Truga 06/09/2019
Este livro vai contar um pouco da história do desenvolvimento da filosofia da natureza (mas não a reduzindo a uma simples história das ciências da natureza). Aqui, Gonçalves inicia no pensamento filosófico grego (na concepção de physis) e vai até ao pensamento mecanicista e a física dinâmica de Schelling, passando pela teoria atomista sobre a constituição das coisas na antiguidade grega e pela Idade Média, onde surge uma compreensão ambígua da natureza (ao mesmo tempo criada por Deus e inabitada por ele). ▪
De um modo geral, a autora mostra que ao longo da história a filosofia da natureza parece ter oscilado entre duas visões opostas: uma que pensa a natureza como divina, animada como um organismo vivo e outra que a concebe esta como uma grande máquina, num funcionamento perfeito de um relógio, desprovida de alma. ▪
Ou seja, neste livro você vai encontrar como alguns pensadores (Aristóteles, santo Agostinho, Descartes e Schelling) interpretavam os conceitos de “matéria”, “substância”, “força”, “movimento” etc ▪
Eu gostei bastante, não é como você estivesse lendo um artigo científico, Gonçalves consegue muito bem apresentar e construir uma narrativa interessante sobre como a interpretação filosófica sobre o que é o mundo natural se desenvolveu ao longo dos séculos. Indico como uma primeira leitura no assunto, sem dúvida.