Pelos olhos de Maisie

Pelos olhos de Maisie Henry James




Resenhas - Pelos olhos de Maisie


24 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Mawkitas 28/09/2023

Esse livro foi escrito em 1897. 1897. Poderia ter sido escrito ontem, em 2023 mesmo, pois a história da criança que passa a ser um objeto para uso dos pais divorciados com a intencionalidade de irritar, causar ciúmes enfim, se vingar do ex-cônjuge, essa história é atualíssima. Os danos desse tipo de arranjo são enormes para um sujeito que depende dos cuidados dos adultos e que ainda está se constituindo.

Alguns leitores desse livro concluem que Maisie não sabia era nada. Eu concluí outra coisa: na minha opinião Maise não entendia muito o que estava acontecendo em boa parte do tempo, mas soube desde muito cedo o que era a solidão.

Não posso recomendar suficientemente esse livro, mas faço uma ressalva: não vai agradar muita gente. É todo escrito à partir do ponto de vista de uma criança a quem ninguém preserva de assuntos que deveriam ser reservados aos adultos. Então pode ser uma leitura bem confusa pra quem não tem hábito de textos cheios de entrelinhas e ideias e fatos que devem ser depreendidos à partir de uma série de detalhes. O leitor precisa inferir bastante coisa. E nenhum adulto presta nesse livro. Nenhum.
Bruna Pedrosa 29/09/2023minha estante
Imagino o esforço do autor para tornar tudo tão verosímil do ponto de vista de uma criança. Quanta sensibilidade!


Mawkitas 01/10/2023minha estante
Ele faz isso de forma impressionante!


Vania.Cristina 16/11/2023minha estante
To de olho nesse livro também. Gosto de A outra volta do Parafuso, que já li duas vezes, mas não li mais nada do autor.


Mawkitas 19/11/2023minha estante
Eu li A Volta do Parafuso há alguns anos e gostei bastante dele também. Os dois livros são tão diferentes em temática e ritmo que eu não diria que foram escritos pelo mesmo autor. Talvez eu simplesmente precise reler A Volta do Parafuso pra ver se continuo com essa impressão.




otxjunior 08/08/2013

Pelos Olhos de Maisie, Henry James
Enquanto lia Pelos Olhos de Maisie, numa edição caprichada da Penguin Companhia cheia de informações sobre o autor e a obra, tive um relacionamento de amor e ódio com o livro. Ficava dias sem ler, mas quando começava não conseguia largar. Posso tentar explicar essa reação com o incômodo que as situações absurdas da narrativa me proporcionava: Maisie, nossa heroína infante, era envolvida nos jogos mais sórdidos do mundo dos adultos que ela naturalmente pouco conhecia.
Seus pais e suas mães (pois é!) praticamente forçam a garotinha a agir como uma adulta porque eles próprios vivem e se relacionam como crianças. Além do tema inesperadamente desagradável, a prosa de Henry James é de uma sofisticação que beira a incoerência (o que é justificável já que a construção da trama condiz com o universo de uma criança). Em alguns momentos me irritava ter que ler a mesma sentença ao menos dez vezes e ainda assim não conseguir extrair um mínimo de sentido. Em outros, quando a perspicácia e a fina ironia do autor eram devidamente compreendidas, confesso que eram momentos intelectualmente prazerosos. No entanto aqueles trechos frustantes de tentativa e erro foram escasseando no decorrer da obra. Acostumei-me ao ritmo do escritor de forma que, a partir de um certo ponto, praticamente não consegui parar de ler até concluir esta coming-of-age story, que parte dos danos que pais divorciados podem causar a uma criança. Uma questão tão relevante em 2013 como foi em 1897.
Arsenio Meira 03/10/2013minha estante
Excelente resenha. Senti a mesma sensação, um misto de alento e desalento, durante a leitura e seus intervalos. Não é um romance fácil, mas é excelente, e como você bem notou, sem prazo algum de validade.


Ronnie K. 14/12/2014minha estante
Eu simplesmente considero o Henry James o melhor escritor da Literatura Moderna (claro que ele é moderníssimo), amo sua narrativas e seu estilo. Já leu dele Os espólios de Poynton, Júnior? É uma pérola.


otxjunior 31/12/2014minha estante
Ainda não, Ronnie. Valeu a dica.




Roberta 18/10/2012

Um clássico
A obra insere-se no tipo "tratado sobre o tema", fugindo, um pouco e à primeira vista, do conceito de obra literária prazerosa; a leitura demora para fluir, embora tenha trechos engraçados, de ironia fina; as 100 páginas finais (na edição da Penguin-Companhia a história tem 355) são bem gostosas, pois produzem o efeito de deixar o leitor em suspense para o que vai acontecer.

É completamente diferente de outra famosíssima obra do Henry James, A outra volta do parafuso, essa sim altamente "literária"; What Maisie knew está muito mais para um realismo à francesa, à Flaubert, uma escrita que se propõe a investigar um tema com lupa (investigação psicológica, no caso).

É o tipo de leitura que embora requeira persistência, que não seja só prazerosa, é tão bem construída que causa a sensação de que "vai ficar" em nosso repertório cultural para sempre, que vai formar uma referência.
Vale a leitura.
Ronnie K. 14/12/2014minha estante
Mestre! Dos meus 5 escritores preferidos de todos os tempos!




Fefa 19/11/2018

Depois de ler Reparação, do Ian McEwan, pela primeira vez, láaaa em 2013, vi alguns comentários sobre semelhanças que ele partilhava com outro livro: Pelos Olhos de Maisie, de Henry James. Tendo favoritado o romance do Ian, o fato da comparação estar presente no texto de orelha também alimentou meu interesse em explorar esta outra obra. E foi com a vontade de fazer uma releitura de Reparação que decidi conhecer Maisie e quem sabe dar um lugarzinho pra ela no coração.

Bem... infelizmente, a realidade ficou aquém da expectativa.

Pelos Olhos de Maisie desenvolve a infância da menina até seu fim, através de um narrador intruso, que esmiúça os pensamentos da criança a partir de sua limitada apreensão de mundo. Tudo o que o leitor sabe é o que Maisie sabe e apesar disso restringir o panorama do que, de fato, acontece, também é um prato cheio para deixar a narrativa na zona da insinuação, onde acabamos por absorver um pouco mais do que a própria protagonista que, em sua inocência, deixa passar despercebido. Achei esse recurso muito interessante e estratégico em dados momentos; noutros, deixou a história vaga e confusa.

O romance começa com a disputa dos pais pela guarda da filha. Maisie tem apenas seis anos e, definido o acordo, é forçada a alternar seis meses de sua vida com cada um. Um trecho que define brilhantemente a essência da trama neste ponto é: "...o único vínculo que a unia a cada um de seus pais era o fato lamentável de ser ela um veículo fácil para o rancor deles (...). Queriam-na não pelo bem que pudessem fazer a ela, mas pelo mal que, com a ajuda inconsciente dela, cada um poderia fazer ao outro." Esse egoísmo sujo que transforma a garota num joguete para nutrir suas vinganças pessoais deixou a crítica da época chocada, ainda mais quando, pasmem!, o objetivo do ex-casal passa a ser o de NÃO ficar com ela. Se a falta de escrúpulos e de amor pela filha ainda é um ponto de impacto para nós, imagina em 1897, quando a obra foi publicada pela primeira vez!

Somada a essa reviravolta, os pais de Maisie se casam novamente e os padrastos dela acabam se apaixonando e virando amantes. A menina continua nesse fogo cruzado, num conflito de egos que ascendem nela a necessidade de estar sempre atenta a seu redor, traduzindo ao máximo e do seu jeito os gestos e falas dos adultos.

Através desse drama familiar, tocando em temas delicados como alienação parental, abandono do lar e relacionamentos promíscuos, James questiona ao leitor até onde um criança deve saber e o quanto um ambiente hostil é capaz de corromper tão tenra alma e afetar seu senso moral.

Se não fosse sua escrita tão prolixa e rebuscada, talvez a história tivesse se desenvolvido melhor. No começo, eu sentia um ímpeto forte em continuar lendo, senti-me envolvida e curiosa pelo que haveria de acontecer, mas tudo foi perdendo o brilho e a leitura se deu arrastada, até mesmo nos anexos dessa edição da Penguin-Companhia, que traz resenhas publicadas na época, comentários do próprio autor e outros textos adicionais.

Terminei a obra com a sensação de que perdi o momento limite que me faria adorá-la, mas também não fiquei com vontade de fazer uma segunda leitura para tentar encontrar esse ponto.
Elba Regina 12/01/2024minha estante
Achei perfeita a sua resenha. Também li por conta de Reparação e tive, exatamente, a mesma impressão que você. Poderia ter dado muito certo, uma pena que não foi o que aconteceu.




Cinara... 29/07/2023

" Sua mãe nunca mais vai manifestar qualquer interesse por você; para ela, você é como uma empregada que ela despediu por ter se portado mal"

Não importa qual século a pessoa esteja seja 1800 até 2020 e tantos, Henry James provando que às vezes a pessoa é mais feliz sendo filho de uma chocadeira do que de uma mulher que nunca quis ser mãe ou despreparada para tal atividade.
A escrita é cheia de floreios, sem eles o livro teria 150 páginas, às vezes fica bem cansativa. Mas aborda bem o tema de pais irresponsáveis.
Clea.Wanderley 06/05/2024minha estante
Esse foi um dos raríssimos livros de que eu gostei menos do que do filme.




Luiz 23/11/2021

O que Maisie sabia
Sinceramente, começamos o livro e terminamos sabendo de uma coisa: Maisie não sabia de nada. Dói um pouco ver a menina, com pais separados, indo de um para o outro como uma peteca. E os pais? E os padrastos? Nem bons nem ruins. Simplesmente deploráveis. Só lendo para compreender esse retrato vívido do ser humano.
Silvana (@delivroemlivro) 25/01/2022minha estante
Também sou do time "Maisie não sabia de nada". Essa sapiência é atribuída a ela pelos adultos que a usam como subterfúgio, como uma espécie de alivio para as suas consciências.




Thiago275 04/03/2024

Interessante, mas não é fácil de ler
Henry James não é um autor fácil. Sua escrita é intrincada e cheia de interrupções. Porém, se você gosta de tramas com personagens complexos (embora desprezíveis em sua maioria), talvez Pelos Olhos de Maise funcione pra você.

Publicado em 1897, o livro trata de um tema bastante atual: a alienação parental. Maisie tem 6 anos no início da história e, após o divórcio de seus pais, é decidido que ela ficará 6 meses com cada um deles.

Porém, quando está com o pai, ela não é poupada dos piores adjetivos com relação à sua mãe. E quando está com a mãe, só ouve coisas horríveis sobre o pai. Eles se casam de novo, e o fato de agora ter uma madrasta e um padrasto - que eventualmente vão virar amantes - apenas deixa as coisas ainda mais difíceis.

Até mesmo a boa Sra. Wix, a governanta que cuida de Maisie, apesar de ser a pessoa que mais ama a menina, também é problemática. Um dos primeiros assuntos que ela acha razoável compartilhar com a criança de 6 anos é a filha morta.

Conforme a história vai se desenvolvendo (de um modo não tão agradável e fluido) é difícil não sentir mais e mais pena de Maisie, vítima de chantagem emocional, confidências não recomendáveis e abandono sentimental. Só queremos abraçá-la e tirá-la daquele ambiente.

Por fim, é importante notar que o título original do romance é "What Maisie Knew", ou seja, "O que Maisie Sabia". Para os adultos à sua volta, ela não sabia nada. Eles falavam sobre ela em sua presença como se ela não estivesse ali, ou como se não fosse entender o que estava sendo dito. Mas Maisie sabia de muita coisa, e principalmente, sabia que tinha que fingir que não sabia de nada. Quantas crianças não são obrigadas, ainda hoje, a viver assim?
comentários(0)comente



Gláucia 19/10/2014

Pelos Olhos de Maisie - Henry James
O livro se inicia com o processo de divórcio dos pais da pequena Maisie, cuja guarda será compartilhada pelos dois a cada seis meses. O que menos importa para eles é preservar a criança de um clima de ódio e sentimento de vingança e ela passa a ser um joguete em suas mãos, sendo usada como intermediária para ferir um ao outro.
H.James vai nos narrando a situação sob a perspectiva da menina, que tem um olhar conciliador e desejoso de um lar estável, independentemente de quem seja o tutor.
Outros personagens vão aparecendo: padrasto (sir Claude), madrasta (nova sra Beale), governanta (sra Wix) e todos, em maior ou menor grau, usam a criança a fim de conseguirem seus objetivos, de forma consciente ou não. Gera uma certa tensão e o tempo todo tentava adivinhar quais os verdadeiros interesses e sentimentos por trás das atitudes de cada um para com ela.
Cruel e até a última linha não sabia qual seria o destino da garotinha. O final foi brilhante.
A narrativa de James não é tão rápida pois todas as ações são meio que sugeridas. Ainda assim não achei monótono. Só não consegui captar o senso de humor do autor, uma das resenhas dessa edição diz estar presente em vários momentos. Quem sabe em minha próxima leitura do autor...

site: https://www.youtube.com/watch?v=h0b8nSMSoHw
comentários(0)comente



Vanessa Vieira 08/03/2015

Pelos Olhos de Maisie_Henry James
O livro Pelos Olhos de Maisie, clássico inglês de Henry James, escrito em 1897 parcialmente, tal como um folhetim, nos traz uma história permeada por um drama familiar e que, apesar de ter sido confeccionada há tanto tempo atrás, se mostra o panorama atual de muitos lares modernos. O enredo nos detalha os dramas enfrentados por filhos de pais separados, que passam a ter duas famílias e são obrigados a conviverem com isso, muitas vezes, das formas mais sofríveis possível. O autor se inspirou em um relato real para compor o enredo e conseguiu detalhar com afinco e precisão os sentimentos de sua protagonista, nos sensibilizando ao longo da obra.

Maisie, uma doce e inteligente criança, acaba se tornando um verdadeiro joguete nas mãos de seus pais, separados. Por determinação da justiça, os dois mantém a guarda compartilhada da menina, ficando com ela por um período de seis meses, alternadamente. Durante cada um destes semestres, a garota vai sendo envenenada pelos seus progenitores, que a usam apenas como um modo de ferir e irritar um ao outro. Diante desta batalha feroz e desprovida de sentimentos e afeto, Maisie passa a adquirir uma forma própria de enxergar o mundo, tendo a sua inocente e cândida infância maculada pelo egocentrismo alheio.

Pelos Olhos de Maisie nos traz o retrato quase que fiel de muitas famílias que passam pelo divórcio e apenas usam os filhos como modo de punir um ao outro, sem se preocuparem com o bem-estar físico, emocional e mental de seus pupilos. A separação é, em muitas das vezes, a melhor opção para o casal, porém eles não devem se esquecer de seus filhos ou, pior ainda, usá-los como estratagema em prol de seus desejos egoístas. Apesar do rompimento, o ambiente e a atmosfera ao redor devem ser propícias para o crescimento saudável de seus filhos, que não possuem culpa alguma pelos erros cometidos pelo casal. Narrado em terceira pessoa de forma bastante descritiva e com um certo toque irônico, Henry James retratou o drama de uma garotinha que acaba sendo apunhalada por aqueles que deveriam fazer de tudo para protegê-la e se vê no centro de uma grande guerra entre os sexos, sendo bombardeada com infâmias e uma série de queixas que jamais deveriam fazer parte de seu universo infantil.

Maisie é uma garota inteligente e extremamente amorosa. É absurdo e chocante o modo como ela é tratada pelos pais, e por conseguinte, por seus atuais cônjuges e o que mais nos aflige é saber que não se trata de um caso isolado, apesar da época em que a história foi escrita. Seu único consolo e amparo está na governanta Wix que, mesmo não tendo muito a oferecer, faz de tudo para que a infância da menina seja melhor e, ao seu modo, procura atenuar um pouco do sofrimento que os pais lhe incutem. Claude, o segundo marido de sua mãe, é um sujeito de bom coração e que se compadece da atual situação de Maisie mas, ao mesmo tempo, não tem fibra o suficiente para lidar com isso. Quando a esposa o deixa e pensamos que ele realmente vai ter atitude, ela acaba se envolvendo com a madrasta de Maisie, senhora Beale - uma mulher medíocre e petulante -, que passa a exercer um domínio quase que total sobre ele, o manipulando tal como um fantoche. Enquanto isso, Maisie continua sofrendo e sendo jogada de um lado para o outro, nos despertando aquela vontade de entrar dentro da história e abraçá-la, ampará-la.

Em síntese, Pelos Olhos de Maisie é uma obra profunda e tangível que nos revela o sofrimento de uma garotinha que presencia o desmoronamento de seu lar e acaba sendo friamente atingida por seus danos colaterais. Seus pais só se preocupam com si próprios, abandonando cruelmente uma inocente criança em meio a uma situação completamente movediça. Em 2014 foi feita uma adaptação cinematográfica contemporânea do livro, com os atores Onata Aprile, Julianne Moore e Alexander Skarsgard (Eric, de True Blood) no elenco e que foi bastante aclamada pela crítica. A capa é simples, com um retrato em aquarela de Maisie e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2015/03/resenha-pelos-olhos-de-maisie-henry.html
comentários(0)comente



Dany 17/04/2017

Pelos Olhos de Maisie
Fiquei tão empolgada com o começo à leitura, estava gostando muito, na metade o livro ficou tão arrastado que deixei ele de lado um bom tempo, depois retornei e confesso que foi uma luta grande terminar de ler ele. Não pelo fato da história ser ruim, mas a linguagem foi um dos fatores que dificultaram a minha leitura.

A história é sobre Maisie, ou melhor, sobre a visão que a pequena tem com relação a separação dos pais. A passagem de sua inocência, as descobertas e o despertar dela para o mundo e as verdadeiras intensões das pessoas que a cerca.

É bastante interessante tendo em vista que esse assunto é pouco tratado com relação aos sentimentos e a percepção que os filhos têm da separação dos pais. A época em que se passa a história, o comportamento dos personagens, os costumes tudo isso é interessante na história. Está edição além de ter a história, ainda tem alguns extras, como por exemplo: uma introdução, recomendado pra quem já leu a obra, uma cronologia de Henry James, cinco resenhas que são mais ou menos do tempo em que o livro foi lançado e comentários abordando e explicando melhor a obra.

site: http://recolhendopalavras.blogspot.com.br/2016/12/li-mas-nao-resenhei-02.html
comentários(0)comente



Gabi 17/04/2019

terminei porra
comentários(0)comente



Maria Clara 09/07/2020

Depois de ler A Outra Volta do Parafuso, H. James ganhou um lugar entre meus autores preferidos. Saí a procura de outras obras suas e foi assim que cheguei a ler Pelos Olhos de Maisie. Ao contrário da primeira, que foi muito fluída e manteve meu interesse em todos os momentos, essa foi arrastada em alguns pontos e causou uma certa frustração. Depois de ler os texto de apoio e relatos do próprio James sobre a obra (que estão na edição da Penguin), eu pude entender mais o seu objetivo e, assim, concluí a leitura com um balanço positivo.
Então minha dica é: leiam os textos anexos e comentários! Se não se importam com spoilers, leiam antes, se isso os incomoda, quando (e se) chegarem num ponto em que desanimarem, pausem o texto principal e leiam os citados acima.
A obra aborda os aspectos do divórcio, mas muito mais que isso, as transformações e naturezas dos sentimentos, o amor que vira o ódio (se é que realmente o sentimento foi amor e se foi, foi amor pela pessoa ou por uma representação/ideia? ou pelo que ela agrega à sua imagem?), o orgulho... Também aborda o amadurecimento forçado dos filhos (no caso, Maisie) que ficam como à deriva no processo de separação, ora arrastados por uma corrente, ora por outra.
(obs.: nem todos os casos são assim, muitas vezes pode ser um processo pacífico e/ou amigável, mas o livro aborda os de caráter conturbado)
comentários(0)comente



Michele.Matos 21/08/2020

Pela perspectiva do abandono
O livro mostra a separação e o abandono através da perspectiva de uma criança.
comentários(0)comente



Julinho 17/11/2020

O que Maisie sabia?
"Pelos olhos de Maisie" é um livro de difícil leitura, pois contém personagens e uma história por vezes esgarços, pouco nítidos - muitas vezes o que é contado pelos "olhos", pela perspectiva de uma criança não faz sentido (pelo menos na concepção racional do que consideremos 'sentido'.
Tanto em relação a temática, é um livro muito afrente do seu tempo (alienação parental derivado de um processo de divórcio, um tema tão comum no século XX, era tabu no século XIX), quanto ao tratamento o dado - era incomum, uma afronta tratar crianças não como anjos, mas como seres densos; não era comum tratar tratar-las com individualidade e sem nenhuma espécie de moralismo didático.
comentários(0)comente



24 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR