Saleitura 07/08/2012
Será que é esse o futuro que queremos para os nossos filhos?”
É esta a pergunta que Roberto Shinyashiki tenta responder ao longo de Pais e Filhos Companheiros de Viagem: uma educação para a felicidade. E adianto que ele consegue fazê-lo de forma magistral. E não só as dicas que auxiliarão na educação do(s) filho(s), mas também de percebermos como a nossa relação com os nossos pais vivos ou já falecidos é de suma importância neste processo.
Ser pai ou mãe (de verdade) é um dos maiores desafios que existem na vida, e não há fórmulas mágicas, sei disso na prática. É uma vida que nos foi confiada e é nossa responsabilidade fazermos o nosso melhor para conduzir este(a) companheiro(a) de viagem para um bom caminho. Entretanto, nenhum de nós, está realmente preparado para este processo. Mesmo aqueles que acreditem nisso. Contudo, ao mesmo tempo, as recompensas são gigantescas. E é isso que Shinyashiki nos informa magistralmente nas páginas do livro: que nós (pais e filhos) somos humanos, que erramos, mas que tentamos fazer o nosso melhor e que podemos aproveitar este processo plenamente e se o fizermos não nos arrependeremos.
No decorrer das 176 páginas, o autor nos mostra que devemos ajudar nosso filho a realizar sua própria vocação existencial e não enquadrá-lo em um projeto de vida que queremos que o cumpra, através de 25 atitudes que fazem pais e mães melhores, com sugestões para lidarmos com as questões difíceis. Amando nosso filho como ele é, e não como queríamos que fosse, descobrindo neste processo o que é verdadeiramente importante.
Entretanto, o leitor dirá, “mas eu sei tudo isso, não preciso ler isso”. Eu também pensava assim, mas lendo o livro me surpreendi com aspectos bons e negativos em relação a mim mesmo. Felizmente vi que já realizava a maior parte das indicações do livro, porém também percebi alguns elementos que fazia e que podiam ser sim modificados e já comecei este processo.
Como Shinyashiki faz ao longo do livro, lembrando passagens de sua vida ou de outros pensadores, deixarei uma para aqueles que acham que sabem tudo e que não aprenderão nada com este livro:
Nan-In, um mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), recebeu um professor de universidade que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas.
Nan-In, enquanto isso, serviu o chá. Ele encheu completamente a xícara de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda.
O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse:
"Está muito cheio. Não cabe mais chá!"
"Como esta xícara," Nan-in disse: “você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como posso eu lhe demonstrar o Zen sem você primeiro esvaziar sua xícara?"
Então “esvazie a sua xícara” e você não se arrependerá com as indicações dadas por Shinyashiki. Eu não me arrependi.
Resenha feita por Marcelo Daltro
Link postagem Saleta de Leitura
http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2012/08/resenha-do-livro-pais-e-filhos.html