Resenhas - Kindred

Nicoli 23/03/2024

Surreal de bom
Por mtas vezes eu evitei essa leitura por achar que seria sofrida/tediosa por ser um livro mais antigo, mas quando finalmente decidi ler, foi incrível, uma escrita surreal, é super fluído, dá vontade de ler o tempo todo. As personalidades dos personagens são tão bem construídas que eu facilmente conseguia visualizar tudo o que eles faziam e falavam, parecia tudo tão real, era quase como assistir um filme. A personagem principal foi super sagaz, diversas vezes, muito corajosa e super coerente. Os personagens coadjuvantes todos tiveram personalidades distintas, profundas, bem estabelecidas, não senti que nenhum deles estivesse ali só pra encher linguiça. Sobre o Rufus, eu só consigo pensar no quanto a Octavia teve que ser mestre na hora de escrever sobre ele, vey, que loucura, a conjectura, a dimensão desse personagem, foi fantástico. O único ponto negativo para mim, se é que se pode ser chamado dessa forma, é que eu ficava super super nervosa com as situações que a Dana passava, eu ficava apreensiva de tal forma que me deixava mal de vdd, fazendo caretas enquanto lia e segurando a respiração sem perceber, pensando nas centenas de coisas ruins q poderiam acontecer com ela, mas, no final, como qualquer livro, deu tudo certo, e que sabor, sabe??? recomendo demais.

Karol.Paniago 18/02/2024

Imersivo
A escritora cumpre a proposta do livro com maestria, providenciando um oposição ao que muitos pensam que a escravidão não era tao ruim. A autora demonstrar a protagonista em um tempo no passado onde a protagonista é uma mulher negra indo para um período de escravidão. Um livro que não recomendo para pessoas sensíveis, mas sim para pessoas que desejar ter um ponto de vista diferente do que só a mísera opinião.

Cacau 04/01/2024

Pesado
Acho que foi o livro mais pesado que eu li. O começo é bem calmo mas chega um ponto que as coisas vão só piorando e você fica ansioso pra ver como vai acabar, desse modo até consegui ler mais rápido. Mas ao mesmo tempo as situações que acontece são muito pesadas e o pior é que são reais pois aconteceu no passado da mesma forma ou pior. E ver o contraponto de duas pessoas do "presente" lidando mesmo que em situação diversas por uma ser branca e outra negra mostra que qualquer pessoa do presente não conseguiria se dar bem nessa época tendo privilégios ou não. E até a Dana que mesmo tendo poucos privilégios em relação a outros escravos passou por momentos em que questionou se ela mesmo tava perdendo a humanidade e essência dela. Muito louco tudo isso, mas gostei de ler, me fez refletir muito.

lmjstxrm0 18/10/2023

Kindred
"Better to stay alive," I said. "At least while there's a chance to get free." I thought of the sleeping pills in my bag and wondered just how great a hypocrite I was. It was so easy to advise other people to live with their pain."

Helena Laís 10/10/2023

"The ease seemed so frightening (...) how easily people could be trained to accept slavery."

Se alguém falar que o livro de viagem no tempo perfeito não existe eu taco uma cópia física desse na testa da pessoa.

A escrita da Octavia é maravilhosa, contemporânea, por vários momentos eu me esquecia que não era um livro escrito nos anos 2010.

Os personagens são profundos, as questões raciais retratadas são super importantes e necessárias. A história é cativante e você não quer largar o livro nem por um segundo.

É aquela história que te deixa segurando a respiração enquanto lê. É um desconforto necessário. Octavia é genial.

Indy 11/07/2023

Uma leitura marcante e muito dolorida. Mas extremamente necessária. Me surpreendi em diversos pontos da história e senti a agonia, tristeza, desespero do período de escravidão nos EUA antes da guerra civil.

Dana é uma personagem incrível, forte, determinada e com um coração gigante. Ela tentou ver o bem até onde não tinha. Suas viagens no tempo foram marcantes e agoniantes.

Mas nos traz a reflexão diária e necessária sobre racismo, preconceito, feminismo, objetificação do corpo feminino, ciúmes, amor doentio. E como uma realidade molda as pessoas de maneira que normaliza tantos discursos de ódio e de supremacia.

Me marcou muito mesmo. É uma história muito triste e desesperadora. Não foi uma leitura tranquila. Mas é preciso fazê-la.

Giselle 29/05/2023

Vale a leitura!
Primeiro livro que leio da autora e espero que os outros sejam iguais. Em nenhum momento entediante, em muitos assustador e doloroso pois, com Dana, podemos imaginar bem como era o século IX.

jessybrasil 21/02/2023

Ok, o livro termina tão abrupto e tão violento que é até difícil de organizar os pensamentos, mas se eu demorar pra fazer essa resenha, vou acabar esquecendo. kindred é um livro tão cheio de camadas que é difícil saber por onde começar. desde sua importância quanto a não só ser uma obra protagonizada por uma personagem negra, mas também como a autora pega essa ideia de viagem no tempo para revisitar a escravidão nos EUA. dito isso, devo concordar com a clara sobre como alguns personagens simplesmente não são muito lineares. se no começo eu entendia a dualidade de Dana quanto a Rufus, a dificuldade entre ver o homem adulto e violento e a criança curiosa que ele foi, pro final do livro isso simplesmente já não faz mais sentido. a todo momento Dana fica arranjando desculpas e mais desculpas pro comportamento de Rufus e não dá mais pra engolir. faz muito mais sentido o ódio de Alice do que a compaixão de Dana. Kevin também é um que sofre dessa inconstância. infelizmente isso me tirava muito da história. como posso gostar da Dana se ela fica perdoando tudo o que Rufus faz? como posso torcer por Kevin e Dana se Kevin as vezes age como se o trauma dele fosse maior do que o de Dana? mas enfim né kkkkkkk tudo isso pra dizer que vale sim a pena ler, eu juro

Letícia Lemos 18/01/2023

Inquietante
Esse livro é daquelas que prende você da primeira a última página. É impossível não se colocar na pele da protagonista, independente da cor da pele de quem está lendo. Dá muita aflição ver a Dana e as outras pessoas sofrendo com a escravidão, principalmente por saber que isso não só é a reconstrução de um passado cruel, como também a lembrança de que existem escravos ainda nos dias de hoje. Recomendo que leiam quando estiverem bem, com a mente tranquila, pois esse livro é de revirar o estômago. A escrita é simplesmente impecável.

claradebolacha 17/01/2023

Acho que esperava mais
Acho que entrei com muita expectativa nesse livro e acho que ele tem partes boas, mas na maioria do tempo eu só achei que todo mundo eram pessoas horríveis e não consegui muito me apegar a ninguém. Os personagens as vezes eram muito contraditórios, mudavam de ideia e comportamento do nada, como a Dama falando direto que não confiava e que não devia chamar o médico e depois poucas páginas depois ela dizia pra chamar o médico e isso aconteceu mais de uma vez. Também me deu desgosto ela estar praticamente em um relacionamento abusivo com o Rufus e mesmo assim dar justificativa e defender ele a todo momento. O final foi meio confuso, mas sei lá o que esperava também depois de uma quase cena dela considerando um incesto com o ancestral, só pra matar ele depois, sendo que ela mesmo diz que ele não parece querer machucar ela. Tem uma cena de quase suicídio, uma de suicídio e uma consideração de suicídio e simplesmente é isso. Eu gosto de histórias de viagens no tempo, acho que uma que trate de um ponto de vista de uma pessoa negra nos EUA escravocrata é interessantíssima, mas acho que poderia ser melhor.

Iago 21/08/2022

"You think you're white but you're not"
A frase de Rufus Weylin na obra de Octavia E. Butler resume o racismo de forma surreal. Ainda que a frase seja de uma pessoa do século XIX, sendo um branco criado em uma sociedade escravocrata, ela demonstra como as situações de alocação da pessoa negra em papéis de subserviência na sociedade são marcantes... Butler usa do sul escravocrata estadunidense para demonstrar como o racismo é atemporal. Os chicotes usados pela família Weylin, ainda que não mais físicos (em sua maioria), estão presentes e flagelam a população negra ainda no século XXI, assim como flagelava no século XX, período de criação da obra. Em suma, é fenomenal para compreender o período e de suma importância para formação intelectual do indivíduo contemporâneo.

bendtherules 27/07/2022

bem construido & impossivel de largar
esse livro foi incrível, sério. a octavia usou de elementos que eu nunca tinha visto antes para criar essa história, o que tornou ela ainda mais incrível e única. a mesma mostra elementos muito dolorosos e dificeis de ler, e tem situações que nos fazem pensar muito sobre o mundo antigo e o atual (e suas diferenças). enfim, foi uma ótima leitura e com toda certeza lerei outros livros da autora

Lauren 11/07/2022

O livro foi muito bom, me prendi muito ao livro, mas também foi uma experiência angustiante e muito tensa, com momentos em que só queria entrar no livros e ajudar todo mundo.
Queria ter entendido um pouco melhor do motivo das viagens, e acompanhado um pouco mais da vida dela depois de ter voltado.

vahh 14/04/2022

Que final foi este?
Aiii q droga, sabe quando um livro tem de tudo pra ser bom? Pqp Dana, poderia ter sido uma personagem fodona mas não cara, primeiro tem a coisa de viagem no tempo q eu até achei legal mas pensando bem era meio ridículo ? enfim ela está presa a esta pessoa do passado q ela é chamada toda vez quando ele (Rufus) esta morrendo, sim o livro tem escravidão e Dana como uma personagem negra acaba sofrendo pq ela volta no tempo pra salvar este [*****] desse Rufus q é um imbecil e só faz merda!

Enfim ela poderia ter ajudado mais os escravos, poderia ter sido um livro mais heroico sei lá só acho q foi tudo mto rápido e daí no final q foi uma ***, a autora deixou a desejar muitooo!

Acho q sou a única escrevendo uma resenha de q não achou o livro lá aqlas coisas ? mas aí to nem ai! Dei 3 estrelas mas nem merece isso tudo não!

Stella 14/09/2021

Terminei o livro há 2 meses e só agora faço a resenha. Kindred não é o tipo de livro fácil de ser digerido, apesar da escrita tranquila. As viagens no tempo muitas vezes não fazem sentido, os acontecimentos em geral trazem sensação de mal-estar e raiva misturados. É um livro que me fez refletir muito e ainda agora percebo que não captei toda sua essência. Octavia Buttler sabia o que estava escrevendo, e o artigo que li ao final da obra fez muitas peças se encaixarem. A autora conta que queria se imaginar na época em que sua vó viveu. Como uma mulher negra moderna se encaixaria no regime escravocrata?

Nada ficou solto, tudo está ali por um motivo, até aquilo que não parece fazer sentido, pois como disse a própria autora, a escravidão em si nunca fez sentido. Acho que todos deveriam ler esse livro uma vez na vida, não é a toa que descobri se tratar de um clássico lido por estudantes nos EUA. Kindred nos mostra claramente que uma mulher negra, que hoje já enfrenta diversas dificuldades na sociedade moderna e racista que vivemos, poderia, com uma simples viagem no tempo, se tornar escrava em questões de segundos. Isso me impactou demais na obra, a linha tênue que o tempo representa entre liberdade e escravidão. A própria protagonista, que não aceitaria diversas coisas em sua época (anos 70), teve de se submeter aos costumes da escravidão, com o propósito de sobreviver. Não tive raiva da Dana por não fazer nada de revolucionário, ou tentar lutar contra imposições, porque sei que o objetivo era só voltar viva para casa.

Em resumo, amei a história, e o fato de ser uma ficção científica (por mais que esse não seja o exato gênero) escrita por uma mulher negra nos anos 70 faz tudo ficar ainda melhor!