Laura Finesso 31/07/2020"A violência é o último refúgio do incompetente"
Em uma humanidade distante de nós por milhares de anos, o cientista Hari Seldon prevê a queda do grande Império Galáctico - intacto há séculos e supostamente invencível - e a perda de todo o conhecimento acumulado durante todo esse tempo. Para remediar a barbárie que virá e se estenderá durante 30 mil anos após a queda inevitável do império, ele cria a Fundação, com o objetivo de fazer uma grande enciclopédia com todos os conhecimentos da humanidade. Com cientistas isolados na periferia da galáxia, Hari Seldon prevera tudo: os movimentos de massa, ascenção e queda de diversos governos. Porém, ele não poderia prever as ações individuais, que mudam o rumo de tudo.
A escrita, de início, me foi estranha por ser diferente das quais estou acostumada; porém depois de algumas páginas, já havia me acostumado. O Asimov tem um jeito muito único de conduzir a história, com intervalos de anos entre alguns capítulos e personagens únicos que logo se tornam passado, tornando impossível prever o que irá acontecer.
O que mais me encantou e me deixou hipnotizada nessa leitura foram os jogos de política e a maestria de Asimov ao retratá-los. Foi como se ele nos conduzisse em uma dança entre a política, o mercado, a religião e a ciência… bastava um passo para transpor os limites, o que só nos mostra como tais linhas entre eles são tênues. Esses conceitos se alternam entre os três livros para ditar os rumos da Fundação e da galáxia por meio da manipulação do povo - e nesse momento, concluo que a Fundação é um incrível ensaio sobre a história da humanidade, ainda mais quando inspirado na ascensão e queda do Império Romano.
Dos três, o segundo foi meu favorito pelo seu ritmo incessante e frenético, pela surpresa que tive no final (inclusive, foi favoritado). Porém o terceiro deu uma bela conclusão para essa trilogia, e não podia esperar algo melhor.
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