Resenhas - Quase de Verdade

Nadjini 14/03/2021

Se eu achava Clarice para adultos sensacional, a Clarice para crianças é ainda melhor. Ela não subestima a capacidade criativa e muito menos a inteligência da criança-leitor. Durante a leitura, são colocados em pauta diversos assuntos, que colocam a criança pra refletir, sem dar conclusões óbvias.
Nesse livro, acompanhamos a história de Ulisses, um cachorro que foi inspirado no cachorro de verdade da Clarice. Ulisses nos conta várias aventuras pelo galinheiro da vizinha, onde passou um tempo e conheceu a galinha Odisseia, o galo Ovídio e a figueira que não dava figos. Imperdível para crianças e adultos ?

Beta 21/02/2021

A história é narrada pelo Ulisses, o cachorro da cor do guaraná e com olhos dourados. Sobre galinhas, uma figueira, nuvens e bruxas.

Josi 28/12/2020

Fofo, mas questionador (pois Clarice, rs)
História infantil encantadora, partilhada pelo cão Ulisses (inspirado no doguinho de Clarice, que tinha esse nome e também tinha uma personalidade peculiar) que nos conta sobre seu plano de fazer muito dinheiro com a ajuda de uma bruxa e a exploração das galinhas do quintal. A história da perspectiva do cachorro, além de fantástica, é bastante engraçada. Vi em uma entrevista que um dos filhos da Clarice pediu que escrevesse uma história pra crianças (ela tem outros infantis, mas esse teria sido a pedido de um dos filhos). Livro curtinho, engraçadíssimo e ainda assim com a costumeira profundidade de Clarice. Vale ler e vale dar o livro a toda e qualquer criança que você tenha por perto.

Tatiana.Freivogel 13/12/2020

Quase diferente
Achei diferente dos outros livros da autora, a leitura é rápido e agradável, porém não sei o quanto gostei. Mas minha filha de 4 anos gostou.

Cacau 05/12/2020

Clarice sendo Clarice
Li pouco da Clarice, mas o estilo dela é inegável. Delicada e direta.

Gabriel 13/11/2020

O infantil em Clarice?
Assim como outro livro infantil de Clarice que li, foi bastante curto. Li bem rápido mas foi lindo. A referência ao cão de Clarice, Ulisses foi massa!

a.lida 31/03/2020

???????????????????
Acho que faz muito tempo que não leio histórias infantis e estou isenta da capacidade de imaginação aflorada e criatividade, achei bem confuso, mas era esperado por ser Clarice

Ana 13/02/2018

Livro narrado por ninguém mais ninguém menos que ''Ulisses'', o cãozinho de Clarice Lispector.
''Era uma vez... Era uma vez: eu! Mas aposto que você não sabe quem eu sou. Prepare-se para uma surpresa que você nem adivinha. Sabe quem eu sou? Sou um cachorro chamado Ulisses e minha dona é Clarice. Eu fico latindo para Clarice e ela — que entende o significado de meus latidos — escreve o que eu lhe conto''.
Ele nos conta, ou melhor, nos late a história da figueira invejosa, dos galos e galinhas, da malvada Oxelia e da boa Oxalá.
Nunca imaginei que Clarice havia escrito com tanta sensibilidade livros para crianças, esse é o primeiro livro infantil de autoria dela que eu leio, com uma sensação de desbravar uma área que eu ainda não conhecia.
Engenhoso colocar o próprio bicho de estimação para ''narrar'' uma história. Só podia ser Clarice.

Wlianna 23/05/2016

Quase invenção
Em "Quase de Verdade" Clarice põe a história para ser contada por seu cão Ulisses, ou melhor, Ulisses late a estória para Clarice e esta escreve a estória... trata-se de uma narrativa fantasiosa que se passa em um quintal e que tem como personagens principais um galo, uma galinha, uma figueira e duas nuvens, uma que faz coisas boas e outra que faz coisas ruins.

A linguagem é simples e divertida, além de proporcionar sempre um diálogo direto com o leitor... temas como bem e mal, inveja, rancor, amizade, etc são abordados com cuidado pela autora, que não deixa a sua fixação por "ovo" nem na sua obra infantil. O ovo em "Quase de Verdade" é um elemento simbólico e é sacrificado em um ponto da estória em prol de algo maior. O leitor fiel de Clarice Lipector poderá logo fazer ligação com outro livro infantil da autora, o "A vida íntima de Laura", e também com o seu conto considerado mais hermético, "O ovo e a galinha".

Como em suas outras obras infantis, nessa narrativa Clarice mantém temáticas sérias, mas com delicadeza e traquejo necessários ao público infantil. Ulisses é perfeito narrando a sua estória que pode ser verdade e pode ser também invenção e se liga de forma muito divertida ao interlocutor.

Jorge 05/11/2014

cosa legai
oi eu não vi este livo mais eu quero ler gostaria que mandase mensagen por favor e ente no grupos kauê 6ano

Renata (@renatac.arruda) 27/05/2014

Quase de verdade é um dos cinco livros infantis que Clarice Lispector escreveu ao longo de sua prolífica carreira. A narrativa é contada por Ulisses, um cachorro "com olhar de gente" que late as suas histórias para Clarice, sua dona. Logo no início Ulisses declara que sua história até parece de mentira e até parece de verdade, explicando (em uma frase que ecoa Manoel de Barros) que "só é verdade no mundo de quem gosta de inventar", criando uma cumplicidade direta com o universo infantil.

A história que Ulisses conta se passa em outro quintal, no de Onofre e Oniria, esta que, segundo o cãozinho, se torna meio mágica ao entrar na cozinha. Imagine, ela consegue fazer explodir um bolo misturando ovo, farinha de trigo, manteiga e chocolate! O enredo é padrão: no quintal de Oniria vivem galos e galinhas liderados por Ovidio e Odissea e uma figueira. Incapaz de dar frutos, a figueira se torna invejosa e resolve procurar uma nuvem-bruxa má (Oxélia) para tomar todos os ovos produzidos pelas galinhas e ficar rica. Mas como toda magia (e injustiça) tem seu preço, logo as galinhas exaustas de botar ovo noite e dia se uniram e bolaram um plano que desse bastante prejuízo à árvore exploradora. Livres da exploração, as galinhas ainda procuram a poderosa nuvem-bruxa boa (Oxalá) para redimir Oxélia e perdoar a figueira arrependida.

E não será preciso um leitor mais observador para notar a metáfora sobre a exploração do trabalho e direito dos trabalhadores. Para que não reste dúvidas da sagacidade de Clarice ao introduzir temas complexos em um livros infantis, retiro dois trechos:

Leia mais no Prosa Espontânea:

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2014/05/quase-de-verdade-clarice-lispector.html

Dani 24/12/2013

'Os homens homenzavam, as mulheres mulherizavam, os meninos e meninas meninizavam, os ventos ventavam, a chuva chuvava, as galinhas galinhavam, os galos galavam, a figueira figueirava, os ovos ovavam. E assim por diante.'

Patati patatá. Au au au! Que livro bonitinho!

lé 24/02/2013

o livro fala sobre o que eu nao li porque esse tal deskoob nao deixa as pessoas lerem.

Viviane 24/08/2009

O-nírico
Não faço idéia do motivo pelo qual não conheci Clarice Lispector quando ainda era público alvo desse livro, mas me diverti igualmente mesmo já sendo 'grande'. Genial a brincadeira com os nomes, as pausas pra escultar o canto do pássaro, a verbalização dos substantivos... enfim, Clarice Lispector fabulosamente dedicada às crianças.