Thaís 21/11/2012
Livro: Dragão Vermelho, de Thomas Harris
Esta literatura, da década de 1980, narra uma história complexa e angustiante para uns e emocionante para outros. Descrevendo um pequeno período da vida do detetive Will Graham, Dragão Vermelho é uma história envolvente e misteriosa, ideal para aqueles que buscam um pouco de suspense com um toque de seriais killers numa leitura.
Um policial aposentado que volta a ativa com o pedido de um velho amigo e companheiro de trabalho, para resolver dois casos de assassinato interligados. Após as tentativas de superar os medos e de esquecer as lembranças do ultimo caso, Graham aceita o “convite” (que, aliás, foi quase uma intimação) e retorna à sua antiga rotina de investigação. Esta, que deu continuidade à nossa história, é cheia de imprevistos e criteriosas observações dos pequenos detalhes. Detalhes que passaram despercebidos por outros investigadores... detalhes que levam ao desfecho da história.
Com algumas reviravoltas no decorrer da história, dificilmente consegue-se adivinhar o que virá pela frente. De uma forma paralela, cada capítulo é escrito em primeira pessoa, com focos diferenciados: de Will para o Dragão; do presente para o passado, com uma continua ligação de pequenos detalhes que, reunidos, levaram aos acontecimentos do “presente”.
Definitivamente Dragão Vermelho foi escrito de uma maneira interessante, uma maneira que nos faz prestar a atenção aos mínimos detalhes, nos instigando a tentar imaginar o próximo passo, o próximo acontecimento, a próxima morte...
Will Graham, um dos nossos personagens principais, não é e nem será um policial comum. Se fosse, como repassaria (frisa-se: repassaria perfeitamente) os passos de serial killers? Meio suspeito, não? E nosso Dragão? Como é possível que em tão poucas páginas ele nos mostrar que nossas escolhas modificam nossas vidas, e não só as nossas, mas as de pessoas estranhas à nós...! Essas escolhas podem atingir e modificar o interior até mesmo de desconhecidos!
Até que ponto sacrificaríamos nossa felicidade em nome da liberdade? Uma existe sem a outra? São questões simples e ao mesmo tempo tão complexas que não conseguimos chegar a uma resposta definitiva, são essas questões levantadas pelo autor me levaram a refletir durante e ao final dessa leitura.
Tá bom... Já elogiei demais. Vamos às criticas (que não são realmente criticas), mas antes tenho que admitir que fiquei impressionada com o livro, e faz um tempinho que não me interesso dessa forma por um, por isso sou suspeita, não só com as poucas críticas, mas também com os elogios.
A edição que me proporcionou tal fascínio é antiga, tanto que havia algumas paginas “coladas” devido à pouca movimentação da obra. As letras são de bom tamanho e não tinha uma imagem sequer, deixando à cargo da imaginação do leitor a criação do personagem de acordo com as descrições (que não são poucas).
Não é uma história linear, o que exige do leitor uma atenção especial, com isso observa-se características em tempos distintos de cada personagens, são personalidades que mudaram com o tempo (mais um pouco de atenção aqui, porque se “ler o passado”, achando que é presente... não vai dar certo).
O final... Esse foi o que definitivamente mais me surpreendeu, nunca imaginei tal desfecho, fiquei sem reação! Mas o que eu esperava de um livro que tem reviravoltas, um final certinho...? Absolutamente não.
Agora me resta ler o próximo livro com esse “pseudo-policial”, um desdobramento, que volta no tempo, para a primeira descoberta de Graham, um killer mais interessante que o Dragão Vermelho: Hannibal Lacter.