Digão Livros 10/02/2013Ave César!!!
O nome de um homem que virou sinônimo de grandeza!
O marco de uma era! O mito.
Ouvimos tanto sobre César, que causa espanto saber que esse homem governou por apenas 4 anos.
Contudo, ao nascer, César já deixava a sua marca para a humanidade.
Diz uma lenda que César, em seu nascimento, era tão grande que o ventre de sua mãe teve que ser rascado para que ele não morresse. Surgia, então, a cesariana. Eis a primeira marca de um predestinado.
Hoje, até o mais simples afazer de qualquer indivíduo do Ocidente está à sua sombra. Acordamos, trabalhamos e vivemos sob influência desse homem capaz de ser tão implacável quanto conciliador. A contagem dos nossos dias provém do calendário Juliano, uma das adaptações que Júlio César implementou para que as datas comemorativas dedicadas aos deuses estivessem em harmonia com as estações climáticas do ano.
Júlio César, talvez, tenha sido o mais marcante populista da humanidade. Entendeu a massa como ninguém, e sabia conduzi - lá com primor.
De Getúlio Vargas a Lula, lembrando-se de Hugo Chaves ou Evita Péron, não se pode falar da arte de conduzir as massas sem lembrar-se de César.
Em uma época onde as revoltas do povo eram constantes, e os perigos externos constantemente batiam á porta, era necessário alguém devastador com os inimigos, e hipnotizador com o povo.
E foi assim que César governou.
Venceu batalhas, anexou territórios, expandiu o Império, e tornou-se cada dia mais, um homem poderoso, a ponto de a República temer o seu poder.
E perdoou.
Perdoava seus inimigos. Vencia-os e os perdoava, pois César os amava; talvez até com mais fervor que aos seus aliados. Assim como amou Pompeu.
Contudo, o perdão aos inimigos ganhou uma teia de potenciais traidores.
O crescimento da influência de César desequilibrou a sutil balança do poder, de modo que as outras lideranças enxergassem nele um ditador. Amado pelo povo e temido pela elite de seu povo.
A ditadura sufocava a República, e o fim da República significava o fim do poder dos Tributos, legados e senadores.
Júlio não contava que o campo da política poderia ser mais perigoso que um campo de batalha.
E foi pela mão dos supostos amigos, inclusive dos mais próximos aliados, que César pereceu.
Caiu em um lugar outrora sagrado, traído pelas costas, marcando não somente o fim de uma era, como o início do declínio de Roma, que se afundou em lutas internas, escaramuças e conflitos civis.
Morreu como somente César poderia morrer. Grandiosamente.
Ave César!!!
O livro é escrito em forma de romance, a partir da visão de um dos mais próximos aliados de César.
Discorre desde o início da carreira de César, abordando seu perfil histórico.
Particularmente, eu achei que as batalhas seriam bem detalhadas, mas isso não aconteceu.
Isso não tira o dinamismo do livro, pois o autor foi muito feliz na forma em que apresentou o universo de intrigas, traições e corrupções, expondo as contradições dos valores romanos em confronto com as fraquezas humanas desses mesmos romanos, levando cada indivíduo a agir conforme sua própria conveniência.
Eu gostei muito do livro e recomendo!!!