Maíra 19/07/2010"Será que eu era cego e surdo ou será que a luz de uma desgraça se faz necessária para iluminar a verdadeira face de um homem?"
Comecei a ler buscando realmente uma lição de vida e em momento nenhum recebi menos que isso. Na verdade, quando peguei o livro pela primeira vez nem sequer sabia que a história narrada era a do próprio autor. E o fato de ser uma autobiografia nesse caso torna as coisas bem mais impactantes, eu acredito.
A leitura é muito fácil e rápida. Letra grande, poucas páginas e uma linguagem de fácil entendimento fizeram com que eu acabasse o livro em pouquíssimo tempo. O conteúdo, ao contrário do que possa parecer devido à história, não se torna pesado (de uma forma negativa) em momento nenhum. Muito pelo contrário. Uma das marcas do livro é o seu humor - ocasionalmente construído em cima até mesmo de uma certa ironia autodepreciativa.
Ainda que completamente incapacitado de se mover, tendo sido privado do toque, da fala, do contato com o mundo exterior e de qualquer espécie de movimento, Jean-Dominique mantém o sabor da vida intacto na própria boca. E prova ao leitor que às vezes exigimos muito da vida sem sequer saber valorizar o que há de mais simples (e mais bonito) nela. Lindo.