Viajandoc/palav 13/08/2013
Viajando com Palavras / Resenha - WALKING DISASTER (Jamie McGuire )
Mesmo não tendo gostando muito de Belo Desastre, não consegui deixar de ler o outro lado da história. Minha curiosidade era tentar entender o Travis, vendo as coisas pelo seu ponto de vista e, talvez, conseguir simpatizar mais com ele. E, para minha surpresa, isso aconteceu. Walking Disaster não é continuação da trama e sim a mesma história narrada por Travis, mas traz algumas novidades como os momentos em que ele não estava com Abby, descrevendo eventos não lidos em Belo Desastre. Além disso, a autora traz um prólogo, apresentando um pouco do passado do Travis, e um epílogo, que é a melhor parte do livro. Mas de forma geral, não muda muita coisa, porque o desenrolar do enredo já é conhecido. Para mim, isso tornou a leitura entediante. Não havia muito do elemento surpresa, da emoção de não saber o que ia acontecer em seguida, mesmo a autora tentando mesclar bem os dois livros para diminuir essa sensação ao máximo, dando mais ênfase a partes que foram narradas por alto e sem detalhes no livro anterior.
Achei esse livro melhor escrito, no sentido de que trazia alguns elementos que senti falta em Belo Desastre, como narrativas dos pensamentos do personagem, o que possibilitou uma maior identificação e conexão com ele. Toda parte boa de Belo Desastre se manteve, como a linguagem fácil, diálogos bem elaborados, narrativa fluida ainda em primeira pessoa, mas agora pela perspectiva do Travis Maddox. Gostei muito mais de ter uma visão a partir dos olhos dele, pois deu uma ideia diferente da trama. Pude ver um outro lado do personagem, e até compreendê-lo um pouco mais. Consegui entender melhor sua vida, seus problemas de relacionamentos, seus medos, e seu amor (ou obsessão) por Abby. Foi bom para entrar mais na sua cabeça e no seu coração. Pude até diminuir minha ideia inicial de que era um total louco. Não que a autora o tenha narrado diferente. Não! Ele continuava sendo Travis cachorro-louco Maddox, o bad boy pegador, repleto de vícios, instável, com pouco equilíbrio emocional. Mas agora, vendo o seu lado da história, sua infância sem o amor da mãe, e, principalmente, sua consciência quanto aos seus defeitos e sua impulsividade, fez com que eu o aceitasse mais como ele é, uma boa pessoa por trás de toda aquele estereótipo de bad boy. Ele é um jovem homem complicado e cheio de defeitos, sua cabeça é confusa, ele faz um monte de coisas erradas, tem uma visão distorcida do mundo, mas eu gostei de ler a sua versão porque o vi também um tanto carente, com sentimentos de inferioridade, e muito, mas muito, dependente.
Daí o relacionamento doentio que ele desenvolve inicialmente com Abby. E ele não sabe como lidar com esses sentimentos novos, como extravasar sua raiva, e como buscar o autocontrole. Só que, ao longo do livro, é possível ver o amadurecimento do personagem e suas mudanças. Ele reconhece seus erros, se esforça para melhorar e para buscar o controle, e tudo o que ele faz é em prol do amor (ou obsessão) quando conhece a segunda mulher que já amou na vida. E, então, entendi o porquê da borboleta na capa, representando os ciclos da vida e mudança!! Porém, ainda não consegui grandes encantamentos por Travis como tanto vejo por aí nos grupos de leitura. Realmente, não deu! ...
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