A identidade

A identidade Milan Kundera




Resenhas - A Identidade


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Keila.Dantas 05/01/2021

Resenha sem muitos spoilers.
A identidade foi a primeira obra que li de Milan Kundera, essa obra é um pouco diferente das que eu estava acostumada a ler e talvez por isso tive um pouco de dificuldade para entender a parte final do livro. No entanto, após algumas releituras e algumas pesquisas, eu pude entender a parte final do livro.

Essa obra apresenta a história amorosa de Chantal e Jean-Mark, um casal com problemas e profissões diferentes, mas que se encontram em um determinado momento da narrativa e se apaixonam perdidamente um pelo outro. Milan Kundera explora inúmeras questões relacionadas a relacionamentos amorosos através dos personagens de sua obra, o autor traz para a narrativa problemas, pensamentos, inseguranças e ações que todos os seres humanos lidam todos os dias de uma forma leve.

Chantal é uma mulher independente que possui um bom emprego e que não precisa de ninguém para sustentá-la. Já Jean-Mark é totalmente o oposto de Chantal, ele depende da esposa para viver e não tem um emprego muito bom. No começo da narrativa, o autor já começa a explorar questões que incomodam os dois personagens, primeiro as inseguranças da personagem feminina são apresentadas, depois as inseguranças do personagem masculino. Ao decorrer da narrativa o escritor mostra ao leitor como as personalidades ou identidades dos personagens podem mudar facilmente dependendo das suas vontades, inseguranças e pensamentos.

Após alguns conflitos entre Chantal e Jean-Mark, a narrativa começa a mudar para algo irreal, ou seja, o escritor mistura realidade, fantasia e sonhos de um dos personagens. Isso pode causar uma estranheza por parte do leitor, uma vez que pode ser um pouco complicado para entender o final do livro. No entanto, o objetivo do escritor é fazer com que seus leitores reflitam sobre a parte final da obra e com isso cheguem a uma conclusão sobre ela.

Apesar do livro ser curto e a leitura se tornar rápida por conta disso, o enredo é muito bom e os personagens são bem desenvolvidos. A leitura prende o leitor, principalmente, na parte final. Milan Kundera consegue discutir vários assuntos importantes em uma obra curta e com personagens bem elaborados. Para quem procura obras intrigantes que os fazem questionar comportamentos e situações comuns presentes na nossa sociedade essa é a obra perfeita.
saramabela 21/01/2021minha estante
Excelente, Keila!


Keila.Dantas 22/01/2021minha estante
Thank u?




Luana 16/08/2020

Sobre aquilo que queremos mostrar
Como sempre, Kundera não decepciona. A narrativa cativante, profunda nos faz refletir sobre o que queremos mostrar de nós mesmos para os outros e sobre aquilo que guardamos em nosso íntimo e que ninguém deve ter acesso, só se nós permitirmos. O que escondemos? Até que ponto nos conhecemos?
Sensacional, Kundera continua sendo um dos meus autores prediletos.

E a releitura foi maravilhosa ?
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Lilica Britto 06/08/2021

Surpreendente
Milan Kundera surpreende com essa leitura que por detrás de um romance tão profundo e verdadeiro entre Chantal e Jean Marc vem os pensamentos de medos, fantasias, desejos e nostalgias. Mais uma leitura para uma reflexão pessoal.
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Lisa 05/12/2021

A Insustentável falta de sabor
Que homem chato é o Milan Kundera, me lembra o Raskolnikov do Dostoievski. O Rodia que se acha um ser superior, um grande pensador que se sobressai sobre todos os outros, que possui profundidade quando na verdade é tão raso, chato e ordinário no sentido mais básico da palavra quanto o ser inferior que despreza. Não há nada de original em sua prosa,não entendo o apelo. Seus questionamentos são interessantes, mas não saem da superfície, não se desenvolvem e se tornam insignificantes. Sua prosa psicanalítica não é nova, é rasa, genérica, insossa, e embora não seja fã da mesma, pode ser usada com maestria na literatura tal como o fez o Zweig e Schnitzler.
Sua construção de personagem é fraca, sempre o mesmo tipo de homens e mulheres imaturos, dependentes emocionais, irresponsáveis afetivos, com visões de grandeza de um self distorcido, afogando-se num mar que mais é uma poça. Em A Identidade Chantal e Jean Marc tem um fio potencial de construção de personagem que não é alimentada, quase como se o Kundera não fosse capaz de fazer nada além de tocar o pé na agua.
Seu conceito é ainda básico e tedioso, um erotismo velho e decadente. Ora erotiza a tudo com glamour, ora erotiza de um feto a um bocejo. Repelindo ou exaltando-a, ostenta como carro-chefe em suas histórias e isso não é uma critica, em seu caso contudo, tampouco é um elogio. E ainda que a demanda vivida pelos seus personagens sejam reais e relacionaveis, a superficialidade a torna esquecível, irrelevante, a atenção durando o tempo do virar de uma página, sendo obliterada após fechado o livro. Tal como aquele sujeito que para do seu lado no ônibus ou na fila do banco, narra toda sua miscelânea de problema, você não se interessa, não se compadece, não se importa, mas não há nada que possa fazer a não ser ouvir e então esquecer.
Sim, eu não admiro o autor. Mas é o Milan Kundera ruim? Não, acho o insosso até pra isso. Na conjuntura do escrever, ele o consegue fazer, mas lhe falta algo, para mim. Não me inspira ódio, nem piedade, menos ainda empolgação e esse pra mim é o seu crime. Uma leitura que não me toca em nada. É puramente irrisória. Eu posso lidar com o odio, afinal esse também é uma paixão, mas me desculpem, nunca com o insípido.
Alê | @alexandrejjr 15/04/2022minha estante
Lisa, o desejo, o sonho, o limite entre realidade e irrealidade, o erotismo (sempre exagerado, de acordo) e a questão da identidade que estampa a capa não te despertaram nenhuma reflexão após a leitura?


Lisa 15/04/2022minha estante
Como eu disse Alê, ele levanta demandas reais e relacionáveis, ou seja, que a maioria consegue se ver, mas sempre limitadas a níveis superficiais. Ele poderia ir longe e raramente o vai. A mim não me agrada msm. ??


Alê | @alexandrejjr 15/04/2022minha estante
Pois é, eu li ela todinha - muito bem escrita, aliás -, mas não consigo achar na tua resenha o que torna o livro "superficial". A maneira como ele trata o ciúme e o desejo através da personagem Jean-Marc é fantástica! Por quê? Justamente porque ele mostra esse essa necessidade grotesca da maioria dos homens de "possuir" uma mulher, que é uma crítica explícita do livro a esse comportamento, inclusive. E mais: o conteúdo das cartas, o jogo de perseguição que Jean-Marc faz com Chantal não poderia ser mais atual num mundo pós-revelações do Me Too. Na resenha que eu fiz lá no longínquo 2020, eu até relaciono essa novela do Kundera a um filme do Stanley Kubrick chamado "De olhos bem fechados". Já visse? Acho que as duas obras conversam bem e se completam, de certa maneira. Bom, sei que o estilo do Kundera não agrada todo mundo - como todo o livro, claro - e que hoje em dia ele está "ultrapassado", digamos assim, mas não consigo achar esse um livro "insosso". É um livro de camadas. É o livro melhor executado dele? Definitivamente não, mas não acho ele desprezível também. Enfim, Lisa, como gostei de ver uma opinião diferente sobre o livro, quis abrir uma discussão franca sobre as nossas diferentes experiências (uma das belezas da literatura!!) e espero não ser mal interpretado! ?


Lisa 16/04/2022minha estante
Sem riscos de ser mal interpretado aqui, Alê. Essa é a coisa com a arte, não é mesmo?! Cada um lê e a sente de maneiras diferentes, eis a beleza, nunca brigarei por isso. Fico feliz que tenha sido uma experiência boa para você. E concordo com as camadas e pontos que você traz, mas as obras do Kundera não *me* tocam mesmo (esse foi o terceiro que li dele, todos enfrento o mesmo dilema), acho o insosso, mas felizmente tem sabor pra vc e tantos outros. ?




Joy 30/09/2023

Um casal. Duas pessoas que precisam lidar com os próprios fantasmas, receios e a passagem do tempo. Falta de comunicação. Esse foi o primeiro contato que tive com a escrita de Milan Kundera e a experiência não me desagradou, porém foi um pouco incômoda. Uma parte minha queria que Chantal e Jean Marc pudessem conversar verdadeiramente, mas eles sempre se perdiam nas próprias suposições. Talvez isso tenha me incomodado por ser real, por acontecer com todos em algum momento. As pessoas sentem e pensam de formas diferentes, se desencontram mesmo quando se amam e então, o que fazer?
O final do livro me pareceu um tanto corrido, não frenético. Corrido. Gosto de imaginar como as coisas se desenrolaram, mas preferia que o narrador tivesse fornecido um pouco mais de informações sobre como eles se reencontraram e já que não o fez, não posso evitar me perguntar, será que eles realmente se reencontraram? Será que o amor continuou?
No geral, achei esse livro interessante, porém senti falta desses detalhes.
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Grifo no Kindle 02/08/2020

Irreal no real
Narrativa dividida entre um casal. Em meio a crise de identidade de Chantal o autor brinca com o leitor nos fazendo questionar o quanto de real há e o quanto é inventado-sonho- delírio
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*Si* 12/07/2020

Sobre envelhecer
Uma leitura rápida, fluida e com a marca de Kundera. Tudo de bom!!!
Chantal, uma bela mulher, durante um passeio na praia se descobre num mundo onde os homens perderam o encanto erótico. E percebe que eles já não se viram para olhar para ela. E quando declara ao marido, a frase os homens já não se viram para me olhar, ela desperta um questionamento nele, onde está o meu desejo para ela? É o começo de um jogo entre eles onde mergulham de tal forma que correm o risco de perderem a sua identidade.
Uma trama instigante, com toda reflexão sobre o ser humano e suas nuances, a marca do autor, que nos leva a um final enigmático.
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bardo 01/04/2023

Ler Kundera costuma ser sempre um prazer, são poucos os escritores que conseguem dizer tanto com tão poucos elementos e enredos relativamente simples. Por meio de seu apreço em maximizar algum pequeno ato, quase nos remetendo a uma epifania, o autor aqui nos conduz por uma dramédia com matizes de um pesadelo.
De um comentário aparentemente frívolo de Chantal e da absoluta incompreensão de Jean-Marc somos enredados numa trama onde o autor brinca com a ideia de masculino e feminino e com a absoluta incompreensão entre os gêneros. Porém, os gêneros aqui ou antes os papeis “atribuídos” a eles estão trocados.
Se por um lado Chantal se vê as voltas com uma condição marcadamente feminina (condição essa nunca nomeada, mas insinuada pelo autor) suas atitudes remetem a um pretenso ideal masculino da ação. Jean-Marc por outro lado é o frágil da relação, ao mesmo tempo que tenta, em vão colocar-se no papel de protetor, com consequências desastrosas.
É preciso ter em mente de que é um livro de 1997, é preciso paciência com o autor para ideias que hoje talvez consideremos “ultrapassadas”. Entretanto, basta um passeio rápido pelos discursos nas redes, para perceber que a despeito de nos acharmos muito evoluídos diversos preconceitos e papéis de gênero ainda são esperados.
Através desses elementos Kundera nos guia numa “comédia dos erros” que vai se tornando cada vez mais claustrofóbica para nós leitores. Como temos acesso aos pensamentos mais íntimos dos personagens, sua incapacidade de comunicação e mesmo de se conhecer a si mesmos nos é desesperadora. Aos poucos a identidade e mesmo a realidade vai tomando contornos imprevisíveis, culminando num final inesperado e ligeiramente indeterminado.
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Elis 30/12/2022

Real ou sonho?
Relacionamentos fluidos, indecisão do que é real ou sonho, um livro com uma marca bem nítida da forma de escrita do Milan Kundera. A personagem Chantal percebe que os homens não olham mais para ela com tanta admiração e embarca em um mundo de pensamentos, ideias, aventuras e alucinações. Muito bom.
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J^! 11/05/2023

Sensacional!
Uma coleção de questionamentos/pensamentos/reflexões que foram ficcionalizados da forma mais simples e complexa possíveis.
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Cynthia 26/11/2011

Identidade?
Sou, e sempre serei, suspeita a falar sobre qualquer livro do Milan Kundera. De longe um dos meus escritores estrangeiros favoritos, e olha que sempre preferi literatura brasileira, principalmente aqueles que a gente estuda no ensino médio: Machado de Assis, Lima Barreto, Raul Pompéia, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e, claro, jamais poderia me esquecer da inspiradora e introspectiva Clarice Lispector.

Mas esse é um escritor que merece atenção. Autor também de um livro cujo título é bastante conhecido, A insustentável leveza de ser, e de outro que gosto muito, A valsa dos adeuses, Kundera, original da Tchecoslováquia, é um dos poucos escritores homens que já li que conseguem descrever e incorporar a personalidade de suas personagens femininas de uma forma que eu quase me vejo como uma delas e me apaixono a cada palavra. Não que essa seja a real função da Literatura, mas, querendo ou não, vemos um pouco de nós e do mundo que nos rodeia em tudo o que lemos, assistimos e presenciamos.

É justamente essa intimidade do imaginário feminino que está estampada nas páginas de A identidade. Um livro fino, de poucas páginas, fácil de ler. Não diria tão fácil quanto à forma de escrever as palavras, as expressões e os períodos, mas fácil pela fluidez das ideias e da forma como você consegue se entrosar com a leitura. É uma leitura gostosa, cujo trabalho com o psicológico te faz entrar no mix de ideias e pensamentos de uma mulher já não tão jovem e, nos seu próprio consciente, nem sempre mais tão atraente. Chantal (personagem principal) se encontra no que chamaríamos de "crise de identidade". Começa a se perguntar porque os homens já não a vêem como antes e também se questiona sobre a vida que têm levado ao lado do homem que a ama. Suas dúvidas, seus anseios e o seu desejo de se descobrir enquanto mulher e de explorar sua atração tornam cada instante vivido por ela uma curiosidade doce e também um pouco do que nós mesmas cultivamos por dentro. Chantal se joga de cabeça nas suas dúvidas e nas suas próprias curiosidades: em um momento em que já não acreditava mais no seu poder de sedução, uma pequena chama de egocentria e autoestima se acende ao receber cartas de um admirador anônimo. Quem seria esse admirador? Como essa admiração mexe com ela? Seria capaz de deixar seu relacionamento estável, monogâmico e socialmente aceito com Jean-Marc para buscar esse admirador? Aliás, mais do que apenas correspondências e promessas de uma admiração verdadeira: é uma busca por sua personalidade, quem ela realmente é, como realmente se sente e pensa. Apesar de toda essa reviravolta de conceitos, a história, as reflexões e as conclusões intrigantes sobre a vida e a personalidade, nada mais são do que uma tentativa de alcançar a proposta do próprio título: uma identidade.
Ju Ribeiro 22/01/2013minha estante
Tentativa malograda, ainda bem!!
Acho que no final o que se encontra são várias identidades, sejam as do observador imaginário, sejam as de Chantal ou as de Jean-marc.
Cada um com seu duplo: o "outro" fruto de nossa mais pura idealização, e o "outro", de fato, em sua essência. Kundera é genial!!




Hevilla.Brito 30/05/2024

Diferente
Se fosse para resumir em uma palavra, seria Diferente!

Você passa o livro quase todo achando que é uma coisa e quando chega no utimo capítulo, você fica, tipo OI?

A coisa chata foi que ao chegar no final, não conseguir identificar onde foi o corte entre a realidade e a ilusão!
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Drezza 11/01/2013

Ótima leitura!
Mais uma vez Milan Kundera me surpreende com a sua visão singular sobre relacionamentos. Seja na amizade, entre mãe e filho ou no relacionamento a dois. Uma visão que inicialmente choca e pertuba, porque no final você mesmo a vê como verdade. E essa que a é beleza dos seus textos, quando compreende as suas metáforas poéticas e a reconhece na vida real.
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