spoiler visualizarMandi 11/01/2022
O segundo livro de Filhos do Éden foi uma leitura bastante lenta. Não à toa eu comecei em 2020 e fui terminar só em 2022, fazendo várias pausas para ler outras obras. Embora tão bem escrito quanto qualquer outro do mesmo autor, o livro não consegue prender e se assemelha muito com uma "pausa" ou, se preferir, um "parênteses" de mais de 500 páginas para relatar a vida passada de um dos protagonistas da trilogia, abrindo espaço a cada três ou quatro capítulos para mostrar brevemente (em não mais que três páginas) um pouco da jornada de Kaira e seus outros dois companheiros nos dias atuais. Com isso a leitura acaba ficando cansativa, repetitiva e desmotivada, e o incentivo que encontrei para continuar foi a curiosidade de saber se afinal Denyel voltaria a se reunir com seu grupo após os acontecimentos finais do primeiro livro.
A falta de carisma dos personagens não contribuiu para o avanço da leitura, e o destaque dado a alguns deles me incomodou por contrastar demais com a quase inércia de outros que poderiam ter sido melhor explorados pela trama. Consegui me divertir em pouquíssimas partes, e isso eu atribuo à mente afiadíssima do autor e a seu humor sarcástico e debochado, que resgata certas passagens no "timming" perfeito. Por outro lado, se demora demais em parágrafos que parecem retirados de livros didáticos, com o objetivo de contextualizar historicamente ou geograficamente o leitor, mas retomando tantas vezes certas informações que parece partir do preceito de que o leitor não tem sequer formação de ensino fundamental e desconhece fatos históricos; em outros momentos o esforço de nos transportar a alguns lugares (como Londres, Paris e etc) é tanto que o tiro sai pela culatra, passando a impressão de termos aberto um guia turístico.
Resumindo, ler "Anjos da Morte", foi como assistir um interminável filme de guerra estadunidense (suponha que "Pearl Harbor" ou "Dunkirk" tivesse mais de 6 horas de duração e você terá uma noção da experiência).