O Rebelde

O Rebelde Jack Whyte




Resenhas - O Rebelde


18 encontrados | exibindo 16 a 18
1 | 2


Marina Garcia ( 03/04/2013

Resenha: O Rebelde, escrito por Jack Whyte
Publicado no blog: http://falandodelivrosemusica.blogspot.com.br/

Na manhã de 24 de agosto de 1305, na prisão de Smithfield, em Londres, o herói e fora da lei William Wallace esta prestes a ser executado, quando recebe a visita de seu querido primo Jamie, um padre disposto a ouvir sua última confissão. Partindo desse ponto, mergulhamos em uma história recheada de patriotismo sobre uma Escócia que muito pouco nós conhecemos.

"- Você recuou no fim - disse ele - parou por causa de quem eu era, esquecendo o que eu era: seu inimigo. Esse tipo de hesitação pode matá-lo em um combate real. Você precisa aprender uma verdade, William Wallace, então aprenda agora. Em luta corpo a corpo não pode haver posição ou títulos envolvidos. Se você um dia terçar lâminas com qualquer homem seriamente, não importa quem, só pode haver um resultado. Ou você o mata, ou ele o matará. Nunca se esqueça disso." (Página 83)

Os que acompanharam as postagens anteriores do blog, sabem que me apaixonei pela capa do livro desde a primeira vez que coloquei meus olhos nela. Os tons de laranja misturados com o azul, céus... Não descansei enquanto não consegui o livro, esse foi um problema. Não aconselho a ir com muita “sede ao copo” se você esta a espera de sangue e guerra, assim como eu estava. Ainda assim, não tiro os créditos. Deixe-me explicar...

O Rebelde é contado pelo ponto de vista de Jamie Wallace, o primo de Will. Eles conviveram muito tempo de sua infância e adolescência juntos, enfrentaram muitas consequências com a crescente invasão dos ingleses nas terras escocesas, mas em certo ponto da história cada um deles segue seu próprio rumo. Por Jamie escolher seguir a carreira cristã acabamos tendo um contato mais político e histórico, as cenas de ação são poucas.

"- Meu nome é William Wallace, da Escócia, e não me importo com quem sabe disso, então malditos sejam todos. Digam eles para, ao partir, espalhar a notícia do que aconteceu aqui, a vergonha e a desgraça. Digam a eles que a Escócia tem uma voz entre as árvores da floresta de Selkirk. Também digam a eles meu nome, e digam aos ingleses que caso queiram me pegar, estarei aqui esperando. Um fora da lei, sim, mas antes de tudo, um escocês, e pronto para lutar até meu último suspiro." (Página 251)

E ainda apesar disso, por saber muito pouco do assunto, quase nada, e fazer muito tempo que vi o filme Coração Valente, tudo resultou em uma prazerosa surpresa. Não é algo que nos ensinam na escola e o próprio autor fala que a Escócia de hoje é muito diferente daquela que existiu na época de sua Independência. O país sofreu graves consequências com a morte sucessiva dos herdeiros de sua coroa, os ingleses entravam e saiam das terras fazendo barbaridades sem serem punidos.

"- Mostre-me um líder que mereça ser seguido e uma guerra pela qual valha morrer, e eu lutarei. Isso eu juro." (Página 329)

A narrativa de Jack Whyte é bem fluída, nos fazendo passar páginas e páginas sem notar, apenas o personagem em si do narrador não me agradou, senti-me muito pouco conectada a ele. Contudo, sempre que William Wallace entra em cena é impossível você não querer prestar atenção no que ele tem para falar, seus discursos e batalhas são os verdadeiros picos de ação no livro, fazendo com que eu permanece até o fim, sempre ansiando por mais dele.

Aguardo sim pela continuação da, antes Trilogia, agora, Série Corações Valentes que contará sobre outras figuras importantes das guerras de Independência da Escócia: Robert Bruce - o verdadeiro Coração Valente - e Sir James Douglas. Se você gosta de arco e flecha, história, política e um herói digno de ser seguido, quebre o porquinho e tenha na estante O Rebelde. Por hoje é isso meu povo, espero que tenham gostado. Até mais!
comentários(0)comente



Eric Massoni 12/02/2013

Jack Whyte almejou muito mais do que conquistou com sua versão da história de William Wallace. Como historiador e fã do gênero literário, acredito que o autor encalhou demais em questões totalmente anacrônicas, utilizadas repetidas vezes por vários personagens, concedendo uma consciência histórica impensável no período, quase um poder de premonição, considerando termos utilizados que surgiriam séculos depois para descrever aquele específico período. Os personagens principais adentraram nesse mundo especulativo com frequência, dando a impressão de um programa educativo, quase um documentário e não uma obra literária. Impossível seria deixar de comparar com alguns mestres do gênero como Bernard Cornwell e Conn Iggulden que, compensam todas as lacunas da inexatidão histórica, com uma atmosfera e tramas complexas e envolventes, totalmente ausente nessa obra do Whyte. O filme "Coração Valente", apesar de se enquadrar em uma proposta distinta, embasado mais na lenda do Wallace do que em seu personagem histórica, consolidou-se muito mais atraente e até mesmo realista do que essa obra. Talvez seu objetivo de prolongar a história com sequência de livros o tenha obrigado a produzir um texto maçante, mas nada justifica a ausência de complexidade da trama, ao completo anacronismo dos personagens e a uma péssima ambientação da obra, produzindo muito mais algo próximo ao Robin Hood do Kevin Costner (igualmente péssimo em suas proposições históricas, na minha opinião cômico) do que as demais produções do gênero em nossa atualidade.
comentários(0)comente



Tobias 20/12/2012

Um Rebelde distante
Um livro sobre o Willian Wallace, no qual o mesmo é tão distante da narrativa que você aprende mais sobre a vida política da Escócia do que sobre a figura do herói escocês. Um obra que até o seu décimo quarto capítulo (mais da metade do volume) não tem situações que lhe prenda à leitura. Em alguns locais vi comparações com Bernard Cornwell (trilogia 'A Demanda do Graal' e as 'Crônicas de Artur') e não achei semelhança. Cornwell tem uma maneira de inserir seus personagens fictícios no meio dos grandes acontecimentos que está muito longe do que acontece no livro de Whyte. 'O Rebelde' é um livro lento que mantem o herói muito longe do leitor.
Mas é inegável a pesquisa feita pelo autor e como ele insere o leitor nas questões políticas da formação da Escócia. Os problemas de sucessão real, o peso dos laços de vassalagem, o valor dos títulos de nobreza, a forma como os acordos são montados entre os nobres escoceses e o seu resultado, e o principal: a interferência inglesa nos assuntos da Escócia. Talvez seja esse o único ponto no qual valha a pena a leitura.
comentários(0)comente



18 encontrados | exibindo 16 a 18
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR