spoiler visualizarCringe Literário 30/08/2021
Ativismo feminino, luta de igualdade de direitos para mulher
Para melhor compreensão desses dois textos é preciso conhecer a autora e seu momento na história da revolução russa e então perceber o porquê de uma forte propaganda socialista presente no mesmo. Minha principal crítica, que faço na verdade como releitura de momentos históricos se faz a um possível julgamento moral com a prostituição por parte da autora, uma linha de compreensão que tive, foi que, esse julgamento vem da capitalização do amor, uma vez que me parece que a autora não separa o ato sexual do amor, logo ela não vê sentido em se comercializar o mesmo e faz um discurso excludente da prostituição.
Acredito que em nos tempos atuais se tem outras concepções, pode-se ter relações pelo simples prazer sexual desvinculado do amor. Uma das partes mais emocionantes do texto é a carta da Irmã, mesmo com um pensamento formado sobre a prostituição e como essa vinculada a crescente do capitalismo são os responsáveis pela destruição da sociedade, família e relacionamentos é descrita na carta uma situação em que podemos perceber uma sororidade entre mulheres em situações de vulnerabilidade social e emocional.
No livro a nova mulher e a moral sexual da autora além de outras temáticas, são abordadas críticas de como as mulheres eram tratadas como propriedades de seus maridos e como esse tipo de relação entre os sexos precisava mudar para se atingir um bem-estar social comum. Uma das linhas de pensamento da Kollontai convertem para o abandono do amor romântico que se traduz naquele estabelecido por casamentos arranjados, casamentos com cunho de interesses familiares e ou aquisição de posses.
Essas uniões eram estabelecidas para se atingirem um objetivo social de acúmulo de capital desde os tempos feudais, esse amor é fruto da criação de interesses capitalistas. É levantada a concepção do amor camaradagem nas relações, sendo esse amor correspondente ao amor livre e com relacionamentos pautados em respeito, atenção, troca e amizade que caminham para uma evolução social do povo.
Alexandra kollontai: Revolucionária russa, de origem aristocrática, rica, uma das poucas de seu tempo com acesso à educação erudita, falava 10 idiomas e se destacou como ativista pelo direito das mulheres.
Ativista comunista, membro do governo soviético e diplomata, se casou aos 21 anos, teve um filho e assumiu nesse momento de sua vida atividades restritas ao mundo familiar/doméstico.
Mesmo não se casando por interesses econômicos, ela estava ressentida com o seu primeiro casamento e começa a fazer grandes críticas a esse modelo de união que vivia, onde ela se sentia presa ao matrimônio.