Pimentas

Pimentas Rubem Alves




Resenhas - Pimentas


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Katia Rodrigues 05/10/2022

Pensar é coisa muito perigosa...
"FUI CONVIDADO A FAZER UMA preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakóvski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakóvski suicidou-se. Todas elas, pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.

Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as ideias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem-unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é coisa muito perigosa...

Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso."

Ig: @ingrisias
Cleber 06/10/2022minha estante
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Katia Rodrigues 06/10/2022minha estante
Eu amei demais esse texto!




Maíra Marques 25/06/2021

Não vi tantas pimentas, mas pequenas pílulas. Pílulas sobre leitura, educação, envelhecimento ... sobre a vida.
Não é um livro que te prende, mas talvez te transforme, te faça repensar sobre o tempo (tempo vivido e tempo futuro).
Não é o melhor livro do autor, nem o livro mais transformador que li no ano, é simplesmente R. Alves.
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Graci 13/12/2021

Ostra feliz não faz pérola
Essa é uma frase de outro livro de Rubem, mas só lembrava dela ao ler esse livro, quantas vezes na vida somos testados, incomodandos e tirados de nossa bolha para poder evoluir.
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Lu 30/11/2012

Rubem Alves: Para provocar um incêndio.
A postagem de hoje é Rubem Alves, um dos meus favoritos.
O exemplar é "Pimentas", cujo título não me chamaria a atenção, se não tivesse em letras grandes Rubem Alves... Dele, eu não preciso de títulos... Confesso que tenho certa "preguiça" de ler sobre educação, ramo que ele também se dedica...


Já li vários livros de Rubem Alves, a ponto de me identificar tanto que procuro pontos em comum, pensamentos e teorias com as quais concordo. Achei até o motivo que faz com que isso aconteça:

"Acho que aqueles que gostam de mim têm esse traço comum: andam na direção contrária."

Entre os pontos comuns que encontrei nesse livro cito: o amor pelos cães; o fato de ter tido um boxer e cocker; gostar de ipês, de vento na cara, de poesia, de chupar manga; comover-se com o poema "O haver" de Vinícius de Moraes, gostar da canção "You got a friend" de Carole King (ouvi na faculdade e não esqueci mais...), admirar livros bons, sem que corram no sangue como outros.
Descobri neste que ele tem diabetes, e fiquei preocupada... rs

Também me diverti lendo. Há capítulos engraçados. Cheguei a pensar que ele tinha ficado louco... explicando porque as bruxas voavam montadas em vassouras, tentando recuperar a dignidade e a função cultural das privadas, propondo a canonização de Judas (esse foi o melhor), comentando da privada que não estava em direção à Meca, mencionando Abel (da famosa dupla Caim e Abel) como o patrocinador de todos os churrascos.

Adoro os trechos em que há ironias, pouco caso diante de questões que são consideradas relevantes para alguns. Sou uma apaixonada e muito suspeita para falar de Rubem Alves.
No livro, ele menciona um leitor que encontra apenas problemas com o que escreve, e não se manifesta sobre o que ele escreve. "Toma minha sopa e não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado."
Querido Rubem, pensei em uma possibilidade. Não fique chateado, talvez ele tenha perdido a capacidade de sentir o sabor... Não é nada pessoal.

Ler Rubem Alves não é uma leitura corrida, é preciso saborear cada capítulo, diferente de ler um romance que temos sede de acontecimentos. A convivência com Rubem Alves é prolongada, não se pode ler em qualquer lugar, nem de qualquer jeito... É como sentar para um conversa, recebê-lo em casa, ouvir alguém que gostamos. Ele mesmo diz:

"Quero que meus textos sejam comidos. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos com prazer. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente."

Outro comentário muito relevante que descobri é sobre Santo Expedito, considerado o melhor santo, pois resolve tudo com presteza, no dia que é pedido. Nada fica para o dia seguinte.
Por que nunca soube disso?
E ele faz graça: "Para atender àqueles que a ele se dirigem, ele faz qualquer coisa, até mesmo um pecado."
Fica a dica!
Naianne 15/11/2014minha estante
Excelente resenha! Parabéns! Fiquei com mais vontade ainda de ler!!!




LeandroCastro88 24/07/2021

Um craque
Rubem Alves fala tão bonito. Me emociona muito. Me inspiro cada vez que leio um texto seu. O único que não gostei desse livro foi o "crioulinha", onde achei que ele tenta se defender de uma coisa que não tem necessidade. Fiquei incomodado. Faz parte. Os gênios mexem conosco de diversas formas. De 74 textos eu não gostei de somente 1. Tô bem no lucro!
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Alana 30/11/2022

Cotidiano
Rubem Alves tem o dom de proporcionar prazer através de seus escritos, é de um sentimento avassalador de paz e estadia. Essas crônicas são sensacionais e denotam não só o talento do autor, mas também sua sensibilidade ao enxergar o mundo.
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Kah 21/11/2021

"Sabendo que tudo o que é belo precisa terminar". Começo assim com o trechinho do maior de todos os autores q já ousei explorar.

Com aquela doce angústia com a qual Rubem Alves sempre descreve em suas lembranças - angústia da saudade de um tempo que se foi, q se desfez e não mais voltará -, encerro a leitura de uma das melhores coleções de suas crônicas.

Sua arte de conseguir associar a beleza à efemeridade das coisas, nos faz imergir no bem mais precioso que nos é concedido: o presente. É um presente! É uma dádiva poder ter acesso às suas reflexões e contemplar, por meio de seu olhar, as coisas simples.

Dessa forma, não poderia deixar de enfatizar a minha recomendação ao livro "Pimentas". Vai muito além de uma mera leitura descontraída, é um reencontro com a beleza que vive e está adormecida dentro de nós.
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Aline.Robles 15/09/2020

Qual é seu jeito de ficar por aqui?
"A alma não come pão. Alma come beleza"

"Toda vez que vejo uma pessoa humilde e indefesa sendo humilhada por uma pessoa q se julga grande coisa, a fera acorda e ruge. Ng sabe a verdade, temos opiniões."

"Fui um rebelde. Acho q aqueles q gostam de mim têm esse traço comum: andam na direção contrária"

"Um caminho para se ensinar compaixão, que é o mesmo caminho para se ensinar a tristeza, são as artes que trazem à existência as coisas que não existem:a literatura, o cinema, o teatro. As artes produzem a beleza. E a beleza enchem os olhos d'água.
Para haver compaixão,é preciso saber estar triste. Pq compaixão é sentir a tristeza de um outro."

"As construções têm o estranho poder de moldar seus moradores de forma que eles ficam iguais às casas em q moram
Deixaram de ser semelhante à flores, nuvens. Ficaram iguais as pedras e ao cimento"



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Tiago.Severino 06/12/2021

Bom livro
Rubem Alves era muito culto. Seus textos são fáceis de ler e repleto de boas análises.
Aprende-se com objetividade, mas ao mesmo tempo de modo simples e direto.
Há alguma melancolia em alguns deles. Porém, em um momento que se cobra felicidade, dedicação e aceitação de tudo é bom para rever o que acreditamos.
Espero ler outra obra dele em breve.
Nessa aqui, extrai excelentes referências.
Sugiro a leitura a todos que queiram escapar da mesmice das soluções fáceis que as redes sociais apresentam.
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Tereza 07/12/2012

Delícia de livro. O autor discorre com humor, lucidez e às vezes com certa melancolia sobre diversos temas. Me flagrei gargalhando algumas vezes durante a leitura, noutras intrigada, curiosa. Recomendo muitíssimo.
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Letras.Libras 17/02/2022

Conversa de avô do interior
Algumas coisas q ele diz são chamativas, outras te fazem pensar, outras são curiosidades. Ele se contradiz algumas vezes, principalmente falando da Bíblia, e tem aquele conceito de "no meu tempo era melhor". Resumindo, conversa de idoso msm. Mas pelo menos ele deixa várias indicações de obras de arte, livros e poesias.
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Ana 11/01/2014

Trata-se de uma compilação de crônicas sobre ideias e pessoas, sobre pensamentos que incendeiam a mente e que levam a outras ideias. Daí o título do livro, conforme explica o autor: “Pimentas são frutinhas coloridas que têm poder para provocar incêndios na boca. Pois há ideias que se assemelham às pimentas: elas podem provocar incêndios nos pensamentos. (…) Mas, para se provocar um incêndio, não é preciso fogo. Basta uma única brasa. Um único pensamento-pimenta…”. Dividido em 74 pequenos contos, reflexões que brotaram na mente sempre criativa do autor, o livro encanta por sua proximidade com a vida cotidiana de pessoas comuns. “Pois qual é o dono de cachorro que nunca olhou para os olhos de seu cãozinho e se perguntou: ‘O que será que ele pensa de mim?’”, indaga Rubem em Sobre gatos. E com a sua tônica espirituosa, prossegue: “Alguém disse que preferia os gatos aos cachorros porque não há gatos policiais”. Religião (histórias sobre São Judas, São Jorge e até sobre o diabo), animais domésticos, noções de etiqueta, comida, gramática, literatura, poesia (o autor é um grande admirador de Fernando Pessoa, Pablo Neruda, Adélia Prato e Manoel de Barros, só para citar quatro grandes poetas), saúde e doença, velhice, sexo, homens e mulheres, ciência, fé e morte. Nada escapa à mente de Rubem Alves, um observador arguto da vida e de seus pequenos momentos, possivelmente insignificantes para um olhar menos atento. Os sabores de suas pimentas estão exatamente nas pequenas e espirituosas reflexões cotidianas: “A privada é o lugar onde estamos sós e ninguém tem o direito de nos incomodar. Lugar de refúgio, santuário de solidão. Quando a gente está na privada, não tem de se comportar direito, não tem de prestar atenção ao que os outros estão dizendo. É um lugar de liberdade e honestidade.” (em Sobre a função cultural das privadas). “Eram seis da manhã. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: ‘Papai, quando você morrer você vai sentir saudades?’. Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: ‘Não chore que eu vou te abraçar…’. Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade porque lá a gente fica longe dessa terra tão boa…” (em Dona Clara) “Ao ouvir uma música que me comove por sua beleza, eu me reencontro com a mesma beleza que estava adormecida dentro de mim. (…) Eu me reencontro com a minha própria beleza. Por isso a música me traz felicidade…” (em Minha música)

Pimentas - Para provocar um incêndio, não é preciso fogo - Rubem Alves
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Amora 29/09/2017

Delicioso
Rubem Alves com Deus contos é tão incrível , fazendo nossos olhos decorar cada palavra com uma certa fome mais também uma apreciação, um dos contos interessantes que me chamou muita a atenção foi sobre Abel e Caim, a qual pelos olhos de Rubem Deus escolheu a gastronomia de Abel e não de Caim porquê Deus é carnívoro, é Abel lhe fez um belo de um churrasco e Caim fez uma salada colorida que não chamou a atenção de Deus..e tantos outros contos fascinantes!
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Isa 19/05/2020

O outro lado que nunca imaginei!
O que mais gostei nesse livro, além da sua escrita leve e acessível, são as histórias aleatórias que nos fazem hilariamente refletir em algo que nunca havíamos pensado antes.
A cada fim de um conto, eu permaneci pensativa.
Realmente são idéias incendiárias, que abrem sua mente para diferentes visões de aspectos simples e até rotineiros.
Outro ponto legal, são as referências e indicações que o autor está sempre sugerindo em sua obra. Um grande incentivo a leitura constante e ao reconhecimento de seus colegas da área.
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