectativa que começo a leitura do próximo volume da série, já que não gostei muito de Visão Mortal... Primeiro, pela pouca participação de Roarke, e segundo porque achei que teve muito blá, blá, blá e pouca coerência na metodologia de resolução dos assassinatos.
Mas, temos uma Eve Dallas mais compassiva e emocional. Finalmente, a minha adorada tenente está relaxando e deixando fluir as emoções que tanto temia compartilhar com seus amigos, e que apenas Roarke conhecia. Ela está reconhecendo o valor das verdadeiras e novas amizades, que são associadas aos círculos que se formam na superfície de um lago quando lançamos uma pedra.
Adorei a observação elogiosa sobre as resenhas de amadores, que Roberts faz na página 294, além da reafirmação de seu amor incondicional pela cidade de Nova York.
No mais é curtir bons livros e ser feliz!