Nathy 05/04/2011Um livro interessante, mas com partes sem noção! Como uma vampiro pode ter insônia? Mas com bastantes acontecimentos históricos de Portugal e que pode ser usado para as aulas de historia. suhsuhsuhsuh!
Adorei quando o vampiro vai a psicóloga, de noite e começa acontar como era a vida dele em Lisboa. Encontrando um vampiro que foi causa transformado do mesmo jeito que ele, mas eu algumas partes não tem muito sentido a historia, começa a falar dos acontecimentos que ocorreram em quanto ele está com Raimundo Pascoal.
No entanto, um fato muda o rumo da história: o grande terremoto de 1755, que assolou Lisboa. A cidade acabou sendo completamente destruída. E esse fato permitiu que a Igreja Católica começasse a ser questionada em Portugal, assim como permitiu a ascensão do Marquês de Pombal, o primeiro-ministro do rei D. José I e o déspota esclarecido (líder político que seguia os preceitos do Iluminismo em detrimento à cartilha absolutista) que comandou uma das maiores reformas administrativas em Portugal, no sentido de superar o obscurantismo da religiosidade. Reformas essas que acabaram se refletindo no Brasil, então colônia do império português.
Na tragédia do grande terremoto, o nosso vampiro perde o amigo Raimundo Pascoal, que acabou incinerado pelo sol quando a caverna onde estava sendo mantido refém desmoronou; mas as duas crianças sobrevivem em meio aos escombros - os pais morreram. Nas mãos da Igreja Católica, as crianças - uma humana, outra vampira - recebem tratamentos diferentes, já que a criança vampira foi encontrada bebendo sangue. Mas, como a criança vampira vai desenvolvendo um comportamento normal, as duas não podem mais servir como símbolos, um do bem e outro do mal. Aí, nosso vampiro rapta o bebê vampiro, mas quase não escapa de Rosa Loba e Morcegão, que sobreviveram ao terremoto e quase executam os dois. Quem evita o pior é Clemente, o vampiro que mordeu o nosso vampiro, portanto seu "pai". E é ele quem providencia o destino das duas crianças, que acabam sendo criadas em separado.
O nosso vampiro acompanha o crescimento do garoto vampiro, Vicente, que se desenvolve normalmente, como uma criança mortal, durante a reconstrução de Lisboa. Nada aponta que Vicente seja vampiro...
...até que o agora rapaz descobre sobre seu irmão. E, ao sair para procurá-lo, as consequências são inesperadas. Nessa procura pelos motivos de sua insônia, o nosso vampiro vai desfiando a vida e os costumes de Portugal no século XVIII. As descrições feitas por Jaf dos costumes fanáticos do povo e das execuções promovidas pela Inquisição Católica - bem como a execução em praça pública, por motivos pessoais e políticos, da família Távora, acusada de ordenar um atentado contra a vida do Rei D. José I, que era amante da esposa de um dos filhos do marquês de Távora - são bem escabrosas. Tudo para mostrar que, em matéria de horror, há algo bem pior que vampiros e lobisomens: a insanidade e o fanatismo da humanidade, capazes de promover coisas muito mais assustadoras que qualquer monstro.