Krisley 04/03/2017
O livro apresenta uma pesquisa gigantesca e muito bem referenciada, abordando inúmeros assuntos do período de 1939-45. Não é um livro voltado para a questão militar ou uma narrativa das etapas da guerra, apesar delas obviamente estarem presentes.
A atenção e o nível de detalhamento dado aos assuntos variam bruscamente. Apesar de ser um livro gigante é ao mesmo tempo bem resumido, onde os únicos assuntos que recebem um maior aprofundamento são os relacionados aos judeus: a perseguição, migrações forçadas, criação e destruição dos campos de concentração e extermínio, experimentos, assassinatos, tortura, além de mostrar individualmente como vários países trataram os judeus (França, Romênia, Hungria, Polônia, Itália, entre outros). Vários assuntos importantes não tiveram destaque ou foram meramente mencionados em alguns parágrafos ou pouco mais de uma página, por exemplo: a conferência de Wannsee, o assassinato de Reinhard Heydrich e o Dia D.
Em alguns momentos o texto se torna repetitivo, como no trecho de menos de 25 páginas onde há 4 transcrições integrais da “profecia” de Hitler sobre o extermínio dos judeus em caso de guerra. Além disso, há várias afirmações que se repetem em um intervalo de uma ou duas páginas.
As estatísticas são essenciais para um melhor entendimento de certos aspectos da história, principalmente em questões econômicas e saldo de batalhas, mas o autor várias vezes as usam para contar a história e não para apoiá-la, jogando uma enxurrada de números no leitor e dando o assunto por encerrado.
Os comentários/análise de fim de capítulo e do fim do livro são muito simplórios, não sendo mais que um resumo superficial que nada acrescentam ao assunto discutido.
Caracterizar Arthur Harris como “um oficial enérgico e determinado” é um eufemismo sem tamanho para descrever alguém que não sem motivos tem o apelido de “açougueiro Harris”.
Um alto número de linhas do texto ao serem justificadas ficaram praticamente sem espaços entre as palavras, dificultando a leitura. Há também vários erros de digitação, apesar de não serem frequentes o suficiente para atrapalhar a leitura (li a versão capa dura, que suponho ser a 1ª edição, 1ª impressão).
Quem já está acostumado a ler sobre o tema não encontrará muita novidade, e ao mesmo tempo não acho que o livro seja recomendado como leitura introdutória, uma vez que o autor não diferencia a importância dos eventos.