Moderato Cantabile

Moderato Cantabile Marguerite Duras




Resenhas - Moderato Cantabile


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Samara 13/01/2024

Uma literatura opaca
Isso é literatura. Foi o que fiquei pensando enquanto relia "Moderato Cantabile", da Marguerite Duras. Não sei por que pensei nisso, tem a ver com um certo jeito enigmático dos personagens.
O livro conta a história de Anne Desbaresdes, mulher que assiste à aula de piano do seu filho com amor e ternura pelo menino desobediente. É nesse momento que ouvem um grito: uma mulher foi morta por seu amante.
No dia seguinte, Anne Desbaresdes vai ao café onde a mulher morreu para descobrir o que houve e, acompanhada de vinho, conversa com um homem a respeito dos amantes daquela história trágica. A cada dia, eles se encontram, bebem, imaginam a narrativa passada, a cada página nós acompanhamos, buscando entender o que Anne e Chauvin (mais tarde descobrimos o nome do homem) estão verdadeiramente sentindo, pensando. Eles estão mesmo imaginando a história de estranhos ou falam de si mesmos? Ou ambas as coisas?
Somos observadores assim como a narradora, assim como a dona do café, da história de Anne, e tentamos preencher lacunas assim como ela procura entender o percurso da mulher que morreu e seu amante.
A literatura que eu gosto é a literatura que me faz pensar, que invoca minha participação na construção da história, pois nem tudo está exposto. Uma literatura opaca. Uma literatura que se descobre (levanta uma camada de cobertura) a cada releitura.
Acho exagero dizer que uma literatura descoberta, transparente, revelada, não seja literatura, mas não é a que eu procuro, nem na escrita, nem na leitura. Duras nunca decepciona. ?

#leiamulheres #resenhadelivro #literaturafrancesa #margueriteduras
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Yasmin O. 19/08/2023

Esse é um livro cheio de subentendidos e silêncios, com uma personagem levemente embriagada, uma leitora levemente embriagada (no caso, eu) e uma autora possivelmente levemente embriagada, levando-se em conta o teor um tanto quanto autobiográfico do livro, como depreendemos do prefácio.

Uma narrativa que pode até ser moderada e cantante na superfície, quando começamos a leitura, desavisados, mas é intensa e estridente no âmago, o que se evidencia cada vez mais conforme a superfície vai ruindo.

É uma história relativamente prosaica, envolvendo desejo, sofrimento psíquico e um desespero por transgredir as convenções, nas quais a personagem parece se afogar. Mas a Duras consegue nos transportar para o cenário de uma cidade industrial à beira-mar a ponto de nos fazer sentir os cheiros, sons, texturas, sensações e sentimentos, a embriaguez (alcóolica e não alcóolica) e o sufocamento da personagem, até o vento marítimo chegou aqui, que escrita notável. Em alguns momentos a narrativa se desloca de um acontecimento e personagem para outro em poucas linhas de uma forma tão natural, evoca toda uma musicalidade, até me trouxe à lembranca o livro As ondas da Virginia Woolf nesse aspecto.

Eu evito usar essa palavra, mas é uma experiência ler esse livro. Tocou por aqui. Recomendo muito.
Samara 13/01/2024minha estante
Eu amei que todo mundo da embriagado ? eu nunca leio enquanto bebo. Talvez devesse, porque Duras pede rs


Samara 13/01/2024minha estante
Tá*




carlineeeee 13/04/2023

(leitura p faculdade)
Tive que ler pra um ccr da faculdade e amanhã é a discussão, não sei muito o que achei ainda kkkk espero ter minhas dúvidas esclarecidas logo
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Fernanda.syski 19/01/2023

Do implícito ao silêncio
Uma mulher e seu filho, uma cidade à beira-mar, um jardim, um crime, aulas de piano, taças de vinho, um café? e algumas perguntas sem respostas. É isso, outras coisas, que encontramos nesse livro de Duras.
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Thais CardBeg 28/10/2022

Moderado e cantante
É uma escrita sutil e seca. Ela canta. Os gestos são moderados mas ecoam rudemente em meu corpo. Escuto sonatas de Diabelli enquanto leio. Ate mesto o instrumental do The Cure, com The Kiss. Tudo incerto, e mais do que certo, tornando-se erro. Por não consguir. Deve-se ler repetidas vezes sem pensar nas lacunas, o intuito não é preenche-las. Não se deve fazê-lo, jamais. A morte simbólica de Anne é mais sentida que da moça que fez originar o encontro deste casal. Deve-se ler muitas vezes.
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jkdornelles 01/08/2013

...
um arcabouço de sutilezas, construído como a obra prima de um vaso chinês. faz muito sentido e não explica nada. apenas amor e morte enquadrados.
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