Dana Silva 28/01/2013
Leiturinha de fim de tarde...
Kacey Simon é aquele tipo de garota americana, aquela que é a mais popular na escola, super descolada, formadora de opinião, àquela que todos copiam - e temem. Kacey apresenta o programa "Simon Falando" na TV M, que é a TV da escola em que estuda: a Marquette. No programa, Kacey responde cartas de leitores e lhes dá conselhos de todos os tipos, mas os conselhos de Simon são bem, digamos, ácidos.
Tudo está indo perfeitamente bem para ela: é apresentadora do jornal, popular na escola, tem as três melhores amigas e ainda é a estrela do musical da escola, ao lado de Quinn Wilder! O que mais Kacey poderia desejar? Mas então, logo depois de colocar um par de lentes violetas, uma estranha ardência toma conta de seus belos olhos verdes e a srta. Simon vai ao oftalmologista para trocar as lentes, só que não é bem isso o que acontece.
"É inacreditável como algumas pessoas podem ser tão superficiais. Quem se importava com festas de aniversário com tantas coisas horríveis e trágicas acontecendo no mundo? Desastres inomináveis, devastações atingindo milhões de vítimas impotentes ao redor do mundo? Furacões. Inundações. Terremotos. Óculos." Pág. 53
E a decadência da vida social de Kacey não para por aí! Após sofrer um pequeno acidente na festa de sua melhor amiga Molly, ela terá que usar aparelho ortodôntico e fica com a língua prefa.
Bem, o livro é bem juvenil e até bobinho. Apesar de eu amar livros juvenis e até infantis, "Óculos, aparelho e rock n' roll" não foi uma leitura espetacular, em minha opinião. Foi um leitura boa, mediana. Uma das coisas que me incomodou foi o fato de que as atitudes dessas crianças definitivamente não são atitudes de meninas e meninos de 12, 13 anos. Não mesmo. Eu lia e imaginava que os personagens desse livro tivessem 16 anos no mínimo.
A Kacey é muito chata, insuportável MESMO durante mais da metade do livro, o que me fazia rezar para que ou o livro melhorasse ou acabasse logo. Tive vontade de entrar na história e estapeá-la de tão sem noção que essa menina era.
Lógico que o livro passa boas mensagens, isso é incontestável. Fala que não importa a aparência das pessoas, mas sim quem elas são de verdade. Que devemos olhar bem para quem são nossos verdadeiros amigos e apoiá-los sempre, pois no momento em que mais precisarmos são eles que irão nos apoiar. Que não importa o que você fala, e sim COMO você fala e que você pode falar a verdade para alguém sem precisar machucá-lo de fato. Tudo depende do seu jeito de falar.
A leitura melhora depois da página 160. Quando Kacey começa a ser humilhada e excluída, começa a perceber como ela mesma agia antes e finalmente resolve rever seus conceitos de sinceridade e amizade. Os melhores personagens em minha opinião são Zander e Paige, que quase roubaram a cena. Adorei esses dois. As referências musicais também são muito legais! Vão de Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Pink Floyd até Fleetwood Mac, que eu ADORO!
"Naquele momento, o trem fez a curva, seus faróis brancos tão inclementes e duros quanto eu tinha sido com meus colegas. Na luz forte, eu me vi como realmente era. Não era uma jornalista honesta e implacável, mas uma menina cruel que falava tudo o que pensava. E que por isso tinha magoado todo mundo com quem um dia havia se importado." Pág. 275
O trabalho de capa, diagramação e revisão do livro estão impecáveis e confesso que dá gosto pegar um livro para ler sem ter que se preocupar com erros o tempo todo, a Intrínseca está de parabéns pelo cuidado que tem com seus livros. O livro é recomendado principalmente para adolescentes, e para quem quer uma leitura despretensiosa e leve, para passar o tempo.