Resenhas - Fundação

Brujo 14/06/2023

Fundação: A Maior Saga da Ficção Científica
Após colocar a poderosa Fundação de joelhos e comprometer o plano Seldon a um nível quase irreversível, o Mulo agora reina absoluto na Galáxia, sem nada que lhe faça frente. Mas isso não é o suficiente: ele deseja encontrar e subjulgar a mítica Segunda Fundação, objetivo quase alcançado no livro anterior, se não fosse pela astúcia de Bayta Darell. É assim que começa "Segunda Fundação", terceiro livro da trilogia principal da saga Fundação, simplesmente nomeada pelo famoso prêmio Hugo como a maior obra de ficção científica e fantasia de todos os tempos, desbancando "O Senhor dos Anéis", do não menos genial J. R. R. Tolkien.
O livro foi publicado pela primeira vez em 1953 pela editora Gnome Press, mas suas duas partes já haviam sido publicadas anteriormente como contos na revista Astounding Science Fiction (sempre ela !). A primeira foi publicada em janeiro de 1948 sob o título de "Now You See It" e a segunda nas edições de novembro de 49 a janeiro de 1950 com o nome de "Now You Don't".
Parte 1 - A Busca do Mulo:
Desde que viu o paradeiro da Segunda Fundação lhe escapar pelos dedos, o Mulo busca por essa organização de forma frenética e interrupta. À frente desta busca está o General Han Pritcher, antigo membro das tropas da Fundação, atualmente convertido mentalmente, o segundo em comando.
Após cinco anos de buscas infrutíferas, o Mulo coloca na liderança das buscas um suposto prodígio de suas tropas, chamado Bail Channis. Mas ele pode não ser exatamente quem diz ser. Paralelamente, a Segunda Fundação, liderada pelo Primeiro Orador, trama uma contraofensiva contra o mutante.
Parte 2 - A Busca pela Fundação:
Anos após a morte do Mulo, a Fundação volta a se levantar e se torna mais uma vez próspera, porém os tempos de calmaria não irão durar, já que uma guerra contra o planeta Kalgan (antigo quartel general do Mulo) está cada vez mais próxima. Além disso, em Terminus, um grupo de 5 conspiradores se reúne com o objetivo de localizar e deter a Segunda Fundação, cada vez mais presente nos acontecimentos, movendo das sombras suas peças como um jogo de xadrez intrincado.
Basicamente o contexto é esse. Enquanto eu escrevo esta resenha, não paro de me questionar sobre qual dos três livros eu mais gostei, e a verdade é que não há uma resposta certa, a cada vez que eu penso sobre essa saga, mais eu gosto dela por diversos motivos diferentes: o primeiro livro tem a base de tudo, vemos a introdução da psico-historia, a criação da Fundação pelo personagem mais importante da saga, o grande Hari Seldon e vemos como seu legado se torna praticamente onipresente durante a história, mesmo centenas de anos após a sua morte, sua presença ecoa por toda a Galáxia. Como se isso não fosse suficiente, temos no primeiro livro Salvor Hardin e Hober Mallow, dois grandes líderes da Fundação, de períodos diferentes; em Fundação e Império temos possivelmente o vilão mais interessante já criado: o Mulo! A forma como ele é apresentado, sua ascenção culminando com a queda da poderosa Fundação, tudo sobre esse personagem é facinante! E não podemos nos esquecer de Bayta Darell, finalmente uma personagem de respeito e com um grande peso na trama! Basicamente ela salva o plano Seldon, por muito pouco; Por fim e não menos importante, vem Segunda Fundação, que finaliza a história do Mulo de forma brilhante, colocando-o contra um personagem tão poderoso quanto ele, o Primeiro Orador. Além de tudo, temos a Arkady Darell - neta de Bayta - como uma personagem muito carismática e inteligente.
Este terceiro livro é bem frenético em seu andamento, ele tem diversas reviravoltas e, dos três, é o que me pareceu mais inteligente, pela forma como Asimov resolve todas as questões da trama. Por exemplo: a forma como é descrita a real identidade de Bail Channis e seu embate com o Mulo é de cair o queixo, com uma fluidez que cada vez aumentava mais, principalmente quando o Primeiro Orador entra em cena e derrota o mutante. Um outro exemplo é como a conspiração é desenvolvida de forma elegante, com os mistérios sendo resolvidos aos poucos, principalmente pelo Dr. Toran Darell, pai de Arkady, outro personagem genial! Além disso, este terceiro livro tem uma quantidade de plot twists absurda, quase vertiginosa: a revelação de um membro da Segunda Fundação dentre os conspiradores, a revelação da identidade do Primeiro Orador (que não é o mesmo que derrotou o Mulo e sim um de seus sucessores) e - claro - a maior de todas: a revelação da localização da Segunda Fundação! Embora eu tenha antecipado essa resposta, tudo aconteceu de forma tão brilhante que pra mim não perdeu nada do impacto quando a revelação acontece, nas últimas páginas do livro (Asimov segurou essa até o último minuto!). O encerramento com a fala que faz referência à frase "Todos os caminhos levam à Roma" ainda nos faz lembrar a maior inspiração para esta saga: a história da ascenção e queda do Império Romano.
Para finalizar, preciso parabenizar a editora Aleph por essa edição unificada que é lindíssima, cheia de ilustrações muito bonitas e extras muito interessantes: uma matéria descrevendo todos os fatos que interligam as sagas dos robôs, do Império e Fundação, uma lista cronológica dos livros dentro do "Asimoverso" e uma entrevista bem legal com o Bom Doutor. Um outro fator importante com essa edição é o emocional: este livro me foi dado de presente pela minha grande amiga (oi, Jaque!), que ainda escreveu uma dedicatória linda, só para deixar este tesouro de livro ainda mais precioso!!
Eu tinha planos de encerrar por aqui a saga de Fundação por um tempo, retoma-la posteriormente, mas eu estou tão empolgado com esta história que eu acabei comprando o box com os quatro livros restantes... E vou continuar na sequência cronológica para saber mais sobre a Segunda Fundação, para só depois ir para as prequels.

TS: Genesis - The Lamb Lies Down On Broadway (1974) e Foxtrot (1972)

Pedro.Farinha 31/01/2021

A Equação Política do Futuro
Eu tinha muita curiosidade para começar a ler essa saga. Essa curiosidade se transformou em admiração. Pensar que um livro tão atual e futurista tenha sido escrito nos anos 50 do século passado é surpreendente. O livro apresenta uma grande quantidade de personagens que precisam tomar decisões políticas que já foram predeterminadas por um psicólogo chamado Hari Seldon. Cada nova crise é uma enorme aventura cheia de reviravoltas e que abre caminho para um futuro império, cheio de arte, ciência e tecnologia. O que mais me impressionou foi a maneira que os conflitos foram resolvidos. Isaac Asimov foi capaz de reverter situações da história que pareciam encaminhadas para um desfecho trágico. Isso com certeza engrandeceu o livro. Indico essa leitura para os amantes de aventura, política e ficção científica.

Silas-sama 09/09/2022

Terminei ?
Esse discorrer feminino iniciado no segundo livro e consolidado no terceiro e último, foi naturalmente belo. Senti falta do protagonismo Delas no primeiro livro...

Perto do final começa a ficar meio chato mas se tratando do Asimov, escritor e editor de +500 livros e sendo essa a saga mais aclamada do gênero, não deixa de ser interessante.

Recomendo muito, simplesmente magnífica, consegue ser peculiar e ainda assim, ter um pouquinho doq estamos acostumados no gênero.

~ESSE PLOT TWIST

Elias Flamel 31/03/2021

A ideia mais importante que os personagens e o universo ficcional
Vivemos no emocional! Nossas profissões, compras realizadas, políticos que elegemos e até mesmo a forma que gastamos o tempo tem uma relação entre o sentimental e as necessidades básicas. A segunda parte desta relação ou equação está relacionada ao racional. Se eu disse que boa parte da nossa vida é guiada pelo racional seria uma pensamento reducionista? Fazemos o que fazemos porque seguimos uma rotina, vamos passando pela maioria dos dias no modo automático e... pera aí, eu disse automático? Não estou conseguindo me explicar. É que muita coisa na vida, na sociedade como um todo, se repete. Repetir, falei sobre repetição? Acho que estou começando a enxergar um padrão.

Se há um padrão, pressupõe que ele pode ser calculado. Em Fundação do Isaac Asimov o leitor é conduzido por uma ideia:

Se todos os acontecimentos sociais e históricos de milênios vividos por um reino similar a humanidade fossem analisados de forma matemática para prever os próximos acontecimentos? Este experimento é o ponto central do primeiro livro desta saga e ver os desdobramentos dele me fez consumir com velocidade a obra.

Neste livro o olhar é seco e direito. O narrador não é um cientista que deseja analisar cada dado e esmiuçar as informações. A história é narrada por alguém que apesar de ser racional, está empolgado com a ideia central do livro e deseja passá-la para o leitor os acontecimentos mais importantes. Não há arcos de personagem bem evidentes e jornadas. Há personagens com desejos e objetivos que enxergam o padrão e desejam utilizá-lo da melhor maneira possível. Eles estão tão embebidos neste desejar que a maioria dos diálogos não lembram uma conversa e são debates onde interesses e visões de mundo são colocados em conflito.
Ao relatar as características deste clássico é fácil pensar em uma linguagem complexa. Asimov é simples e até mesmo didático ao explicar as ideias e de demonstrar o que deseja com a obra. Também apreciei a forma como autor foi capaz de me prender durante toda a história.

Os elogios foram elencados e é necessário fazer alguns apontamentos:

Não espere uma narrativa tradicional, a representação feminina não existe, os personagens possuem a fala muito parecida e em alguns momentos há uma certa pressa. O livro é antigo, o que pode ser enxergado como uma justificativa para as falhas. Termino falando que a ideia do Asimov extrapolada no livro me fez ter a seguinte reflexão:

"E se ele estiver certo? Faz tanto sentido.". Adoro quando a ficção me provoca este pensamento.

Nunca teve um contato com a ficção científica? Este livro pode ser uma boa escolha se você relevar os apontamentos acima. Adorei o livro porque a ideia central é um convite para a reflexão, mesmo para mim que não convivo muito bem com o meu lado racional.

maltchik/ 05/02/2024

A história do nosso futuro começa com a Fundação!
Uma obra-prima da ficção científica!
As expectativas estavam altas pra essa trilogia e elas foram superadas.

Meu unico receio antes de começar a leitura era talvez o teor político do livro se tornar cansativo com o passar do tempo, mas é incrível como o autor nunca deixa nosso nível de interesse e entretenimento cair. Principalmente no primeiro livro nos é apresentado sempre novos personagens, novos cenários, novas tramas a todo momento. Em algumas resenhas esse é um dos "defeitos" apontados, por n ter um personagem a que se apegar, pelo pouco tempo em que aparecem. Vejo que Asimov quis deixar a Fundação em si como foco principal e pra mim isso n foi um problema. Apesar do "pouco" que nos é apresentado de cada personagem, eles conseguiram ser marcantes cada um do seu jeito.
Salvo Hardin, Hober Mallow, vcs são foda!

Nos livros 2 e 3 nos é apresentado o grande vilão e o grande mistério da trama.E senhoras e senhores, nenhum deles decepciona. Não vou entrar muito em detalhes pra n precisar sinalizar spoiler, e acabar estragando a experiência de quem ainda n leu. É uma aventura incrível, inteligente, fluída e fácil de compreender, fora os momentos de "explodir a cabeça" ? que aliás QUE FINAL FOI ESSE??
Sei que minha opinião n conta muito com um "grande" histórico de 34 livros lidos ?, mas até o momento esse foi o melhor final que eu já li.
Asimov, vc é um gênio!

Regis 16/04/2024

Uma trilogia épica de verdade
Fundação, de Isaac Asimov, é uma das obras mais conhecidas da ficção científica. Essa trilogia grandiosa iniciou-se com histórias menores, conectadas umas às outras, publicadas em revistas pulp de ficção científica entre 1942 e 1944, mas com o declínio de muitas dessas revistas no pós-guerra a ficção científica foi transferida para os livros e assim nasceu essa primeira trilogia nos anos 50 e o autor voltaria a esse universo escrevendo, a partir de 1980, mais dois romances sequenciais e duas prequelas. 

Essa é uma das mais grandiosas histórias da ficção científica que conseguiu o feito de mudar, para todo sempre, a literatura especulativa. Fundação recebeu o prêmio Hugo especial de melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos em 1966, e conhecendo agora esses três primeiros livros, não consigo estranhar que ele tenha superado outros concorrentes de peso e conquistado esse grande reconhecimento. 

Essa trilogia trata da queda do Império Galáctico (baseado na queda do Império Romano) que reina absoluto sobre todos os mundos habitados há doze mil anos e a criação de um novo Império; a partir das previsões do psico-historiador chamado Hari Seldon que através dessa ciência recém descoberta, a psico-história, pôde prever um período ?de trevas? (fazendo um paralelo com a Idade Média) de 30.000 anos que se seguiria à queda. Para evitar inúmeras guerras, Seldon usará suas descobertas para amenizar o período umbroso que se estenderia por milênios, preservando assim o conhecimento humano e evitando o completo declínio da civilização. 

Os acontecimentos dessa história vão sendo dispostos como em um tabuleiro de xadrez, para que mais adiante, na trilogia, tenha início a "partida definitiva" de um intrincado jogo político que é extremamente necessário para que o Segundo Império seja consolidado.

As reviravoltas dos acontecimentos são tão peremptoriamente satisfatórias que mesmo que saibamos que o desfecho pode já ter sido "previsto" é muito satisfatório descobrir como ele vai se dar. 

Somos pegos de surpresa e deixados sem ar a cada Crise Seldon que aparece. Sei que o formato episódico em que a história é contada pelo autor (devido aos grandes saltos no tempo), incomoda algumas pessoas, no entanto, não me incomodou em nada: Asimov entrega muito com sua escrita concisa e envolvente. 

Adoro a forma lenta e gradual com que o autor incutiu em nossas mentes pontos mínimos do plano central para que quando, este, esteja em ação, possamos compreender e sentir toda nossa curiosidade saciada. 

Ao longo das décadas e séculos seguintes vão surgindo dúvidas sobre o Plano Sheldon, mas ele se prova consistente e de confiança já que a cada crise surge alguém capaz de mitigar o conflito da vez surpreendendo os que ainda não acreditam completamente na Fundação e no plano traçado pela psico-história. 

Durante todo o livro a sensação de uma história bem contada vai deixando o leitor extasiado e sedento por mais; os grandes embates psicológicos e diálogos inteligentes fazem desse um magnífico livro para quem aprecia uma boa batalha racional.

Asimov também entrega embates políticos e sociais, conflitos éticos e personagens interessantíssimos. No primeiro livro, uma única mulher é, muito brevemente, mencionada, mas o autor remedia isso no segundo e terceiro livro com Bayta e Arcádia. Elas são personagens fortes e importantíssimas para o desenrolar da trama do segundo e terceiro livro, respectivamente. 

Essa trilogia entrega além de uma magnífica ficção científica, cheia de conspirações políticas e reviravoltas, uma grande análise da verdadeira natureza humana e sua incapacidade de lidar com as mudanças e aprender com a história. 

O primeiro livro é maravilhoso, mas a apresentação do grande vilão (Mulo) no segundo livro, o desfecho dos acontecimentos no terceiro livro e o grande mistério revelado no final, me deixaram sem palavras. E o que foi aquele final? Estou em júbilo com o encerramento dessa trilogia e pronta para seguir lendo as próximas histórias, seguindo a ordem que o próprio Asimov sugere ao final de Segunda Fundação. 

Tenho que comentar o quanto é perceptível a influência de Fundação em grandes obras cinematográficas que admiro: destaques para Star Trek, Star Wars e seu magnífico vilão Darth Vader: que possui muito do Mulo em sua composição e ainda tem a princesa Léia que lembra muito a Bayta. Fundação influenciou nomes como Paul Krugman, Steven Spielberg, George Lucas, Sagan... e isso é mérito de uma história bem contada, um universo conciso e personagens marcantes. 

E por fim preciso falar dessa edição da Aleph que é primorosa: ela possui partes muito bem divididas, proporcionando uma praticidade enorme na programação da leitura. Quero ressaltar também a excelente tradução e a beleza das ilustrações que dividem cada parte dos três livros e os capítulos. E ainda tem uma entrevista de Isaac Asimov que coroa o término do livro. 

Eu adorei essa leitura! Foi uma grande jornada, acompanhada do Leandro e do Léo (Meninos, eu amei compartilhar a leitura, criar teorias e discutir o livro com vocês!). ?

Sei que essa saga épica ainda não chegou ao final, mas até aqui já me conquistou completamente.

Recomendo

Fabio Shiva 06/08/2010

A literatura de Asimov é baseada em grandes idéias. E na série Fundação, o bom doutor está em sua melhor forma! Talvez somente ao formular suas célebres 3 Leis da Robótica Asimov tenha sido mais engenhoso.

A primeira dessas idéias poderosas fica por conta da Psicohistória. Imagine uma ciência realmente capaz de prever o comportamento humano e, assim, determinar o futuro. Asimov partiu da teoria cinética dos gases para formular a sua Psicohistória. Não é possível prever o movimento aleatório de uma única molécula, mas em quantidade suficiente a movimentação do gás é perfeitamente previsível.

Para obter uma humanidade tão numerosa quanto as moléculas de gás, Asimov nos transporta para milhares e milhares de anos no futuro, quando 25 milhões de planetas habitados pela raça humana propiciam o auge do esplendor do Império Galático.

E aqui está outro motivo para o fascínio de Asimov. Ele não tem o menor pudor em ser grandioso. Graças a uma narrativa hábil e cativante, o leitor logo se torna cúmplice dessa grandiosidade, e se vê torcendo pela vitória dos heróis, que nunca são os mais fortes, mas sempre os mais espertos. A vitória nunca se dá pelo uso da força bruta. Afinal, como bem disse um dos heróis da Fundação, a violência é o último refúgio dos incompetentes.

Outra idéia genial foi a de uma religião baseada na ciência e utilizada para manipulação e controle social. À primeira vista, uma ácida crítica aos sistemas religiosos de nossa própria era. Nessa segunda leitura de Fundação, porém, pude perceber uma outra camada de significação. Há também uma crítica não menos hábil à própria ciência, quando se torna dogmática a ponto de se confundir com a religião. Novamente recorremos à fala do herói: uma pistola atômica é uma excelente arma, mas pode apontar nas duas direções.

Um deslumbramento à parte fica por conta de como Asimov foi capaz de interligar sua vasta obra, escrita ao longo de décadas, em um todo coeso e significativo, começando pelas histórias de robôs, passando pela ascensão e queda do império galático até chegar à Fundação. Uma brilhante história do futuro!

(13.10.2007)

Rocky Noboa 10/09/2021

Como eu queria ter gostado...
Infelizmente, pra mim não funcionou.
Achei uma leitura bastante complicada e com esses vários saltos temporais, não consegui me conectar a nenhum personagem. Gostei um pouco no começo, as partes 1 e 2 estavam me prendendo, mas aí veio mais saltos temporais, com novos personagens, novos lugares que foram introduzidos, novas dinâmicas... Não consegui acompanhar, nem me importar com nada e nos últimos 40% só queria que acabasse logo. Ficou massante demais. Infelizmente, não acredito que um clássico de um dos meus gêneros favoritos não tenha funcionado pra mim. Ainda estou com vontade de assistir a série. Dependendo de como for, talvez eu continue a trilogia, daqui alguns anos, apenas para dizer que li tudo do Azimov, que é meu autor de ficção científica favorito. Fico frustrado de não ter curtido tanto sua obra mais aclamada. Mas acontece kkk.
Acho a escrita do Azimov bem fácil e dinâmica, por isso me surpreendi quando me senti perdido nesse livro aqui.
Sei que o Asimov foi um gênio e vou continuar lendo seus livros. Esse só não funcionou pra mim. Uma pena.

jordanpessanha1 30/12/2021

Melhor leitura do ano! Obra simplesmente perfeita!
A Trilogia da Fundação é conhecida por ser uma das bases para a ficção científica como conhecemos hoje, e de cara já dá para notar vários de seus elementos em obras posteriores a ela, como por exemplo Star Wars.

A história gira em torno de Hari Seldon, o homem que criou a Psico-história: ciência que mistura sociologia e cálculos matemáticos, com o objetivo de prever o rumo das grandes massas sociais, sendo está incapaz de prever as ações de apenas um ou poucos indivíduos.

Através dessas previsões, Seldon afirma que o Império Galáctico está em um inevitável declínio, que resultará em seu fim e em um período de 30 mil anos de trevas e barbárie por toda a galáxia.

Seldon então diz que o fim do Império é realmente inevitável, mas que esse período de trevas pode ser encurtado consideravelmente.

Ele propõe então que, com a ajuda das mentes mais brilhantes do planeta, seja criada a Enciclopédia Galáctica: está reuniria todo o conhecimento da humanidade, com o objetivo desta servir de base para o reerguer da sociedade, na criação de um Segundo Império. Reduzindo assim os 30 mil anos de trevas para apenas mil.

O Império concorda com essa solução, mas impõe que Seldon e seus Enciclopedistas trabalhem nisso exilados no mais extremo da galáxia, longe de Trantor: planeta localizado no centro da galáxia, capital do Império

Seldon aceita e cria duas Fundações, uma conhecida por todos, em um planeta no mais extremo da galáxia chamado Terminus, e a outra no extremo oposto, mas em uma localização desconhecida

Falo com tranquilidade que essa não é apenas a melhor leitura que fiz nesse ano, mas também uma das melhores obras que tive o prazer de conhecer em toda a minha vida!

Isaac Asimov é simplesmente genial! Um ser com uma mente brilhante, como poucas! Provavelmente vai se tornar meu autor favorito!

Logo de início me apaixonei por sua escrita que, além de super fluída é também muito acessível, trazendo de uma maneira bem entendível temas que geralmente são vistos como difíceis de se assimilar - principalmente a ficção científica e a política - não deixando em momento algum a leitura se tornar uma experiência maçante ou arrastada, graças a sua escrita que é simplesmente excelente!

Esse foi o meu primeiro contato com uma obra do Asimov, e já estou doido para ler mais. Ainda bem que ele foi um autor muito produtivo, deixando uma quantidade absurda de livros publicados - para a minha alegria e a de muitos!

Recomendo veementemente essa obra! Foi uma experiência maravilhosa, que merece demais uma releitura, em um futuro não tão distante.

Diego Lima 08/09/2021

você se preocupa com o futuro daqui 200 anos?
A história é uma fantasia com ficção cientifica e muita política e ocorre quase no ano doze mil, onde os seres humanos não habitam mais o planeta terra, muito menos sabem sua localização - é feita uma menção sobre o terceiro planeta próximo ao sol em determinado momento.

O enredo começa quando um cientista chamado Hari Seldon, através da pisco-história, uma ciência a qual mescla sociologia, matemática e história utilizada para prever possíveis acontecimentos, começa anunciar que o Império, atual sustentáculo da humanidade, irá cair dentro de aproximadamente trezentos anos e passará por uma barbárie que durará milhares de séculos, destruindo todo o conhecimento descoberto pelo homens ao longos de sua trajetória.

Toda essa possível notícia da queda do império deixa os superiores preocupados, não com a ruína, mas com o impacto sobre os subordinados. Com isso, a trama vai se desenvolvendo de uma forma muito fluída e nos fazendo querer saber o que irá acontecer com a humanidade, e, principalmente, se Seldon estava certo em seus cálculos, e se ele poderá amenizar os danos das guerras.

Apesar de ter gostado muito do personagem Hari Seldon, e de toda sua dialética e lógica, o livro um percorre duzentos anos, ou seja, vamos ter vários personagens importantes aparecendo durante os anos, não tendo como se apegar somente a um protagonista, e cada personalidade terá um impacto no qual fará os cálculos de Seldon cada vez mais se tornarem acertados. Recomendo demais a leitura desse livro, e pretendo continuar lendo a trilogia.

Lista de Livros 07/02/2024

Lista de Livros: Trilogia da Fundação, de Isaac Asimov
Fundação (01) - Fundação:

“- O senhor não considera sua declaração como sendo desleal?
- Não, senhor. A verdade científica está além de lealdade e deslealdade.”
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“Não há mérito em disciplina sob circunstâncias ideais. Ou eu a tenho em face da morte, ou ela é inútil.”
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Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2023/09/fundacao-de-isaac-issamov.html


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Fundação (02) - Fundação e Império:

“O ponto essencial em correr um risco é que os lucros o justifiquem.”
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“Ela balançou a cabeça: – Ele é tão estranho.
– Ele mexe com seu instinto materno, Bay, é o que ele faz. Um dia teremos um filho e aí você esquecerá Magnífico.
Bayta respondeu das profundezas de seu sanduíche:
– Ocorre-me que você é tudo o que meu instinto materno pode suportar.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2023/11/fundacao-02-fundacao-e-imperio-de-isaac.html


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Fundação (03) - Segunda Fundação:

“– Onde a história se preocupa principalmente com as personalidades, os esboços podem ser tanto positivos quanto negativos, de acordo com os interesses do escritor.”
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“Não valia a pena pedir para que ela esquecesse o acontecido. Em relação ao inimigo, “esquecer” era uma palavra sem sentido; e o conselho ajudava a tornar o assunto mais importante, tendo, assim, o efeito contrário.”
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“O encanto do poder nunca desaparece completamente.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2024/01/fundacao-03-segunda-fundacao-de-isaac.html

Michela Wakami 13/09/2023

Deixou a desejar.
Eu amo livros de ficção científica, peguei esse com expectativas altíssimas e sai um tanto frustrada.
Não é um livro ruim, mas na minha opinião não é tudo que falam.

Já vou engatar o segundo na sequência, torcendo para experiência ser melhor.

mpettrus 29/09/2021

Uma obra-prima da ficção científica e fantasia do século XX
Fundação é um romance clássico da ficção científica do século XX, escrita pelas mãos do escritor Isaac Asimov. É o primeiro volume de uma trilogia que começou a ser escrita na década de 1950. Em 1966, foi eleita a melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos. O primeiro volume da série foi composto por cinco contos.

Os contos que compõem o primeiro livro da trilogia são: os psico-historiadores, Os enciclopedistas, Os prefeitos, Os comerciantes e Os Príncipes Mercadores. A história se passa no espaço, no início do declínio do Império Galáctico que tem 12.000 anos. Esse declínio, porém, não é perceptível para a imensa maioria da população. Entretanto, o matemático Hari Seldon desenvolveu uma nova área de conhecimento chamada de psico-história, prevendo esse declínio, programado para acontecer em 300 anos durando 30.000 anos, ao que ele diz que é o tempo que a humanidade intergaláctica ficará mergulhada nas trevas e barbárie por toda a galáxia. No entanto, o cientista desenvolve um plano afim de reduzir o período das trevas em apenas um único milênio e, para isso, cria a Fundação.

O que me pareceu interessante aqui é que Asimov faz uma clara referência à Idade Média, considerada por muitos como um período das trevas e que durou mil anos. Embora diversos historiadores tenham se empenhado em mostrar que houveram inovações técnicas em variadas áreas e produções culturais diversas, no senso comum, o período ainda é visto como uma época estagnada e até de retrocesso.

O grupo de cientistas à frente da Fundação muda-se para o planeta Terminus, na periferia da galáxia, para então começar seu trabalho. Hari Seldon, que não viveria para ver o nascimento da sua obra-prima, providencia gravações holográficas, que ficariam armazenadas em um Cofre do Tempo em Terminus para consultas pontuais em momentos de crises, com instruções de como lidar com elas.

Mesmo sendo uma obra de ficção de científica e fantasia, o romance de Asimov não trata só de viagens espaciais, tecnologias futuristas ou gênios da ciência, mas fala sobre a natureza humana em si e sua flexibilidade, ou a falta dela, em lidar com grandes e imprevisíveis mudanças à frente. Um assunto que me chamou a atenção nesse romance e muito bem abordado pelo autor, talvez por ele ser, além de escritor, mas também um cientista, tendo concluído seu mestrado em química em 1941 e PhD em bioquímica, em 1948, foi a questão da energia nuclear.

Nos contos, ela é o diferencial de Terminus em relação aos outros planetas. A energia nuclear era amplamente usada no Império Galáctico, mas com o declínio do império veio também a decadência da ciência e a volta das técnicas bárbaras de energia química. Asimov insere nesse ponto personagens fortes à frente de decisões políticas que podem mudar todo o futuro da humanidade. Levanta debates sobre conflitos éticos, políticos e sociais interessantes nos deixando totalmente submersos no universo de Fundação.

Questões como autoritarismo e manipulação são justificadas em nome do bem maior. Seus líderes são guiados pelos próprios princípios da ciência, visando progresso e neutralidade, mas surgem como subprodutos a plutocracia e autoritarismo.

A estrutura do livro é de uma fix-up novel, uma novela construída através da união de várias histórias menores, sendo composto de cinco partes e cada parte funcionando por si só nos contando um acontecimento marcante na história da fundação. Logo, saiba que o personagem principal do romance é a Fundação. Porque os personagens vão mudando já que esses contos cobrem aproximadamente 200 anos de história. Não existe um protagonista que vai lutar contra as adversidades e derrotar o vilão. A própria história da Fundação é que está sendo discutida, ou seja, para a Fundação, as personagens são apenas passageiros, grãos de areia em uma história que perpassa gerações.

O texto é narrado em terceira pessoa e é bastante fluido, sendo composta por diálogos, o que geralmente fornece bastante dinamismo na história. E mesmo sem lançar mão de extensas descrições, Asimov consegue nos transportar para os ambientes e cenários criados por ele de forma muito fácil, sendo, para mim, um dos melhores exemplos de “Show, don’t tell”. É um livro em que todos os aspectos contribuem para criar o cenário certo na sua mente e dar o tom exato da história.

A narrativa é fluída chegando a ser veloz em alguns momentos, que quando nos damos conta, já está acontecendo um evento Seldon (ou crise Seldon) e somos atirados adiante. Para mim isso foi importante para não tornar a história maçante.

No mais, é preciso pontuar aqui que ler Fundação sem entender todo o contexto histórico em que foi escrito, por exemplo início da década de 1950, sem ter um mínimo de conhecimento da própria biografia de Asimov, por exemplo que ele era cientista e comunista, é perder toda a magia que essa obra-prima da literatura mundial nos deixou como legado de uma das melhores e maiores criações da ficção científica e fantasia que a mente humana foi capaz de inventar.

Rômulo 16/07/2022

Classico Atemporal
Classico atemporal que cativa nas primeiras paginas. Muitos novos autores nao conseguem desenvolver tao bem uma estória quanto Asimov. Os diálogos sao excelentes e muito gostosos de ler. Recomendo muito pra quem ama ficção científica.

@tigloko 08/01/2023

"A violência é o último refúgio do incompetente"
Sempre fico impressionado com o uso de política, economia, religião nos livros do autor. Só que aqui parece estar condensado o que tem de melhor. Como acompanhamos centenas de anos através da história, vemos o uso desses aspectos como instrumentos para controlar as massas. Tudo para proteger a Fundação, local para preservar o conhecimento humano, em especial o conhecimento cientifico, proposto por Seldon ao Império Galáctico para minimizar (não extinguir) a queda inevitável. Simplesmente fiquei fascinado em como ele usou religião e comercio nesse livro. É genial. Se minha cabeça já explodiu aqui, imagina nos próximos.

A frase principal do livro ("A violência é o último refúgio do incompetente") descreve perfeitamente como os personagens tentam ultrapassar as crises previstas por Seldon. Já que a todo momento na história temos eles articulando para evitar os conflitos por meio de estratégias políticas. E aí que entra o atrativo dos livros do autor. Se fosse escrito por outro menos habilidoso, seria uma leitura cansativa, parada, sem nada acontecer. Mas Asimov é mestre em envolver nos diálogos e prender nas tramas políticas. Tudo isso transportado para o cenário da ficção-cientifica, que só potencializa a grandeza da história tanto em escala quanto em desenvolvimento do universo em si.

Fiquei um pouco decepcionado por não ter muito de Hari Seldon nesse primeiro livro. Sei que existem os prelúdios, mas por se tratar do primeiro volume esperava conhecer mais do criador da psico-história. Quem sabe nos próximos. No geral os personagens não são interessantes. Apesar de Salvor Hardin e Hober Mallow terem papel fundamental (no mesmo nível de Seldon ou até mais) ao longo dos séculos para aguentarem a crise, são personagens esquecíveis.

Outro ponto que me incomodou foi que, apesar de gostar da ideia se passarem várias décadas durante o livro já que esse é a grande atrativo dessa serie, em algumas partes na metade tiveram saltos repentinos na história. Não tendo o devido tempo para se situar no que estava acontecendo. Somente na metade, depois o livro segue em um ritmo mais ordenado.

Mas sem dúvida é um livro divertidíssimo. Não poderia ter começado de forma melhor essa saga. Ansioso para o que vem a seguir.