spoiler visualizarBano 10/11/2012
Estreia promissora! Para ser lido em algumas horas.
Este livro superou minhas melhores expectativas. Amei, foi um dos melhores que já li. Muito bem escrito e um conteúdo de alto nível que, acredito, poderá ajudar muitas pessoas a superarem suas dificuldades.
O mais impressionante foi a coragem que a autora teve de se expor de forma tão clara — e são raros os escritores que possuem essa coragem. Como por exemplo revelar que sofreu assédio sexual de um vizinho. Como a autora não entrou em detalhes, apenas citou o caso numa única linha e no parágrafo seguinte prosseguiu contando sobre sua infância pobre, suponho que isso não foi muito marcante, ou então foi profundamente traumático que preferiu não esmiuçar.
Não entendo nada de psicanálise e ao ler um livro onde mais de 90% de seu conteúdo é sobre esse assunto, então suponho que a leitura deveria ser enfadonha. Porém, não foi isso que ocorreu. Amei suas 149 páginas (queria que tivesse 800 páginas ou mais). Só o fato de eu ter decidido ler o livro em algumas horas já é uma prova cabal de que adorei a leitura. Contudo — como sempre gosto de ser franco —, esperava ler mais sobre as experiências de Fátima Alves com projeção da consciência.
Quando leio um livro costumo, usando um lápis ou caneta, ir sublinhando as passagens que considero mais importantes. Na página 28 fiz isso quando Fátima salienta o quanto é importante um casal ser honesto e carinhoso um com o outro, e não um relacionamento onde impera o ciúme, traição e cobranças.
Durante a leitura fui percebendo o quanto é forte a influência do amigo psicanalista Moisés Esagüi. Refiro-me ao uso de algumas palavras que já conheço porque Moisés costuma usá-las muito.
O capítulo intitulado "Das portas do paraíso ao inferno, sem escala" é um dos mais longos e possivelmente o mais importante, onde Fátima Alves discorre sobre assédio espiritual.
Outro tema que penso ser muito importante é sobre julgar os outros. Não sabemos nada, sequer conhecemos nossa própria história e mesmo assim nos atrevemos a julgar outrem. Assunto do ótimo capítulo "A agressividade na projeção astral".
Não sei se foi algo intencional ou não, mas gostei de ela ter incluído algumas passagens engraçadas de sua vida. Bom humor é algo que considero essencial. Talvez o mais divertido tenha sido os encontros que Fátima teve com os japoneses no Canadá. O capítulo seguinte, em que ela conta suas dificuldades em dirigir carro, também achei divertido. No final do capítulo sublinhei com a caneta este pensamento: "Enfrentar os desafios e vencer os medos é libertador e extremamente compensador".
Também é ótimo saber que Fátima Alves está conseguindo superar suas dificuldades e traumas — que não são poucos —, e que tenha conseguido compreender e perdoar seus pais.
Também achei interessante ela revelar sua necessidade de seduzir os homens. Na verdade, é principalmente engraçado, visto que nunca notei isso nela nas poucas vezes em que conversamos através da internet. Ah, vou confessar: certa vez, numa conversa de longas horas que tive com ela, fui eu quem brincou com essa história de sedução: fingi que queria casar com ela. Talvez meu papel não tenha sido de homem maduro, porém "aquele que nunca cometeu pecado que atire a primeira pedra".
Arrisco afirmar que neste seu primeiro livro Fátima Alves Silva pode não ter contado tudo e, se eu estiver certo, considero isso perfeitamente compreensível.
Gostei de saber que o livro foi impresso com papel reciclado e com tinta à base de soja.
Parabéns, Fátima! Creio que não sou o único a desejar que seu segundo livro não demore a surgir.
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