Ju 08/11/2019
Audaciosa, mas nem tanto...
Inicialmente gostei do perfil da mocinha Sarala: audaciosa, sem frescurinhas de lady, esperta, inteligente a ponto de passar a perna em Shay, o segundo na linha de sucessão dos poderosos Griffin, que a subestima ao vê-la e se encanta á primeira vista num jantar da alta sociedade.
Achei legal também ela ser diferente das tradicionais ladies inglesas: bronzeada, sotaque indiano puxado, alma livre, mas o que incomodou foi a todo momento ela ser descrita como "exótica" por ser diferente dos padrões ingleses, um termo um tanto quanto preconceituoso por se tratar de alguém de um biotipo e cultura diferente.
Sarala sabe que justamente por isso é vista com reserva na alta sociedade- até agora não entendi se ela nasceu na Índia ou cresceu lá-, especialmente se tratando da poderosíssima e ultra tradicional família Griffin. Sebastian, o duque, claro já fica de olho no casal, que obviamente ele desaprova. Achei-o chato e arrogante nessas partes do livro, na hora lembrei do casal real Meghan Marklan e o príncipe Harry, imagino o quanto ela ainda deve passar por ser considerada tão fora dos padrões da realeza...
Mas, a mocinha guarda um segredo e a partir daí, apesar dela manter sua firmeza de caráter e índole, sinceramente, acho que ela enfraqueceu, porque passou a depender de toda a família de Shay pra que a coisa não viesse á tona, pareceu que ela sempre seria lembrada pelo segredo, que a qualquer momento o duque relembraria do erro dela no estilo "eu avisei, não avisei?!", e essa coisa do duque ( quase) sempre estar certo é mesmo irritante, mas ele carrega um peso enorme dada a sua posição social, até entendo... Mas ficou a impressão de que contra a vontade mesmo eles tiveram que aceitar a família dela, e foi mais que óbvio que não engole a mãe da Sarala...
Resumindo, o modo como as coisas se acertaram não me convenceu; a trama com os chineses que surgem e tem a ver com a mocinha ter passado a perna nele também foi dispensável ( e pra quem se julga bom negociante, Shay, a meu ver, só teve prejuízo, entrou numa furada ( ainda tendo que contar com o irmão pra livrá-lo e ainda meter o príncipe da Inglaterra no furdunço a ponto de quase causar um incidente diplomático, ou seja, foi salvo pelo irmão no fim de tudo!), a forma como tudo aparentemente se resolveu não foi nada convincente.
Agora, pretendo ler o último livro, o do duque, e estou ansiosa pra saber que mulher vai fazê-lo ser menos chato e formal, mas pelo que já li nas resenhas do tal livro, esperavam mais da tal mulher, o que é uma pena, pois o último livro bem que poderia ser o melhor de todos...